Considerado uma das maiores autoridades mundiais em genética de abelhas, Kerr foi diretor do INPA por duas ocasiões.
Faleceu aos 96 anos de idade, em Ribeirão Preto, em 15/9.
O professor Warwick Estevam Kerr, entomologista, agrônomo, geneticista e um dos maiores especialistas do mundo em abelhas. Formou-se e doutorou-se na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), onde também lecionou no Departamento de Genética. Warwick destacou-se como liderança e criador de instituições científicas. Primeiro diretor científico da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), de 1962 a 1964, foi por duas vezes diretor do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), de 1975 a 1979 e de 1999 a 2002. Presidiu a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) de 1969 a 1973.
A família lembra que Warwick fundou diversos departamentos de pesquisa e ensino nas universidades públicas brasileiras: de Biologia da Faculdade de Filosofia, Ciência e Letras de Rio Claro (Unesp), de Genética da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (USP), de Biologia da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), além de haver contribuído de forma marcante com o desenvolvimento do Instituto de Genética e Bioquímica da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), e que foi o primeiro cientista brasileiro a ser eleito Membro Estrangeiro da National Academy of Sciences dos Estados Unidos, tendo sido, ainda, membro titular da Academia do Terceiro Mundo.
Depois que se aposentou na USP, o pesquisador "escolheu, por vontade própria, morar no Maranhão", segundo registra a nota de pesar do curso de Biologia da UFMA, pois "queria contribuir para o avanço do ensino e da pesquisa em um dos estados mais pobres da nação, onde residiu por oito anos, tempo necessário para que fundasse o departamento de Biologia, o Laboratório de Genética (LabGeM) e o curso de Ciências Biológicas da Universidade Federal do Maranhão". Em 17 de abril de 2017, recebeu o título de "Professor Honoris Causa" da UFMA. Também foi reitor da Universidade Estadual do Maranhão (UEMA).
"Esteve sempre envolvido com pesquisas que renderam avanços no manejo e amansamento das abelhas africanas, hoje muito importantes na produção melífera brasileira, e que escaparam para o meio ambiente quando ele as introduziu no Brasil em 1956. Atuou sempre sob o princípio da indissociabilidade de ensino, pesquisa e extensão, buscando permanentemente estabelecer relações com a população e com os movimentos sociais, para transferir-lhes diretamente saberes e resultados de pesquisas", diz a nota da família, assinada pelas filhas Florence, Lucy, Jacira, Ligia Regina e Tânia e pelo filho Américo Sansigolo Kerr, professor do Instituto de Física da USP. A esposa, Lygia, faleceu em 2017.
"Suas convicções socialistas renderam-lhe duas detenções durante a ditadura militar instaurada em 1964 e uma constante vigilância por parte dos órgãos ditatoriais de segurança naquele período. Seu espírito generoso desde cedo o fez abraçar a utopia socialista, agindo por construirmos uma sociedade justa e igualitária onde a ciência e demais saberes estejam a serviço da maioria da população".
INPA, UFMA e UFU apontam contribuições notáveis de Warwick
O INPA emitiu nota de pesar que aponta a importância da sua passagem pela instituição: "Warwick Kerr deixa um legado tão importante para a ciência e formação de recursos humanos que a mais alta homenagem conferida pelo INPA, a Menção Honrosa Warwick Estevam Kerr, leva o nome dele por suas inestimáveis contribuições à Pós-Graduação, atividade que muito estimulou em toda sua vida por acreditar na importância da educação e formação de recursos humanos de qualidade para a Amazônia".
"Foi o Dr. Kerr, por exemplo, quem ajudou a trazer para o INPA vários dos seus atuais pesquisadores, incentivando e apoiando incondicionalmente a fundação de vários programas de pós-graduação, como o PPG em Entomologia, Ecologia e Biologia de Água Doce durante sua primeira gestão no INPA, assim como o Programa de Pós-Graduação em Genética, Conservação e Biologia Evolutiva (PPG-GCBEv) em sua segunda gestão.
Seu empenho constante em prol da educação e ciência no Brasil é plenamente demonstrado pela sua brilhante carreira científica, tendo atuado em remotas regiões brasileiras, como Maranhão e Amazonas, onde orientou inúmeros estudantes em nível de graduação e pós-graduação e contribuiu efetivamente para as FAPs [fundações de apoio à pesquisa] estaduais".
A UFMA registrou que Warwick possuía pós-doutorados na Columbia University e University of California System, ministrou aulas em universidades norte-americanas e publicou diversos livros na área de apicultura. "Os dados apontam para 648 trabalhos científicos, cujos escritos podem ser encontrados em revistas renomadas como a Science, Evolution e The American Naturalist".
A UFU, onde esteve por dois períodos (1988-1999 e 2003-2010), implantou o curso de Pós-Graduação em Genética e Bioquímica em nível de mestrado (1994) e de doutorado (1999) e desenvolveu pesquisas com abelhas, hortaliças e frutas, também expressou seu pesar pelo falecimento do pesquisador. "Uma mostra das condecorações e da produção científica do professor está disponível na Coleção Especial Dr. Warwick Estevam Kerr, na biblioteca do Campus Umuarama". Além de mencionar entre seus principais trabalhos a introdução no Brasil da abelha africana e o desenvolvimento da abelha "africanizada", a universidade destacou a descoberta de "um tipo de alface com 20 vezes mais vitamina A do que o comum". Na UFU, embora aposentado em 1992, Warwick orientou alunos, ministrou aulas e realizou pesquisas até 2012.
O reitor da UFU, Valder Steffen Júnior, enfatizou o papel de Warwick como educador, uma vez que formou diversas gerações de pesquisadores, obtendo por isso grande reconhecimento da comunidade científica nacional e internacional. "Dr. Kerr, além disso, sempre foi um ser humano muito afável. Todos aqueles que conviviam com ele se sentiam acolhidos. Sempre foi muito espirituoso, com uma palavra interessante, uma palavra nova, uma palavra de incentivo, de encorajamento às pessoas", observou. "Ele tinha ideias muito claras sobre a importância do sistema federal de ensino superior, da universidade pública, da universidade democrática".
Dr Warwick Estevam Kerr.
A Universidade Federal de Uberlândia (UFU) comunicou com pesar o falecimento do professor aposentado Warwick Estevam Kerr, do Instituto de Genética e Bioquímica. Entomologista, engenheiro agrônomo e geneticista
reconhecido internacionalmente, o professor Kerr faleceu no dia 15/9, por volta das 9 horas, em decorrência de uma parada cardíaca. Ele estava internado em um hospital de Ribeirão Preto (SP).
O professor completou 96 anos de idade em 9 de setembro. Ele era casado com dona Lygia, que faleceu em 2017. Deixa seis filhos. Em abril de 2017, o professor recebeu o título de “Professor Honoris Causa” da Universidade Federal do Maranhão (UFMA). O título é oferecido a personalidades que se distinguem pelo saber ou pela atuação em prol da Filosofia, das Ciências, da Técnica, das Artes e das Letras, ou ainda, pelo melhor entendimento entre os povos e/ou em defesa dos direitos humanos.
Na UFU (1988-1999 e 2003-2010), Kerr implantou o curso de Pós-Graduação em Genética e Bioquímica em nível de mestrado (1994) e de doutorado (1999) e prosseguiu com suas pesquisas com abelhas, hortaliças e frutas.
Além da UFU e da UFMA, o cientista atuou em diversas outras instituições ao longo de mais de 60 anos de carreira: Universidade de São Paulo (USP), Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Unesp), Fundação de Amparo à Pesquisa de São Paulo (Fapesp), Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia (Inpa), Universidade Estadual do Maranhão (Uema).
Uma mostra das condecorações e da produção científica do professor está disponível na Coleção Especial Dr. Warwick Estevam Kerr, na biblioteca do Campus Umuarama. Entre seus principais trabalhos está a introdução no Brasil da abelha africana, em 1956. Ele também desenvolveu um novo tipo de espécie de abelha, denominada "africanizada", que é mais dócil e grande produtora de mel. Outro destaque de suas pesquisas é a descoberta de um tipo de alface com 20 vezes mais vitamina A do que o comum. Além disso, Kerr foi presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, de 1969 até 1973. Em 1990, tornou-se o primeiro brasileiro a pertencer à Academia de Ciências dos Estados Unidos. Na UFU, embora aposentado em 1992, orientou alunos, ministrou aulas e realizou suas pesquisas até 2012.
Depoimento
Segundo o reitor da UFU, Valder Steffen Júnior, Dr. Kerr era a maior referência científica da UFU. O reitor lembra que ele formou diversas gerações de pesquisadores de tal forma que tem grande reconhecimento da comunidade científica nacional e internacional. “Dr. Kerr, além disso, sempre foi um ser humano muito afável. Todos aqueles que conviviam com ele se sentiam acolhidos. Sempre foi muito espirituoso, com uma palavra interessante, uma palavra nova, uma palavra de incentivo, de encorajamento às pessoas. Ele tinha ideias muito claras sobre a importância do sistema federal de ensino superior, da universidade pública, da universidade democrática”, destaca o reitor. Para Valder Steffen Júnior, o professor Kerr deixa, portanto, um legado muito significativo. “Em nome da UFU, desejamos manifestar nossa solidariedade à família, desejamos que Deus possa confortar a todos e deixar também patente nosso reconhecimento, a nossa apreciação pela enorme contribuição do Dr. Kerr durante os anos em que ele serviu como professor aqui na universidade”, ressalta.
Prof. Dr. Warwick Estevam Kerr manejando uma colônia de Melipona fasciculata no Meliponário em São Luís-MA, década de 1980 (Foto: arquivo pessoal)
Prof. Dr. Warwick Estevam Kerr e Prof. Dr. José de Ribamar Silva Barros em visita à Meliponário na Vila Nova, São Luís-MA, 2004 (Foto: arquivo pessoal)
Prof. Dr. Warwick Estevam Kerr e Prof. Dr. José de Ribamar Silva Barros em visita à Meliponário na Vila Nova, São Luís, 2004. (Foto: arquivo pessoal)
Conheça parte da trajetória do Dr Kerr e suas contribuições como pesquisador da UFU
A família lembra que Warwick fundou diversos departamentos de pesquisa e ensino nas universidades públicas brasileiras: de Biologia da Faculdade de Filosofia, Ciência e Letras de Rio Claro (Unesp), de Genética da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (USP), de Biologia da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), além de haver contribuído de forma marcante com o desenvolvimento do Instituto de Genética e Bioquímica da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), e que foi o primeiro cientista brasileiro a ser eleito Membro Estrangeiro da National Academy of Sciences dos Estados Unidos, tendo sido, ainda, membro titular da Academia do Terceiro Mundo.
Depois que se aposentou na USP, o pesquisador "escolheu, por vontade própria, morar no Maranhão", segundo registra a nota de pesar do curso de Biologia da UFMA, pois "queria contribuir para o avanço do ensino e da pesquisa em um dos estados mais pobres da nação, onde residiu por oito anos, tempo necessário para que fundasse o departamento de Biologia, o Laboratório de Genética (LabGeM) e o curso de Ciências Biológicas da Universidade Federal do Maranhão". Em 17 de abril de 2017, recebeu o título de "Professor Honoris Causa" da UFMA. Também foi reitor da Universidade Estadual do Maranhão (UEMA).
"Esteve sempre envolvido com pesquisas que renderam avanços no manejo e amansamento das abelhas africanas, hoje muito importantes na produção melífera brasileira, e que escaparam para o meio ambiente quando ele as introduziu no Brasil em 1956. Atuou sempre sob o princípio da indissociabilidade de ensino, pesquisa e extensão, buscando permanentemente estabelecer relações com a população e com os movimentos sociais, para transferir-lhes diretamente saberes e resultados de pesquisas", diz a nota da família, assinada pelas filhas Florence, Lucy, Jacira, Ligia Regina e Tânia e pelo filho Américo Sansigolo Kerr, professor do Instituto de Física da USP. A esposa, Lygia, faleceu em 2017.
"Suas convicções socialistas renderam-lhe duas detenções durante a ditadura militar instaurada em 1964 e uma constante vigilância por parte dos órgãos ditatoriais de segurança naquele período. Seu espírito generoso desde cedo o fez abraçar a utopia socialista, agindo por construirmos uma sociedade justa e igualitária onde a ciência e demais saberes estejam a serviço da maioria da população".
INPA, UFMA e UFU apontam contribuições notáveis de Warwick
O INPA emitiu nota de pesar que aponta a importância da sua passagem pela instituição: "Warwick Kerr deixa um legado tão importante para a ciência e formação de recursos humanos que a mais alta homenagem conferida pelo INPA, a Menção Honrosa Warwick Estevam Kerr, leva o nome dele por suas inestimáveis contribuições à Pós-Graduação, atividade que muito estimulou em toda sua vida por acreditar na importância da educação e formação de recursos humanos de qualidade para a Amazônia".
"Foi o Dr. Kerr, por exemplo, quem ajudou a trazer para o INPA vários dos seus atuais pesquisadores, incentivando e apoiando incondicionalmente a fundação de vários programas de pós-graduação, como o PPG em Entomologia, Ecologia e Biologia de Água Doce durante sua primeira gestão no INPA, assim como o Programa de Pós-Graduação em Genética, Conservação e Biologia Evolutiva (PPG-GCBEv) em sua segunda gestão.
Seu empenho constante em prol da educação e ciência no Brasil é plenamente demonstrado pela sua brilhante carreira científica, tendo atuado em remotas regiões brasileiras, como Maranhão e Amazonas, onde orientou inúmeros estudantes em nível de graduação e pós-graduação e contribuiu efetivamente para as FAPs [fundações de apoio à pesquisa] estaduais".
A UFMA registrou que Warwick possuía pós-doutorados na Columbia University e University of California System, ministrou aulas em universidades norte-americanas e publicou diversos livros na área de apicultura. "Os dados apontam para 648 trabalhos científicos, cujos escritos podem ser encontrados em revistas renomadas como a Science, Evolution e The American Naturalist".
A UFU, onde esteve por dois períodos (1988-1999 e 2003-2010), implantou o curso de Pós-Graduação em Genética e Bioquímica em nível de mestrado (1994) e de doutorado (1999) e desenvolveu pesquisas com abelhas, hortaliças e frutas, também expressou seu pesar pelo falecimento do pesquisador. "Uma mostra das condecorações e da produção científica do professor está disponível na Coleção Especial Dr. Warwick Estevam Kerr, na biblioteca do Campus Umuarama". Além de mencionar entre seus principais trabalhos a introdução no Brasil da abelha africana e o desenvolvimento da abelha "africanizada", a universidade destacou a descoberta de "um tipo de alface com 20 vezes mais vitamina A do que o comum". Na UFU, embora aposentado em 1992, Warwick orientou alunos, ministrou aulas e realizou pesquisas até 2012.
O reitor da UFU, Valder Steffen Júnior, enfatizou o papel de Warwick como educador, uma vez que formou diversas gerações de pesquisadores, obtendo por isso grande reconhecimento da comunidade científica nacional e internacional. "Dr. Kerr, além disso, sempre foi um ser humano muito afável. Todos aqueles que conviviam com ele se sentiam acolhidos. Sempre foi muito espirituoso, com uma palavra interessante, uma palavra nova, uma palavra de incentivo, de encorajamento às pessoas", observou. "Ele tinha ideias muito claras sobre a importância do sistema federal de ensino superior, da universidade pública, da universidade democrática".
Dr Warwick Estevam Kerr.
A Universidade Federal de Uberlândia (UFU) comunicou com pesar o falecimento do professor aposentado Warwick Estevam Kerr, do Instituto de Genética e Bioquímica. Entomologista, engenheiro agrônomo e geneticista
reconhecido internacionalmente, o professor Kerr faleceu no dia 15/9, por volta das 9 horas, em decorrência de uma parada cardíaca. Ele estava internado em um hospital de Ribeirão Preto (SP).
O professor completou 96 anos de idade em 9 de setembro. Ele era casado com dona Lygia, que faleceu em 2017. Deixa seis filhos. Em abril de 2017, o professor recebeu o título de “Professor Honoris Causa” da Universidade Federal do Maranhão (UFMA). O título é oferecido a personalidades que se distinguem pelo saber ou pela atuação em prol da Filosofia, das Ciências, da Técnica, das Artes e das Letras, ou ainda, pelo melhor entendimento entre os povos e/ou em defesa dos direitos humanos.
Na UFU (1988-1999 e 2003-2010), Kerr implantou o curso de Pós-Graduação em Genética e Bioquímica em nível de mestrado (1994) e de doutorado (1999) e prosseguiu com suas pesquisas com abelhas, hortaliças e frutas.
Além da UFU e da UFMA, o cientista atuou em diversas outras instituições ao longo de mais de 60 anos de carreira: Universidade de São Paulo (USP), Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Unesp), Fundação de Amparo à Pesquisa de São Paulo (Fapesp), Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia (Inpa), Universidade Estadual do Maranhão (Uema).
Uma mostra das condecorações e da produção científica do professor está disponível na Coleção Especial Dr. Warwick Estevam Kerr, na biblioteca do Campus Umuarama. Entre seus principais trabalhos está a introdução no Brasil da abelha africana, em 1956. Ele também desenvolveu um novo tipo de espécie de abelha, denominada "africanizada", que é mais dócil e grande produtora de mel. Outro destaque de suas pesquisas é a descoberta de um tipo de alface com 20 vezes mais vitamina A do que o comum. Além disso, Kerr foi presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, de 1969 até 1973. Em 1990, tornou-se o primeiro brasileiro a pertencer à Academia de Ciências dos Estados Unidos. Na UFU, embora aposentado em 1992, orientou alunos, ministrou aulas e realizou suas pesquisas até 2012.
Depoimento
Segundo o reitor da UFU, Valder Steffen Júnior, Dr. Kerr era a maior referência científica da UFU. O reitor lembra que ele formou diversas gerações de pesquisadores de tal forma que tem grande reconhecimento da comunidade científica nacional e internacional. “Dr. Kerr, além disso, sempre foi um ser humano muito afável. Todos aqueles que conviviam com ele se sentiam acolhidos. Sempre foi muito espirituoso, com uma palavra interessante, uma palavra nova, uma palavra de incentivo, de encorajamento às pessoas. Ele tinha ideias muito claras sobre a importância do sistema federal de ensino superior, da universidade pública, da universidade democrática”, destaca o reitor. Para Valder Steffen Júnior, o professor Kerr deixa, portanto, um legado muito significativo. “Em nome da UFU, desejamos manifestar nossa solidariedade à família, desejamos que Deus possa confortar a todos e deixar também patente nosso reconhecimento, a nossa apreciação pela enorme contribuição do Dr. Kerr durante os anos em que ele serviu como professor aqui na universidade”, ressalta.
Prof. Dr. Warwick Estevam Kerr manejando uma colônia de Melipona fasciculata no Meliponário em São Luís-MA, década de 1980 (Foto: arquivo pessoal)
Prof. Dr. Warwick Estevam Kerr e Prof. Dr. José de Ribamar Silva Barros em visita à Meliponário na Vila Nova, São Luís-MA, 2004 (Foto: arquivo pessoal)
Prof. Dr. Warwick Estevam Kerr e Prof. Dr. José de Ribamar Silva Barros em visita à Meliponário na Vila Nova, São Luís, 2004. (Foto: arquivo pessoal)
Conheça parte da trajetória do Dr Kerr e suas contribuições como pesquisador da UFU
1922 – ao 9 de setembro, nasce Warwick Estevam Kerr em Santana do Parnaíba-SP;
1945 – graduou-se como Engenheiro Agrônomo pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Exala), vinculada à Universidade de São Paulo (USP);
1946 – foi contratado como Professor Assistente no Departamento de Genética da Esalq/USP;
1948 – defendeu Tese de Doutoramento sobre a vida das abelhas nativas, sem ferrão, do gênero Melipona;
Também em 1948, obteve o título de Livre Docente
1951 – obteve o Título de Pós-Doutorado na Universidade da Califórnia nos EUA;
1952 – obteve o Título de Pós-Doutorado, na Columbia University, em Nova Iorque;
1954 – (a 1958) é recontratado como professor colaborador da Esalq/USP;
1956 - introduziu as rainhas africanas (Apis Adansonii) no Brasil. Espécie mais produtivas que as europeias presentes no país;
1958 – foi para Rio Claro-SP onde criou o Curso de Biologia, na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de (FFCL) de Rio Claro, atual Unesp.
1961 – tornou-se o primeiro Diretor Científico da Fundação de Amparo à Pesquisa de São Paulo (FAPESP), dirigindo a instituição até 1964;
1963 – preside a Sociedade Brasileira de Genética até 1967;
1964 – na Faculdade de Medicina da Ribeirão Preto (FMRP) da USP, implantou o Departamento de Genética e criou o primeiro Curso de Genética em uma Faculdade de Medicina no Brasil;
1969 – assume e presidência da Sociedade Brasileira Para o Progresso da Ciência (SBPC), e a dirige até 1973;
1970 – criou o Curso de Pós-Graduação em Genética da FMRP e deu início à Pesquisa com Abelhas em uma Faculdade de Medicina, sendo o único sendo Engenheiro Agrônomo na equipe de pesquisadores que iniciaram o estudo que, em sua maioria, era composta por Biólogos;
1975 – assumiu a Direção do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), onde permanece até 1979;
1977 – torna-se membro da Comissão Internacional de Genética, atuando até 1984;
1979 – retorna à USP de Ribeirão Preto, onde se aposenta em 1981;
1981 – como Professor Visitante, vai para a Universidade Federal do Maranhão (UFM), onde cria o Curso de Biologia e, simultaneamente, atua na Universidade Estadual do Maranhão (Uema), até 1988, em ambas as instituições;
1987 – a convite do Governador do Estado do Maranhão, Epitáfio Cafeteira, assumiu, o cargo de Reitor da Universidade Estadual do Maranhão;
1988 – passou a compor o corpo docente da Universidade Federal de Uberlândia, a convite da pesquisadora Drª Ana Bonetti do IBTEC, onde atua como professor Titular e Coordenador de Pós-Graduação até 1999;
1990 – é convidado a ser Membro Estrangeiro da National Academy of Sciences of the USA, sendo um dos primeiros brasileiros a ser convidado para essa Academia;
1994 – implantou o Programa de Pós-Graduação em Genética e Bioquímica na UFU, iniciando o Curso de Mestrado;
1998 – na UFU, o professor Kerr, desenvolveu uma alface supervitaminada, por meio de melhoramento genético. A pesquisa cruzou as cultivares “Moreninha de Uberlândia” e “Vitória de Santo Antão” e conseguiu uma cultivar de alface com 10.200 unidades de vitamina A.
1999 – volta a dirigir o Inpa, cargo que exerceu até 2002;
1999 – implantou o Curso de Doutorado em Genética e Bioquímica da UFU, onde permaneceu até 2012, orientando alunos de Iniciação Científica, Mestrado e Doutorado, nas Linhas de Pesquisa: Genética da Determinação de Sexo e Castas em Abelhas sem Ferrão; Biologia e Estrutura Populacional de Abelhas; Melhoramento de Espécies Hortícolas e Frutíferas.
Em 1999, Dr Kerr figura entre os 30 Cientistas do Século XX, ao lado de Santos Dumont, Einstein, Sabin e Osvaldo Cruz.
2003 – o INPA instituiu a Medalha Warwick Estevam Kerr, concedida àqueles que prestam relevantes serviços à Pós-Graduação na Amazônia;
2003 – atua como professor voluntário no Instituto de Genética e Bioquímica da UFU até 2010;
2012 – a UFU instituiu o Prêmio Warwick Estevam Kerr para alunos que se destacam em pesquisa;
2016 – inaugura inaugurada a Coleção Especial Dr. Warwick Estevam Kerr na Biblioteca Setorial do Campus Umuarama da UFU, com o acervo pessoal do cientista;
2018 – falece em 17 de setembro em Ribeirão Preto, SP.
QUER SABER MAIS, ASSISTA A SEGUIR O RELATO DE SUA FILHA... DRA lUCY KERR
UMA LACUNA QUE NUNCA SERÁ PREENCHIDA.
1999 – implantou o Curso de Doutorado em Genética e Bioquímica da UFU, onde permaneceu até 2012, orientando alunos de Iniciação Científica, Mestrado e Doutorado, nas Linhas de Pesquisa: Genética da Determinação de Sexo e Castas em Abelhas sem Ferrão; Biologia e Estrutura Populacional de Abelhas; Melhoramento de Espécies Hortícolas e Frutíferas.
Em 1999, Dr Kerr figura entre os 30 Cientistas do Século XX, ao lado de Santos Dumont, Einstein, Sabin e Osvaldo Cruz.
2003 – o INPA instituiu a Medalha Warwick Estevam Kerr, concedida àqueles que prestam relevantes serviços à Pós-Graduação na Amazônia;
2003 – atua como professor voluntário no Instituto de Genética e Bioquímica da UFU até 2010;
2012 – a UFU instituiu o Prêmio Warwick Estevam Kerr para alunos que se destacam em pesquisa;
2016 – inaugura inaugurada a Coleção Especial Dr. Warwick Estevam Kerr na Biblioteca Setorial do Campus Umuarama da UFU, com o acervo pessoal do cientista;
2018 – falece em 17 de setembro em Ribeirão Preto, SP.
QUER SABER MAIS, ASSISTA A SEGUIR O RELATO DE SUA FILHA... DRA lUCY KERR
UMA LACUNA QUE NUNCA SERÁ PREENCHIDA.
UM MESTRE QUE ENSINOU, SEMEOU, LUTOU PELA CIÊNCIA DEIXANDO MARCAS QUE PERMANECERÃO PARA SEMPRE EM NOSSAS MENTES E CORAÇÕES!
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