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PÁTRIA, NAÇÃO E CIDADANIA
Por Antonio Fernando Pinheiro Pedro
O Brasil, hoje, enfrenta um perigosíssimo processo de extinção do sentimento patriótico. Estamos nos tornando um país desprovido de sentimentos nobres.
Nossa nobreza de sentidos está sucumbindo pela deformidade cognitiva do que seja patriotismo, moral e civismo.
O patriota é aquele que ama seu país e procura servi-lo da melhor forma possível.
Patriotismo é um sentimento voluntário, unilateral, de amor e pertencimento. Revela a disposição de entrega à causa da pátria.
Crianças e velhos, cidadãos natos e estrangeiros (que aprenderam a amar o país), criminosos circunstanciais e encarcerados habituais… todos podem nutrir esse sentimento de pertencimento. Sentem-se dignos, porque o patriotismo é sinônimo de dignidade.
Exercer a cidadania é ter consciência de seus direitos e obrigações e incumbir-se de implementá-los cotidianamente.
Assim, é possível a existência de cidadãos que desprezam a pátria e não hesitam em fazer uso de sua integração à sociedade politicamente organizada para justamente conspirar contra ela. Poderão fazê-lo “exercendo sua cidadania”.
O patriotismo também não pode ser confundido com nacionalismo, embora este possa compor um dos aspectos idealistas do patriotismo.
Ou seja, nem todo patriota é nacionalista e o nacionalista nem sempre é patriota.
Para entender melhor a diferença entre patriotismo e nacionalismo, é preciso ter em mente os conceitos básicos de “nação” e “país”.
Nação é expressão cultural da pátria. Ela é intangível.
O País é expressão material do território e sua organização política. Ele é tangível.
Portanto, há nação sem país. Há países que abrigam expressões policulturais e há, também, países constituídos por várias nações.
Embevecidos com o próprio protagonismo, acadêmicos, políticos, gestores públicos, educadores, jornalistas, escritores, submeteram gerações de crianças e jovens a comportamentos ideológicos pendulares, massificados e descompromissados com um projeto de nação e de resgate dos valores da pátria.
No mundo, a reação á essa iconoclastia foi e tem sido radical e violenta – tragédias e conflitos armados, hoje, transcendem fronteiras, opondo religião, ecologismos e populismos à sanha globalizante da economia mundial.
(homenagem da comuna de Castelnuovo – Itália)
O aniversário da vitória do mundo contra o grande mal do nazismo na segunda grande guerra, festejada no último mês de maio, no entanto, sequer foi motivo de comemoração digna de nota no Brasil
No Brasil, o resultado dessa somatória de equívocos se traduziu na falta de identidade nacional com as políticas públicas de ensino e na ausência absoluta de valores morais na sociedade.
Nelson Rodrigues vaticinara que “os idiotas perderam a humildade”. Na verdade, esses personagens rodriguianos assumiram as rédeas da condução das políticas públicas. Para essa gente, nossos símbolos nacionais e seu significado histórico, são “coisas do passado”.
Ora, a ideologia é expressão social oriunda de segmentos economicamente articulados, que se pretendem hegemônicos na sociedade politicamente organizada.
Sendo assim, é patente que há uma ideologia expressando essa cultura iconoclasta que hoje destrói, sem causa, nosso patriotismo.
“O orgulho nacional é para os países o que a auto-estima é para os indivíduos: uma condição necessária para o aperfeiçoamento. O patriotismo é forma de orientação política”, afirma o filósofo norte-americano Richard Rorty, professor de literatura comparada e filosofia da Universidade de Stanford.
Por aqui, no Brasil, os valores nacionais parecem estar em extinção, na mesma proporção da autoestima do brasileiro.
No entanto, o orgulho nacional permanece latente. De uma forma ou outra, periodicamente, ele ressurge – ainda que na comemoração de uma vitória em um jogo de futebol (como dizia Nelson Rodrigues: “a pátria de chuteiras”).
A miserabilidade intelectual, contudo, é reversível – independe da situação econômica. Ela está ligada ao grande compromisso da pátria com a educação de seu povo.
O fato é um exemplo de como a falta de amor á pátria e a baixa auto-estima estão destruindo não apenas o sentimento de pertencimento do brasileiro, como também a história do Brasil e seu posicionamento no mundo.
O remédio, a saída, a cura, tudo enfim, está na educação!
Tratemos, pois, de resgatar o patriotismo como valor.
O nosso respeito e o respeito dos demais povos do planeta pelo Brasil, nossa pátria, e por nós próprios, brasileiros, passa pelo reconhecimento do valor e pelo resgate do patriotismo.
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