sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Linha de neve é descoberta pela 1ª vez em sistema planetário...

Linha de neve é descoberta pela 1ª vez em sistema planetário...

Quando você olha para uma montanha coberta por neve, a linha que separa o pico nevado e o resto da montanha é chamada “linha de neve”. Agora, pela primeira vez, os astrônomos descobriram a linha de neve de um sistema estelar particularmente gelado localizado a 175 anos-luz de nós.
Linhas de neve estelares funcionam de forma semelhante com as suas contrapartes de montanhas terrestres. Em uma montanha, há uma certa altitude onde a atmosfera se torna tão fria que a água congela e a neve se acumula em torno do pico da montanha congelada. Em torno de uma estrela, por outro lado, há uma certa distância onde o ambiente se torna tão frio que permite que a água (e outros materiais voláteis, tais como o metano) se congele e forme partículas de gelo.




Astrônomos usaram o telescópio ALMA, no Chile, para descobrir a linha de neve da jovem estrela TW Hydrae, semelhante ao Sol. E ao fazer isso, eles tiveram um vislumbre de como o nosso sistema solar pode ter sido durante os primeiros estágios de sua evolução.
“O ALMA nos deu a primeira imagem real de uma linha de neve em torno de uma estrela jovem, o que é extremamente excitante por causa do que ela nos diz sobre o período primordial da história do Sistema Solar”, disse Charlie Qi, do Centro Harvard de Astrofísica, um dos dois principais autores deste estudo. “Nós agora podemos ver os detalhes previamente escondidos sobre os confins gelados de outro sistema planetário semelhante ao nosso.”
Uma vantagem adicional de observar a linha de neve em torno de outra estrela é que ela pode nos dar uma noção de como os planetas, cometas e moléculas orgânicas podem se formar.
A água (H2O) é a primeira molécula que condensa e congela quando se atinge a distância necessária da estrela, formando a primeira linha de neve. Indo mais longe da estrela, outras moléculas começam a congelar, tais como o dióxido de carbono (CO2), o metano (CH4), e o monóxido de carbono (CO). À medida que cada espécie de molécula tem um ponto de congelamento diferente, a linha de neve de cada uma pode ser encontrada em diferentes distâncias da estrela.
Esta imagem, obtida com o observatório ALMA, no Chile, mostra a região (a verde) onde a neve de monóxido de carbono se formou em torno da estrela TW Hydrae (assinalada no centro). A circunferência azul representa o local onde estaria a órbita de Neptuno, se comparássemos o tamanho deste sistema ao tamanho do Sistema Solar. A transição para o gelo de monóxido de carbono poderá também assinalar a fronteira interior da região onde corpos gelados mais pequenos se poderão formar, tais como cometas e planetas anões (do tipo de Plutão e Éris).

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