terça-feira, 12 de maio de 2015

Alimentos com “calorias negativas” que emagrecem e nutrem...

5 alimentos com “calorias negativas” que emagrecem e nutrem...

Verduras e legumes

Nutrição leve

São Paulo – Todo mundo que costuma brigar com a balança sonha em poder comer o que quiser sem se preocupar com o acréscimo de peso.
Esse privilégio ainda não é fácil de ser obtido, mas há alguns alimentos que podem, sim, ser ingeridos à vontade e, em vez de engordar, ajudam no emagrecimento. Com baixa caloria e muitas fibras, diz-se que têm “calorias negativas”.



Segundo a nutricionista Fabiane Alheira, esse nome foi criado porque esse tipo de comida demanda uma quantidade de energia superior ao número de calorias que apresenta.
“Por conta disso existe um déficit. Funciona como uma conta corrente, onde o saldo será negativo se o gasto for maior do que o crédito existente”, explica.
Eles não se confundem com os termogênicos, outros aliados das dietas. Estes são capazes de produzir calor ao serem digeridos e tal aumento no metabolismo deixa o corpo mais ativo para consumir mais calorias.
A especialista, no entanto, deixa claro que o gasto energético varia de pessoa para pessoa e, por isso, no caso dos alimentos com “calorias negativas”, não é possível dizer precisamente qual essa diferença entre ganho e queima de calorias. Além disso, é preciso haver mais estudos para determinar essa quantidade.
Antes de achar que essa é a saída milagrosa para enxugar o excesso de peso, a nutricionista afirma que não vale a pena fazer um regime apenas com essas comidas.
“Mosso organismo necessita de um equilíbrio entre os macronutrientes e os micronutrientes, e, portanto, há necessidade diária de carboidrato, proteína e gordura, sim!”, diz. Confira a seguir alguns exemplos que fazem parte desse grupo e conferem muitos outros benefícios.

É o melhor dos mundos, a realização de um sonho para muitos: comer à vontade (ou quase isso) sem engordar. E, melhor ainda, ajudando a queimar uns quilinhos. Como? Saboreando os alimentos com “calorias negativas”, nosso tema de hoje.


Verdade...Grave e não se esqueça sempre tenha a mão estes alimentos numa hora que o desespero da "fome te pegar"... 

5 alimentos com “calorias negativas” que emagrecem e nutrem...

Não, você não leu errado. Há comidas que têm poucas calorias e auxiliam no emagrecimento porque precisam de muita energia em sua digestão. Vem desse déficit o termo alimentos com “calorias negativas”.
É claro que você não vai sair por aí chutando o balde da dieta, mas veja como ter bons resultados com as dicas de alimentos com calorias negativas que eu preparei para você:
  • Melancia – composta por 90% de água, hidrata e é rica em fibras e diversos nutrientes. Uma fatia de 100 gramas dessa gostosura contém apenas 35 calorias.
A melancia contém vitaminas A, B1, B2, B3 e C, cálcio, potássio, fósforo e glutationa, substância aliada no combate ao envelhecimento precoce. Ponha já essa fruta na lista de alimentos com “calorias negativas”e corra para o mercado!
  • Alface–esse alimento com “calorias negativas” faz parte da maioria das saladas. Uma leveza perfeita para o seu projeto corpo esbelto, pois traz somente 11 calorias a cada 100 gramas. Ferro, potássio, fibras, vitaminas A, C e betacaroteno completam as propriedades da folha.
  • Abobrinha – uma porção com 100 gramas dela possui aproximadamente 20 kcal. Outros motivos para incluir a abobrinha na relação de comidas que emagrecem e nutrem é que ela é rica em magnésio, proteínas, potássio e cálcio.
Uma ótima opção de alimento para quem faz dieta e quer cuidar dos ossos, do coração e da renovação celular. Sua saúde agradece!
  • Pepino–é um diurético natural, importante no tratamento de cálculos renais; possui antioxidantes, atua na prevenção de doenças cardiovasculares, infecções e câncer.
Esse alimento com “calorias negativas” é fonte de potássio, magnésio, vitaminas B5 e C, além de contar com apenas 18 calorias em 100 gramas.
  • Beterraba – 100 gramas dela significam a ingestão de 50 calorias. É também um dos legumes com mais características antioxidantes.
Outros motivos para a beterraba entrar na seleção de alimentos com “calorias negativas”, é sua composição recheada de vitaminas A, K, B1, B2, B5, B6, B9, C e E; cálcio, potássio, ferro, cobre, manganês e magnésio.

IMPORTANTE...
Esses nutrientes colaboram na prevenção da anemia, problemas ósseos e imunológicos.



Pode chegar ao país máquina que troca garrafa por ração para cães de rua...

Pode chegar ao país máquina que troca garrafa por ração para cães de rua...

segunda-feira, 11 de maio de 2015

Mulher sobreviveu em selva 'bebendo o próprio leite'...

Corredora se perdeu em floresta a leste de Wellington, na Nova Zelândia.© Foto: Thinkstock Corredora se perdeu em floresta a leste de Wellington, na Nova Zelândia.
Uma neozelandesa que se perdeu numa floresta disse ter bebido o 
próprio leite e se coberto de lama para sobreviver.
Susan O'Brien, de 29 anos, tomou o caminho errado durante uma 
corrida na Floresta Rimutaka, a leste de Wellington. Autoridades 
lançaram uma operação de busca após ela não ter cruzado a linha de 
chegada no domingo.
O'Brien, mãe de dois filhos, foi resgatada por ar na manhã desta 
segunda-feira (horário local). Ela se reencontrou com a família e a 
primeira coisa que fez foi amamentar sua filha de 8 meses, disse o 
jornal Dominion Post.
"Eu realmente pensei que iria morrer", disse ela a repórteres. "Como 
estou amamentando minha filha, eu tenho um pouco de leite. Então eu 
pensei que isso deveria me manter."



Ela também levava dois litros de água, tubos de gel e uma barra de 
cereais, informou a rádio New Zealand.
A corredora disse ter passado frio durante a noite e que cavou um 
buraco e se cobriu com lama para se manter aquecida. "Eu jogava
 sujeira em mim mesma e toda vez que eu ouvia alguma coisa eu 
gritava 'ajuda'".
Ela disse ao jornal New Zealand Herald que o incidente não fará com 
que ela pare de correr.

Cientista de Brasília cria sensor que acha câncer antes de sintoma surgir...



A cientista brasiliense Priscila Kosaka desenvolveu uma técnica para detecção de câncer que dispensa biópsias e que consegue identificar a doença antes mesmo do aparecimento dos sintomas. O resultado vem do uso de um nanosensor com sensibilidade 10 milhões de vezes maior que a dos métodos dos exames tradicionais em amostras de sangue dos pacientes. A previsão é de que ele esteja no mercado em até dez anos e também seja utilizado no combate a hepatites e Alzheimer. Leia mais:http://glo.bo/1FhMr0e

07/04/2015 07h25 - Atualizado em 07/04/2015 07h25

Cientista de Brasília cria sensor que acha câncer antes de sintoma surgir

Priscila Kosaka desenvolve projeto há seis anos em laboratório espanhol.
Técnica é 10 milhões de vezes mais sensível do que as atuais disponíveis.

Raquel MoraisDo G1 DF

A cientista brasiliense Priscila Kosaka, que desenvolveu uma técnica menos invasiva para detecção de câncer (Foto: Priscila Kosaka/Arquivo Pessoal)



Membro do Instituto de Microelectrónica de Madrid há seis anos, a cientista brasiliense Priscila Kosaka, de 35 anos, desenvolveu uma técnica para detecção de câncer que dispensa biópsias e que consegue identificar a doença antes mesmo do aparecimento dos sintomas. O resultado vem do uso de um nanosensor com sensibilidade 10 mihões de vezes maior que a dos métodos dos exames tradicionais em amostras de sangue dos pacientes. A previsão é de que ele esteja no mercado em até dez anos e também seja utilizado no combate a hepatites e Alzheimer.
Consegui um resultado que parecia apenas um sonho há quase seis anos. O que me motivou? Conseguir proporcionar uma melhor qualidade de vida para as pessoas. Quero que o diagnóstico precoce do câncer seja uma realidade em alguns anos. Trabalho em busca de um resultado como esse desde o meu primeiro dia no Bionanomechanics Lab"
A pesquisadora explica que o sensor é como um "trampolim muito pequenininho” com anticorpos na superfície. Quando em contato com uma amostra de sangue de uma pessoa com câncer, ele “captura” a partícula diferente e acaba ficando mais pesado. Outras estruturas relacionadas à técnica também fazem com que haja uma mudança de cor das partículas, indicando que o paciente que teve o fluido coletado tem um tumor maligno. A taxa de erro, segundo Priscila, é de 2 a cada 10 mil casos.
“Atualmente não existe nenhuma técnica que permita a detecção de moléculas que estão em concentrações muito baixas e que coexistam com mais de 10 mil espécies de proteínas numa única bioamostra”, afirma. “Atualmente nenhuma técnica é capaz de encontrar a ‘agulha no palheiro’. Portanto, existe uma necessidade de tecnologias capazes de registrar moléculas individuais na presença de outras moléculas muito mais abundantes. E o nanosensor que desenvolvi é capaz de fazer isso.”
De acordo com a cientista, novos estudos podem fazer com que o nanosensor também seja usado para identificar a que tipo específico pertenceria uma amostra cancerígena (gastrointestinal ou de pâncreas, por exemplo). Dados da Organização Mundial da Saúde estimam 21,4 milhões de novos casos de câncer em todo o planeta em 2030, com 13,2 milhões de mortes. Há mais de cem tipos da doença, e os mais comuns são de próstata, mama, cólon, reto e pulmão.

“[Estou] Muito feliz, amo o que faço. Consegui um resultado que parecia apenas um sonho há quase seis anos. O que me motivou? Conseguir proporcionar uma melhor qualidade de vida para as pessoas. Quero que o diagnóstico precoce do câncer seja uma realidade em alguns anos”, diz a mulher. “Trabalho em busca de um resultado como esse desde o meu primeiro dia no Bionanomechanics Lab.”
Entre os benefícios da técnica desenvolvida por Priscila está o fato de que a identificação pode ocorrer dispensando a biópsia e por meio dos exames rotineiros de check-up. A cientista conta que ainda é necessário que o sensor passe por novas fases de teste. Além disso, ela precisará de financiamento para os estudos. Um dos objetivos da pesquisadora é que o equipamento tenha um custo acessível e assim possa ser adotado amplamente pela população.
Bacharel em química pela Universidade de Brasília e doutora na área pela Universidade de São Paulo, Priscila é a responsável pelas atividades relacionadas à funcionalização de superfícies do laboratório, além de trabalhar na otimização de estratégias de imobilização de biomoléculas em microcantilevers para biosensing. Ela atua ainda no desenvolvimento de sistemas de nanomecânicos e na combinação de nanotecnologias para o desenvolvimento de ferramentas de diagnóstico altamente sensíveis e específicos e é avaliadora e revisora de projetos europeus para a European Commission desde 2011.
A pesquisadora conta que a descoberta pode ser usada ainda no diagnóstico de hepatite e que pretende estender a técnica a mais doenças, como o Alzheimer. “Em lugar de fazer uma punção na medula espinhal para extrair líquido cefalorraquidiano para o diagnóstico de distúrbios neurológicos, temos sensibilidade suficiente para detectar uma proteína em uma concentração muito baixa no sangue. Assim, o paciente não precisa passar por um exame tão invasivo, pode fazer um simples exame de sangue.”
Benefícios
O oncologista Gustavo Fernandes afirmou apreciar a possibilidade de ver tecnologias do tipo à disposição no dia a dia. "Poder fazer diagnóstico precoce por meio de métodos menos invasivos é muito elegante. Os métodos que temos hoje são muito rudimentares, são muito arcaicos. É um exame físico melhorado em relação ao que se via antes, mas estamos atrás de nódulos, de caroços. O paciente continua fazendo uma porção de testes, de exames de imagem."
O médico disse ainda esperar ver como o equipamento poderá ajudar pacientes, já que cada tipo de câncer evolui de uma forma diferente e que mesmo entre tipos iguais há variações  – como as causas, o comportamento no organismo e a agressividade. A única certeza é de que a intervenção precoce é uma aliada no combate à doença.


"A gente fala de brincadeira que todos os tumores que a gente tratava como comuns estão ficando raros. Câncer de mama é comum, mas as características genéticas são tão específicas que você não trata mais de câncer de mama, mas de câncer de mama de categoria tal. Ou seja, se você for apertando, você vai ter uma centena aí de doenças a partir de uma só. É que nem de pulmão, você acaba dividindo em muitos grupos. Tem muitas alterações sendo detectadas, que acaba que sob um mesmo nome tem várias doenças", concluiu.



O médico e as orquídeas...dr. Humberto Epiphaneo nossos sentimentos aos que ficaram...

Faleceu dr. Humberto Epiphaneo, orquidófilo muito atuante. Nossos sentimentos a família.Dr. Humberto Epiphaneo, seu legado é imenso em cuidados médicos,  amor e zelo com seu Orquidário foi exemplar...
O médico e as orquídeas...por Alessandra Morgado - publicada em 16. 3. 2011 - atualizada 16h2Entrar no Orquidário Epiphanio é partilhar da paixão do médico Humberto, que ao longo de 23 anos vive cercado de orquídeas.











“A orquídea emociona. É um ser magnético que atrai e enfeitiça, domina. Ela até mostra para você que não está bem. Ela te induz a tomar uma direção de cultivo, fertilização e manejo.”



Nas madrugadas de sábado e domingo, um homem salta da cama às 4h30 quando o Sol ainda nem pensa em dar o ar de sua graça. Ele deixa um resto de sono em sua cama quente e beija a esposa que ainda dorme, enquanto outra paixão o espera no quintal. Ele sai quieto para seu recanto preparado para proporcionar o conforto às beldades que enchem sua vida de energia.
Elas são exigentes e, às vezes, completamente imprevisíveis ao preservarem segredos de seus adoradores. Eles, como o homem que foge para seu quintal, são proprietários subservientes à espera de um sorriso na forma de flores, que muitas vezes só vêm uma vez por ano. Enquanto isso, elas vão exigindo paciência, devoção e até sacrifícios. O homem não desiste de seu amor platônico, cuida e espera que a próxima orquídea o brinde com suas flores.

No orquidário nosso personagem vira coadjuvante entre milhares de plantas, que esperam num silêncio comedido, como as damas de outros tempos. 


Médico otorrino por formação, Humberto Antonio Epiphanio, 71, sucumbiu à paixão há 23 anos quando trouxe cinco humildes vasinhos de orquídeas para a antiga chácara de sua avó Margarida Hoffmann Corso, na Vila Paulista, onde hoje fica o Orquidário Epiphanio.


 Era apenas uma homenagem para a mulher que foi dona de uma das primeiras floriculturas da cidade e apreciadora da planta.



Mal sabia o médico que o cantinho de 6 metros quadrados seria impregnado pela magia milenar da planta, descrita pela primeira vez pelo filósofo grego Theophrastus (372-287 a.C.), discípulo de Aristóteles. Ele foi abatido pelo orquidelírio, como os vitorianos chamavam o arrebatamento causado pela planta. Humilde, o médico confessa “que existem paixões que extrapolam. Acho que ninguém deve ter a mesma loucura que a minha”.Ao redor dele 2.500 metros quadrados dedicados à criatividade da natureza aliada à inventividade humana. Numa sala com porta de vidro ficam suas atuais preferidas, como a flor de cachos azuis ou lilases (depende do olho do observador) vinda da Tailândia e uma criação de Humberto, a Reike´s Emotions.
O experiente médico se transforma em aprendiz perto de suas orquídeas, que se expressam em silêncio perdendo folhas, secando ou negando-se a florir até que sejam atendidas em seus desejos íntimos. “Como médico, eu digo: uma orquídea a mais e um remédio a menos.”


A convivência com essas damas mudou a cabeça do nosso personagem, que aprendeu a ser mais paciente e tolerante, além de conseguir assimilar a energia que as plantas dão para quem cuida delas. “A pessoa passa a ter outra visão de vida. Nesse mundo estressante onde a gente vive, o cultivo e o manejo da orquídea é uma terapia. O amadurecimento de quem vê a vida e consegue enxergar o que é importante e, às vezes, estava ali perto”, conta Humberto.
Dois dos cinco filhos do médico (Roberto, Sabrina, Erika, Fernando e Bruna) também foram infectados pelo delírio e iniciaram o trabalho no orquidário por iniciativa própria. O orquidófilo não acredita em paixões hereditárias. A esposa, Maria Eduarda, foi homenageada com uma planta com seu nome, mas apesar de levar flores para embelezar seu consultório odontológico não compartilha da fixação do marido. Humberto diz que sua companheira, como a de outros orquidófilos, algumas vezes se queixa de dividir sua atenção. [Que mulher em sã consciência não reclamaria?].



Louca paixão
Como todo apaixonado, Humberto fez algumas pequenas loucuras ao longo dos anos, como comprar uma planta sem ao menos ver o seu estado, mas, por sorte, a surpresa foi boa. Ampliar várias vezes o orquidário, aliás agora o local está em obras para abrigar um ambiente com vista panorâmica para a Floresta Estadual Navarro de Andrade, conhecida como Horto Florestal. Ele também participou de incontáveis exposições pelo país e até comprou de uma senhora uma planta que ficava num fundo de quintal, debaixo de uma bananeira.
“Eu comprei aquela planta que estava assim abandonada, mas totalmente florida. Trouxe para cá e pensei: agora vou usar toda a minha técnica para fazê-la florir, mas olha lá... até agora nada. As orquídeas são plantas temperamentais. Parecem mulheres, quando você pensa que estão apaixonadas te dão um chute”, lamenta bem-humorado.


Uma das lendas sobre as orquídeas fala exatamente de uma bela moça chamada Hoan-Lan, que vivia na cidade de Anam nas terras da Indochina, que deixou vários pretendentes apaixonados e, depois de receber presentes raros, os desprezava. Isso provocou casos de loucura e até suicídios. Um dia, como em toda lenda, veio o castigo numa paixão avassaladora, mas o rapaz que Hoan-Lan amava a rejeitou. Ela buscou a ajuda de um deus, que se recusou a ajudá-la. Então, fez um trato com uma bruxa que pediu sua alma, em troca a feiticeira impediria o rapaz de amar outra mulher. Voltando para casa Hoan-Lan encontrou o rapaz e tentou abraçá-lo, mas o moço virou uma árvore. Desesperada, ela se agarrou a ele. O sofrimento da moça comoveu outro deus, que a transformou na primeira orquídea, com a sina de viver grudada à árvore e dependente de sua seiva.
Contudo, as orquídeas não são parasitas. Tiram seu alimento do ar e da água da chuva e algumas podem viver em pedras ou no solo.


“Nesse mundo estressante onde a gente vive, o cultivo e o manejo da orquídea é uma terapia. O amadurecimento de quem vê a vida e consegue enxergar o que é importante e, às vezes, estava ali perto”
Nasce uma flor...
No berçário do Orquidário Epiphanio muitas pequenas mudas recebem  cuidados para crescer. Trata-se de um investimento de até seis anos entre a polinização e a planta florir pela primeira vez. Humberto explica que a orquídea é hermafrodita, ou seja, sua flor tem o órgão feminino e o masculino, mas para levar o pólen para outra planta depende de agentes externos, como insetos. As cores fortes e o cheiro no interior das flores são atrativos que permitem a continuação da espécie e têm funcionado muito bem ao longo de milhares de anos.

“Existe uma planta a, Ophrys speculum, cuja flor imita o reflexo de um céu azul nas asas de uma vespa fêmea, com isso os machos do inseto são atraídos pela cor e aparência e levam o pólen de uma planta para outra. Tem uma planta na Birmânia com apêndice da flor bem longo, que apenas uma mariposa com língua comprida pode polinizar”, disse Humberto.
Na polinização artificial, o humano faz o papel do agente externo polinizando a planta, que forma uma bolsa de sementes logo atrás da flor. Essa bolsa é enviada para laboratório para que as sementes sejam desenvolvidas em ambiente controlado, depois de aproximadamente nove meses essas pequenas plantas voltam para o berçário do orquidário.


Remédio contra a depressão.
Uma fotografia da orquídea VâniaMüller, feita por uma revista especializada, fez com que Humberto recebesse um e-mail da própria Vânia Müller, filha do médico que criou o híbrido e registrou a planta em sua homenagem. A mulher passava por um processo depressivo e queria comprar uma muda da planta para acompanhar seu crescimento. “Eu fiquei emocionado com a história e mandei um ramo para ela. Isso foi há quatro ou cinco anos. Ela fotografou a planta crescendo até a primeira florada. Toda vez que entrava em depressão, ela ia ver o broto e observar os avanços. Isso a ajudou muito mesmo”, relembra o médico.
Ele também enfrentou várias intempéries da vida, como doenças, operações e perdas, mas segue a vida literalmente num mar de flores. “Minha qualidade de vida é boa em função da relação com as plantas. Não é uma fonte de lucro. O retorno de tudo isso é para mim mesmo, não é para mais ninguém. A orquídea emociona. É um ser magnético que te atrai e enfeitiça, domina. Ela até mostra para você que não está bem. Ela te induz a tomar uma direção de cultivo, fertilização e manejo”, divaga Humberto com olhar apaixonado.

Como escolher
a primeira orquídea
1 - Não comprar planta cara inicialmente;
2 - Observar se a planta e o clima da região são compatíveis;
3 - Buscar orientações básicas de cultivo, mas não deixar seu feeling de lado;
4 - Não deixá-la sob o Sol pleno;
5 - Fazer adubação;
6 - Trocar o substrato (uma vez a cada dois anos ou quando precisar);
7 - Regar sem deixar a planta encharcada, principalmente as raízes (no frio de manhã e no calor durante períodos mais frescos pela manhã ou à tarde). 
Obs.: Essas orientações são gerais, por isso é necessário observar os sinais que a planta dá.

Flor da elite
Até pouco tempo, essas plantas eram consideradas elitistas por serem cultivadas por nobres e pessoas abastadas. Humberto conta que a avó foi uma das fundadoras do Círculo Rio-clarense de Orquidófilos há 54 anos, sendo que as primeiras exposições na cidade atraiam pessoas da vanguarda financeira, inclusive nobres. “Só esses tinham orquídeas e buscavam híbridos na Europa. Hoje, a orquídea se difundiu e globalizou. A ‘olho de boneca’ a gente encontra em todo local, ela é exótica e adaptou-se muito bem aqui.”
A origem...
O filósofo usou o termo Orchis, que significa testículos, para designar as orquídeas mediterrâneas por causa de suas raízes tuberosas. Essa semelhança também levou os povos da Idade Média a acreditar nas propriedades afrodisíacas da planta, cujos tubérculos eram consumidos na forma de chás, mas com o tempo a beleza voluntariosa de suas flores começou a ganhar o mundo em mais de 30 mil espécies e milhares de híbridos, que são cruzamentos feitos pelo homem. A quantidade exata deles segue sendo outro segredo. (Alessandra Morgado)


email: h-epiphanio@uol.com.br



 “Como médico, eu digo: uma orquídea a mais e um remédio a menos.”