quinta-feira, 26 de novembro de 2015

Adolescente ficou acordado por 11 dias seguidos para mostrar os efeitos devastadores da privação de sono...


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Por Bruno Rizzato
Segundo um estudo da National Sleep Foundation, o tempo que as pessoas precisam dormir à noite são totalmente relacionados à faixa etária.
 Pensáva-se que jovens entre 14 e 17 anos deveriam dormir cerca de 10 horas por dia. De 18 a 25, por volta de 10 ou 11 horas. Entre 26 e 64, o indicado é dormir de 7 a 9 horas. Porém, nem todos conseguem seguir estas recomendações.

Foi justamente isso que aconteceu com Randy Gardner. Em 1965, aos 16 anos, o então estudante do ensino médio ficou acordado por 11 dias e 24 minutos. Isto seria o equivalente a 264,4 horas seguidas. Este continua sendo um dos registros mais longos, já documentados, sobre um ser humano que ficou intencionalmente acordado, sem uso de estimulantes. Porém, nem tudo estava bem com Gardner, conforme testes fisiológicos e cognitivos começaram a ser feitos com ele.

A Marinha dos EUA e o pesquisador John J. Ross, doMedical Research Unit Neuropsychiatric, resolveram analisar o garoto. Após ter alucinações por cinco dias, ele se tornou temperamental e descoordenado. A partir daí, teve dificuldade de concentração, na formação de memórias a curto prazo, e tornou-se paranoico e irritável.
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"Ele apresentou aparência sem expressão, fala arrastada e sem entonação. Teve de ser encorajado a falar e sua atenção era muito baixa, além de habilidades mentais diminuídas”, relatou Stanley Coren, do Psychiatric Times, no 11º dia acordado. Ele realizou alguns testes, mas parou logo no início, alegando que não se lembrava o que estava fazendo.

Na verdade, os efeitos sobre Gardner eram tão terríveis, que o Guinness Book of Records, o Livro dos Recordes, interrompeu os registros de privação do sono voluntários, para que não encorajassem outras tentativas. Isso pode explicar por que Gardner conseguiu manter o título de "recordista", desde então.

Embora Gardner tenha se recuperado do experimento sem defeitos físicos e mentais perceptíveis a longo prazo, as pessoas, em geral, podem não ter tanta sorte. Até mesmo curtas privações de sono, que fazemos diariamente, poderia, ao longo de vários anos, causar os efeitos sobre a saúde.

  
Isso inclui ganho de peso, hipertensão arterial e alterações hormonais, até doenças mais graves - como um risco 4,5 vezes maior de ter um AVC -, e aumento do risco de morte prematura.

O recomendado é que, para adultos, pelo menos 7 horas sejam reservadas para o sono, diariamente, e 10 horas para os adolescentes. Segundo relatórios do TED-Ed, apenas nos EUA, 30% dos adultos e 66% dos adolescentes possuem sono atrasado e não dormem o que deveriam.

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