segunda-feira, 14 de julho de 2014

O QUE SE COME NO CAFÉ DA MANHÃ AO REDOR DO MUNDO? Hum isso da uma fome...

Há quem diga que o café da manhã é a refeição mais importante do dia. Verdade ou não, ele com certeza é uma das refeições mais saborosas, afinal, quem não curte um cafezinho recém passado, um pãozinho quente com aquela manteiguinha… hein? hein?!

Ou quem sabe um iogurte com granola e mel; ou uma fatia de bolo de trigo ou milho; ou o tradicional misto quente com suco de laranja. Seja lá qual for sua preferência, um bom desjejum parece essencial para começar bem o dia. Mas você já parou pra pensar como é o café da manhã tradicional pelo mundo a fora? Então me acompanhe nessa deliciosa viagem gastronômica.
1. Brasil



Começando por nós mesmos, nosso café da manhã tradicional é composto por frios como presuntos, queijos fatiados e mortadela, além da tradicional manteiga. Pode conter também geléias e queijo branco tipo Minas (bateu a fome agora!).
2. Estados Unidos



Nada mais tradicional na mesa de um americano que o famoso bacon frito, panquecas caseiras regadas ao xarope de milho ou molho de mirtilo. Delícia!
3. Inglaterra



O desjejum inglês é bastante farto (agora sabemos que os americanos tiveram a quem puxar). É uma festa de sabores na qual podemos encontrar pães, bacon, ovos, salsichas, tomate grelhado, cogumelos, pudim e até feijões cozidos! Tudo isso, claro, regado a uma bela xícara de chá.
4. Portugal



Uma deliciosa e simples combinação de croissants recheados com vegetais e frios, servido com uma bela xícara de café.
5. Cuba



Constituído por uma xícara de café com leite adoçado, e com uma pitada de sal (interessante); acompanhado do tradicional pão cubano, amanteigado e tostado de ambos os lados, feito para ser mergulhado no café.
6. Austrália



Há algo de bastante curioso no café da manhã do australiano. Tradicionalmente, a única coisa que não pode faltar é uma fatia de pão ou torrada e um frasco de Vegemite. Para quem não sabe que produto é esse, trata-se de uma pasta feita de extrato de levedura (um dos resíduos da fabricação da cerveja), de gosto salgado, levemente amargo e que é imensamente popular no país, bem como na Nova Zelândia.
7. Itália



Esse desjejum italiano é bem comum como lanche da tarde aqui no Brasil, em muitas cafeterias. Conhecido como “cappuccino e corneto”, o prato é composto de uma xícara do nosso velho conhecido e saboroso cappuccino, servido com um delicioso croissant.
8. Marrocos



Dando um pulo para a África, no Marrocos encontramos um café bem típico, mas não menos saboroso. É composto basicamente por pães, geléias, chutney, queijo e manteiga. Temos a presença do tradicional Baghir, um tipo de pão feito de sêmola.
9. Gana



Ainda na África, o desjejum do ganense é composto popularmente pelo Waakye, uma massa pastosa formada basicamente de arroz cozido junto com feijão. Esse é pra começar o dia com força total.

10. Turquia



A bela mesa turca é composta por queijos, ovos, azeitonas, geléias, tomates, pepinos (isso mesmo!), mel e carne temperada. Visualmente belo e provavelmente muito saboroso.
11. Egito



Um dos pratos tradicionais no desjejum egípcio é o Ful Medames, feito de favas, grão-de-bico, alho e limão. Pode ser complementado com pimenta caiena, tahini e ovos cozidos ao ponto de gema dura; o azeite de oliva e pedacinhos de cebolinha e salsa salpicados dão o toque final. Um verdadeiro café gourmet, não?
12. Bolívia


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Voltando à América, temos a tradicional mesa boliviana composta tradicionalmente pelas Salteñas ou Saltenhas, como são conhecidas aqui no Brasil. Esses pasteizinhos de trigo podem ser recheados de carne e/ou vegetais e são levemente adocicados.
13. Argentina



Nossos hermanos preferem mesmo é uma bela caneca de mate acompanhada das tradicionais facturas, uma espécie de croissant bastante popular por lá, com ou sem doce de leite.
14. México



A comida mexicana é fantástica, principalmente na fartura dos temperos, logo, o café da manhã não poderia ser muito diferente. Composto por nachos, queijos e feijão, pode também ser servido com Chilaquiles, tradicional prato feito de tortilhas fritas, com molho de salsa, mas tudo com a tradicional pimenta!
15. Canadá



Num dos países mais belos e diversificados da América, o café da manhã é composto de pierogis, pasteizinhos fritos, cozidos ou assados, recheados com batata, carne moída, queijos ou frutas; complementando tudo, uma porção de salsichas e torradas.
16. Venezuela



Na Venezuela, um bom desjejum acompanha as tradicionais Empanadas, pasteizinhos recheados com carne picada, queijo fresco ou combinando vegetais e feijão.
17. França



Na Europa, a França é conhecida pela sua “boa mesa”, logo, é quase uma redundância falar que o desjejum francês não deixa a desejar. Composto por uma variedade de pães, destaca-se os croissants, tradicional massa francesa, com ou sem amêndoas, manteiga, chocolate ou creme; claro, acompanhado de uma xícara de café, pois os franceses são grandes apreciadores da bebida, assim como nós.
18. Alemanha



Os famosos embutidos alemães obviamente são consumidos neste café da manhã, bem como pão fresco e queijos alemães, além de uma xícara de café bem forte.
19. Estônia



O prato conhecido como “queijo na torrada” é feito de queijo coalho numa torrada de pão de trigo. A cobertura cremosa pode ser substituída por ricota ou fromage frais.
20. Japão



Aterrissando em território asiático, os japoneses apreciam o tradicional tofu, aquele queijo de soja, regado com molho shoyu, acompanhado de peixe e arroz cozido. Esses japoneses são mesmo saudáveis, hein!
21. Mongólia



Não tão saudáveis, os mongóis preferem comer carne de cordeiro cozida com bastante gordura e, às vezes, laticínios e arroz. No oeste da Mongólia é comum a adição de carne de cavalo à dieta local.
22. Paquistão



É muito comum consumir um pão chamado Aloo Paratha, feito de trigo e ghee (manteiga clarificada) e assado em uma frigideira. É recheado com vegetais e comido com manteiga, chutney ou qualquer outro tempero picante. O chá completa a refeição.
23. Tailândia



Normalmente constituído de algum tipo de carne, como a de porco, mergulhado em uma mistura de sêmola. Geralmente acompanhado de rosquinhas chinesas, brotos de feijão, intestino de porco recheado de carne de porco temperada e picada, coração de porco fatiado e pudim de sangue e estômago fatiado. Bem peculiar, não?!
24. China



Muito parecido com as outras refeições chinesas, o café da manhã dos chineses é praticamente um almoço: é composto por macarrão cozido, carnes fritas, como a de frango, arroz e vegetais fritos.

Não sei vocês, mas bateu a fome aqui depois desse post. E aí, qual desses cafés da manhã vocês mais gostaram?

BEM-ME-QUER OU MALMEQUER: COMO SABER SE UMA PESSOA AMA VOCÊ ...Veja e se localize...


BEM-ME-QUER OU MALMEQUER: COMO SABER SE UMA PESSOA AMA VOCÊ:

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| Por Deborah Furtado | Amor, Atitude, Felicidade, vida

Ninguém quer amar sozinho. Todos desejam vivenciar uma relação de amor correspondida e assim construir laços mais fortes e duradouros. E mesmo o amor sendo um sentimento que precisa existir independente do outro, nas relações amorosas é importante ser amado, além de ser muito bom. Mas e como saber se uma pessoa ama você? Que atitudes e sinais demonstram esse amor e nos faz ter certeza que o amor é correspondido? É sobre isso que este artigo irá falar. Veja abaixo dicas para saber se uma pessoa ama você.
Quem ama se dedica

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O amor é um sentimento nobre e acompanhado de atitudes de carinho, respeito e marcado fortemente por uma coisa chamada dedicação. Quem ama se dedica, cuida e, mesmo que aos olhos do mundo isso não fique claro, o ser amado sente. Portanto, o primeiro sinal para saber se uma pessoa ama você é a dedicação. Mas e o que é dedicação? Segundo o dicionário Aurélio, dedicação é “afeto extremo, devoção para com alguém ou alguma coisa”. O afeto e a devoção são ramificações do amor. Quem ama possui afeto e dedicação, seja nas coisas mais simples, como nos momentos mais difíceis.
Quem ama quer estar perto

Quem não quer estar perto quando se ama? Todo mundo sabe que o amor é um sentimento gostoso de viver ao lado do ser amado. Quem ama não precisa mais do que a companhia da pessoa amada para sentir bem-estar. Seja num passeio ou numa simples pipoca de frente à TV, estar perto de quem se ama é uma imensa prova de amor. É nas coisas mais sutis que o amor se revela.
O amor é companheiro

Falar de amor é falar de convivência, de parceria, de união. Quando duas pessoas se amam elas compartilham o aprendizado da vida e constroem os laços que a vida fortalece com o passar do tempo. Quem ama é parceiro nos mais diversos momentos. Quem ama está presente nos episódios importantes, sejam eles bons ou ruins, e sua presença é lembrada como fortaleza e porto seguro.


O amor tem dessas coisas, afinal. Quer estar perto, compartilha e se dedica. Qualquer pessoa que tenha o mínimo de amor por outra possui essas atitudes. Portanto, observe sua relação e, se seu amor é assim, comemore. Amar é uma das experiências mais belas e saudáveis que existe. Aproveite as dicas e não deixe também de amar, compartilhar e se dedicar à pessoa que você ama. Afinal, reciprocidade adoça ainda mais a relação.

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quinta-feira, 10 de julho de 2014

Você esta sendo ENGANADO... Nem sequer desconfia de que está levando gato por lebre



Colaboração... Osni Cassab


From: Luiz Silva <larsilvag@gmail.com>


Muita gente acaba se rendendo a produtos piratas para poder ostentar uma marca, mesmo que ele saiba que não é verdadeira. Porém, em alguns casos, principalmente em questões culinárias, a galera nem sequer desconfia de que está levando gato por lebre e acaba consumindo falsificações! Confira algumas das mais comuns:
1. Ervilhas

Sabe as ervilhas em conserva que você compra no mercado? Quase sempre NÃO são ervilhas! As enlatadas costumam ser uma mistura de soja, corante e metabissulfito de sódio, um componente que inclusive pode desenvolver câncer! Para fugir dessa roubada, compre ervilhas de produtores que indiquem a procedência e desconfia de ervilhas muito brilhantes.


ervilhas

2 Canela.A canela-do-ceilão, que é a que você gostaria de consumir, muitas vezes é substituída pela cássia, que tem aparência semelhante, mas é extraída de uma planta diferente. E só a canela tem os benefícios para a saúde que ela se propõe, por isso, investigue se a embalagem traz o nome Cinnamomum verum, que a é canela verdadeira, ou ser traz Cinnamomum aromaticum, que é a versão “pirata” do tempero.


3. Vieira
Já comeu vieira? Ele é um molusco bivalve marinho extremamente caro! Como muita gente desconhece o produto, pode acabar sendo enganado com pedaços de peixe, arraia, cavalo-marinho ou tubarão. Até mesmo cogumelos congelados já foram “disfarçados” de vieiras em alguns restaurantes.

4. Caviar

Outro produto caro que costuma ser falsificado pelo desconhecimento do consumidor. Acredita-se que até 1/3 de todo o caviar consumido na Europa seja falsificado. O caviar vermelho pirata costume ser feito de gelatina, caldo de peixe, óleo vegetal e corante – ele costuma grudar nos dentes e estourar, liberando um forte gosto de peixe, indicando a falsificação; mas, ainda assim, é um dos produtos mais difíceis de diferenciar.

5. Cerejas

As cerejas verdadeiras costumam ser mais caras, por isso os fabricantes resolveram adaptar um produto bem sem gosto nessa fruta: o chuchu! Ele costuma pegar fácil o gosto dos temperos, por isso é moldado em bolinhas que são mergulhadas em caldas feitas de xarope, açúcar e corante. A cereja original tem caroço ou o espaço em que ele deveria existir, mas você também pode ler no rótulo da embalagem a procedência do produto.

cereja

quarta-feira, 9 de julho de 2014

PARA A CIÊNCIA, CITAR FRASES PSEUDOFILOSÓFICAS INDICA BAIXA INTELIGÊNCIA.( Por favor... não generalizem)


Você já se perguntou por que as pessoas sentem essa necessidade gigantesca de compartilhar frases “profundas” nas redes sociais?
Em muitos desses casos, aliás, as sentenças difundidas para todo mundo nem fazem muito sentido – são, como disseram os responsáveis por este estudo, uma “coleção de chavões colocados aleatoriamente em uma sentença que mantém estrutura sintática”.

É isso mesmo que você está pensando: um grupo de cientistas resolveu descobrir o que há por trás desse comportamento que faz com que algumas pessoas encontrem sentido em frases supostamente intelectuais, e o que eles descobriram pode deixar você irritado ou com um gostinho de “eu já sabia!”.

Ao que tudo indica, quem acredita e compartilha frases aparentemente profundas não é muito inteligente no quesito verbal da coisa e costuma acreditar em conspirações e métodos não comprovados medicinalmente de tratamentos de saúde. Frases como “O significado oculto transforma o abstrato sem paralelo” foram chamadas pelos pesquisadores de declarações sem sentido.
Testes


Para descobrir por que as pessoas gostam tanto desse tipo de sentença, o doutorando Gordon Pennycook e outros cientistas da Universidade de Waterloo, no Canadá, resolveram “empiricamente investigar a baboseira”. Como? Simples: eles criaram frases sem sentido com a ajuda de um programa que gera palavras aleatoriamente.

Depois de chegar às novas citações profundas sem sentido algum, pediram para que 280 universitários avaliassem as frases em uma escala de 1 (nada profunda) a 5 (muito profunda). Em média, as citações bizarras receberam nota 2,6 – um valor alto para frases sem qualquer sentido, não é mesmo?

O pior é que esse 2,6 é o valor resultante da média das avaliações – 27% dos participantes deram notas acima de 3. Segundo Pennycook, isso indica que a maioria dos voluntários simplesmente não entendeu que as frases eram sem sentido e, por isso, acabaram gostando delas.



Depois, os pesquisadores escolheram novas frases sem sentido e as misturaram com tweets vagos de Deepak Chopra, médico indiano conhecido por seus posicionamentos sobre espiritualidade. De novo, as frases tiveram classificações semelhantes no que diz respeito à profundidade das declarações.

Para testar mais uma vez o poder de análise dos voluntários, os pesquisadores pediram a eles que avaliassem a profundidade de frases banais como “a maioria das pessoas gosta de algum tipo de música”. Essas, sim, receberam notas baixas.

Depois de toda essa avaliação de profundidade filosófica, os voluntários responderam a uma série de perguntas sobre suas crenças religiosas, opiniões sobre teorias da conspiração e também realizaram testes de raciocínio matemático e verbal.

A conclusão? Quem acata mais essas frases supostamente profundas são as pessoas menos reflexivas e que têm pouca inteligência verbal e numérica. Esse grupo, segundo os pesquisadores, tem mais chances de acreditar em conspirações, poderes sobrenaturais e medicina alternativa. A partir disso, espera-se chegar a um ponto de maior entendimento do comportamento humano e, claro, daquilo que o molda.

*Publicado em 07/12/2015.

Regime militar: violência, repressão e crise econômica.

Regime militar: violência, repressão e crise econômica

Os acontecimentos de 31 de março e de 1o de abril de 1964 marcaram a história do Brasil. Naquele contexto, a deposição do presidente João Goulart por um grupo militar, financiado por empresários nacionais e internacionais, e apoiado por parte da população, da imprensa e do clero, abriria as portas para mais de vinte anos de regime civil-militar no país.
A queda de Jango – que defendia as Reformas de Base, a Reforma Agrária e mantinha relações com os governos de Cuba e da China – foi acompanhada de uma intensa propaganda anticomunista que se expressava nos jornais, revistas, folhetos, rádios e pronunciamentos políticos. Em tempos de Guerra Fria, todos os mecanismos repressivos e de perseguição foram utilizados para minar a suposta “ameaça comunista” não só no Brasil, mas em toda América Latina.
Na prática, essa ameaça comunista era apenas um pretexto utilizado pelos Estados Unidos não só para justificar as arbitrariedades impostas aos seus países vizinhos, mas também para ampliar sua influência capitalista num mundo dividido ideológica e politicamente. Tal narrativa foi a base da conformação da Doutrina de Segurança Nacional (DSN) que, segundo o historiador Enrique Serra Padrós, influenciou a formação e as ações militares em toda América Latina.
Em linhas gerais, a DSN criou a imagem do “inimigo interno”, do “subversivo” que deveria ser eliminado e combatido por ser portador de ideias e influências contrárias ao regime defendido pelos Estados Unidos. Essa leitura também associava de forma vulgar e superficial o comunismo à tirania, à opressão e à barbárie.  “Outra associação identificou as organizações revolucionárias e os partidos políticos de esquerda com o fenômeno terrorista.”, explica Padrós em seu artigo “Repressão e violência: segurança nacional e terror de Estado nas ditaduras latino-americanas”.
Os primeiros meses de regime militar no Brasil foram de intenso desmonte do Estado democrático de direito: fechamento de partidos, cassação de mandatos, perseguição a militantes de esquerda e vigilância de espaços de atuação, como os sindicatos, agremiações e centro acadêmicos de universidades. A derrubada da Constituição configurou um período marcado pelo Estado de exceção. Nele, não havia direito ao voto, à greve, à representação política direta, à organização sindical ou direitos sociais garantidos.
Ao longo dos anos, as práticas já impostas em 1964 passaram não só por um incremento da repressão e da violência, como também por um respaldo legal. Os chamados Atos Institucionais davam aos governos militares capacidade cada vez mais ampla de atuação. O Ato Institucional n. 5 (AI-5) de 1968, por exemplo, concedia ao Presidente da República plena autonomia para governar o país sem as limitações previstas anteriormente na Constituição. Sendo assim, o presidente poderia atuar de acordo com os interesses dos grupos que financiavam seu regime e de forma arbitrária sem ser impedido. Nesse período, as atividades do Congresso Nacional, das Assembleias Legislativas e das Câmaras de Vereadores também foram suspensas.
O Art. 4 do AI-5 ainda previa a suspensão do direito de votar e ser votado nas eleições sindicais, proibição de atividades ou manifestação sobre assunto de natureza política; liberdade vigiada; além de determinações que endureciam a censura.
Neste contexto, o país viveu também a radicalização da esquerda. Diversas foram as organizações que optaram pela luta armada. Dentre elas, podemos citar a Guerrilha do Araguaia, a Var-Palmares (Vanguarda Armada Revolucionária Palmares), o Movimento Revolucionário 8 de outubro (MR-8) e a Ação Libertadora Nacional (ALN).
Não tiveram, no entanto, um destino promissor, apesar de atuarem pressionando o regime e expondo suas deficiências. Com a Doutrina de Segurança Nacional sendo aplicada através dos sistemas de vigilância e da atuação de organismos de repressão como o Destacamento de Operações de Informações – Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-CODI), o Dops (Departamento de Ordem Política e Social), o SNI (Serviço Nacional de Informações) e os operativos das Forças Armadas, a repressão se sofisticou, e os militantes de esquerda foram caindo pouco a pouco.
Exercitando a memória, relembremos dois casos desta repressão. O primeiro é a morte de Carlos Marighella, baiano, nascido em Salvador, que foi militante do Partido Comunista Brasileiro, pelo qual foi deputado. Sua trajetória, no entanto, foi encerrada em 4 de novembro de 1969, quando uma emboscada organizada por agentes de segurança do Estado resultou no seu assassinato.
Fundador do grupo armado Ação Libertadora Nacional (ALN), Marighella atuava na clandestinidade ao lado de seus companheiros e contra as repressões e arbitrariedades impostas pelo regime militar. Em setembro de 1969, a ALN participou do sequestro do embaixador norte-americano Charles Elbrick, em uma ação conjunta com o Movimento Revolucionário 8 de Outubro (MR-8). Em troca da liberação do embaixador, pedia-se a libertação de presos políticos o exílio dos mesmos em outros países.
Outro caso bastante emblemático sobre esse período é o de Vladimir Herzog. Jornalista da TV Cultura, o também militante do Partido Comunista Brasileiro foi chamado para depor no DOI-CODI em 24 de outubro de 1975. Vladimir foi preso com mais dois jornalistas, George Duque Estrada e Rodolfo Oswaldo Konder, e morreu em decorrência das torturas que sofreu.
No dia seguinte à sua morte, a grande imprensa noticiou que o jornalista da TV Cultura havia se suicidado nas instalações do DOI-CODI. Uma foto na qual ele aparece com um cinto em volta do pescoço foi amplamente difundida pelos veículos de comunicação. Foi preciso o final do regime militar para que se soubesse que a imagem tinha sido manipulada e que Herzog fora assassinado. Entre os companheiros de Herzog e os que lutaram contra a ditadura sabia-se, no entanto, que a manipulação da imagem era apenas uma das estratégias do governo contra a militância de esquerda.
Marighella e Herzog são dois dos inúmeros casos de assassinato, tortura e desaparecimento forçado registrados durante o período militar. A verdade é que a maioria dos militantes que lutaram contra o regime militar foi perseguida, presa, torturada, condenada, assassinada. Vale lembrar que a radicalização da luta contra a ditadura se deu, em grande medida, em função de inexistência de espaços mínimos de representação e de liberdade de expressão.
A Comissão Nacional da Verdade, criada em 2012, buscou reconstruir a história de muitos casos ainda não esclarecidos.  Além da CNV, Comissões Estaduais também trabalharam nos últimos anos para esclarecer esse passado de autoritarismo e repressão.
Durante uma de suas audiências em 2014, a CNV declarou que conseguiu fazer um levantamento sobre as operações que eram realizadas na chamada “Casa da Morte de Petrópolis”, Centro de Informações do Exército, que funcionou no início dos anos 1970 e para o qual foram levados militantes perseguidos e presos. Os testemunhos dão conta de que por essa casa passaram muitos militantes que ali foram assassinados e posteriormente desaparecidos por militares.
Na ocasião, o coronel reformado do Exército, Paulo Malhães, que foi chamado para depor na Comissão, contou em detalhes como o corpo dos presos era mutilado para que eles não fossem identificados por seus familiares.  O coronel afirmou ter desaparecido com o corpo do ex-deputado Rubens Paiva. “Quantos morreram?”, perguntou a Comissão. “Tantos quanto foram necessários”, declarou na época Malhães.
O regime militar acabou em 1985, apesar de que a nova Constituição só foi promulgada em 1988 e que as eleições diretas só aconteceram em 1989. Todo o processo de transição à democracia envolveu inúmeras disputas políticas e pressões de movimentos como os pela “Anistia Ampla, Geral e Irrestrita” do Comitê Brasileiro pela Anistia do final da década de 1970.
Na prática, porém, a transição foi um processo pactuado. A chamada abertura “lenta, gradual e segura” iniciada ainda no governo de Ernesto Geisel, da década de 1970, envolveu concessões e negociações entre o setor militar e os progressistas que, naquele momento, representavam o interesse dos que pediam o fim do regime.
As punições para os crimes cometidos pelos agentes da ditadura também continuaram sem acontecer. A Lei da Anistia de 1979, considerada por juristas como Celso Lafer uma “auto anistia” dos militares, impede que processos jurídicos sejam levados a cabo para investigar as acusações que recaem sobre membros das Forças Armadas e dos sistemas de vigilância do regime militar.
Em seu artigo “Justiça, História e Memória: reflexões sobre a Comissão da Verdade”, Lafer acredita que a Lei da Anistia foi responsável por impor um esquecimento das atrocidades cometidas pelo regime. O processo de abertura política iniciado no fim do regime não foi, como já citado acima, uma ruptura com as antigas bases políticas. Por outro lado, configurou-se como uma reforma gradualista que não impediu que antigos militares continuassem atuando, mesmo após o fim da ditadura, em questões fundamentais da nossa sociedade.
O período militar também deixou marcas na economia. Ao contrário da memória equivocada de boa parte da população brasileira que insiste em crer no “milagre econômico”, a ditadura resultou num aumento expressivo da inflação que, em 1983, chegou a ser de 239%. Somou-se a isso um endividamento externo de quase U$100 bilhões de dólares no final do regime. Durante o regime militar também houve a opção por abertura do mercado nacional ao capital estrangeiro, o que questiona o suposto discurso militar de defesa da “soberania e dos interesses nacionais”. Investigações históricas também comprovam a extensa prática de corrupção e lavagem de dinheiro entre militares e financiadores – nacionais e estrangeiros – que aportaram economicamente as arbitrariedades e operações repressivas do regime.
Em grande medida, a falta de discussão sobre as atrocidades cometidas pelos militares e inexistência da responsabilização desse setor pelas mortes, perseguições e torturas cometidos durante a ditadura militar é uma das causas para a visão equivocada de que este foi um período de prosperidade para o país.
As fontes históricas, os depoimentos e a documentação produzida pelos aparatos repressivos revelam, por sua vez, uma sociedade marcada pela perseguição, pela ameaça, pela privação dos direitos fundamentais e pela falta da liberdade política e de expressão.
Por isso, o atual pedido de intervenção militar por parte dos caminhoneiros não tem razão de existir! Se vivêssemos um cenário parecido com aquele que configurou a vida nacional entre 1964 e 1985, os caminhoneiros jamais seriam permitidos de ocupar o espaço público e estabelecer suas justas reivindicações como fazem agora. Pedir por intervenção militar, é questionar a democracia, é pedir por um tipo de governo que pode suprimir o direito de voto e de greve. Em outras palavras, é atuar contra o próprio movimento.
Além disso, a atual ameaça de Michel Temer de uma possível utilização do exército para fazer com que os caminhoneiros terminem a sua paralisação é mais uma das provas de que as Forças Armadas são um aparato institucional de prevenção e repressão.
Sendo assim, nós do Chico da Boleia acreditamos que é necessário lutar pelo fortalecimento das nossas instituições democráticas, em nome da defesa da Constituição brasileira e pela representatividade política dos setores sociais e dos interesses da categoria.
Nessa tarefa, faz-se imprescindível discutirmos as arbitrariedades, incoerências e violência que configuraram o regime militar brasileiro.  Conhecer o passado é sempre uma arma importante para atuarmos no presente e refletirmos sobre o futuro que queremos construir.
Leia mais sobre o assunto:
TELES, Edson. “Democracia de efeito moral”. Artigo disponível no link: http://blogdaboitempo.com.br/category/colunas/edson-teles/
ARAÚJO, Maria Paula [et ali]. Ditadura militar e democracia no Brasil: história, imagem e testemunho. Rio de Janeiro: Ponteio, 2012. O livro pode ser baixado através do link: http://www.historia.ufrj.br/pdfs/2013/livro_ditadura_militar.pdf
Documentário: “Hércules 56”, disponível em:  https://www.youtube.com/watch?v=xxPNQfNpkOo
Filme: “Batismo de Sangue” (2007), direção de Helvécio Ratton.
Larissa Jacheta Riberti é doutora em História Social pela Universidade Federal do Rio de Janeiro e colabora com o jornal Chico da Boleia desde 2012.