terça-feira, 6 de outubro de 2015

11.672 – LESLIE KEELEY TERIA ENCONTRADO A CURA PARA O ALCOOLISMO NO SÉCULO 19, MAS SUA FÓRMULA MISTERIOSA NUNCA FOI REVELADA....

11.672 – LESLIE KEELEY TERIA ENCONTRADO A CURA PARA O ALCOOLISMO NO SÉCULO 19, MAS SUA FÓRMULA MISTERIOSA NUNCA FOI REVELADA....



A tradução literal seria “A Cura de Ouro de Keeley”. O objetivo era se livrar do vício do álcool. Quando os pacientes buscavam tratamento, recebiam um quarto agradável, encorajamento e quatro injeções de bicloreto de ouro por dia.
A substância era, obviamente, um segredo. A questão é que essa substância não existia, mas funcionava. O resto da comunidade médica estava curiosa para descobrir qual era o medicamento dado aos seus paciente. Eles arrancariam o “ouro” de Keeley a qualquer custo. Algumas amostras não eram difíceis de serem obtidas. Keeley vendia frascos de uma versão da cura para serem tomados por via oral, assim que o paciente chegasse em casa.
Mas eram as injeções que fascinaram as pessoas, que, muitas vezes, entravam no instituto disfarçados de alcoólatras ou de trabalhadores do instituto para tentar obter amostras. Muitos deles conseguiam o material para investigação da substância, mas cada análise produzia resultados diferentes. Alguns cientistas encontraram traços de álcool na composição. Alguns encontraram vestígios de extrato de coca. Outros encontraram estricnina, casca de salgueiro, amônia e aloe vera (popularmente chamada de babosa). Muitos encontraram vestígios de sais de ouro, mas ninguém poderia explicar por que aquilo realmente funcionava.
Alguns cientistas acreditavam que tudo não passava de um placebo, que incentivava os pacientes por conta do ouro, dando a impressão de que eles estavam recebendo um tratamento de alta classe e caro. Um químico afirmou que as injeções eram apenas sedativos.
Keeley nunca revelou o segredo de sua “substância de cura”. Independentemente disso, centros de Keeley ficaram populares durante todo o final de 1800 e início de 1900, e a última existiu até 1965.
Alguns teóricos da conspiração acreditam que Keeley realmente tinha encontrado um tratamento eficaz, mas foi suprimido. A maioria dos médicos, agora, acreditam que Keeley tinha uma alta taxa de sucesso, porque seus centros davam a cada pessoa uma atenção individual e incentivo. Visto dessa forma, ele fez uma descoberta médica até hoje desconhecida.
Não se tem notícia de clínicas que pratiquem o mesmo método ao redor do mundo. Também não se sabe se de fato existia algum fármaco descoberto por ele que conseguia ajudar os alcoólatras a saírem do vício. O fato é que, sendo ou não placebo, o número de pessoas que conseguiam abandonar completamente o álcool era bastante grande.

11.256 – DESCULPA DE BÊBADO – EXISTE AMNÉSIA ALCOÓLICA?

Vodca não é água, não!!!
“Amnésia alcoólica existe, sim. E é inclusive bem comum após a ingestão excessiva de álcool”, afirma o psiquiatra Arthur Guerra, supervisor do Grupo de Estudos sobre Álcool e Drogas da USP.
Se você beber pouco, vai ficar animado, falante e lembrar de tudo. Mas, com o acúmulo de doses, o álcool passa de estimulante a sedativo. “É como passar por uma endoscopia: você não recorda o que houve um pouco antes, durante e logo após o exame”, diz Carlos Salgado, presidente da Associação Brasileira de Estudos do Álcool e Outras Drogas.
O que não significa que memória de bêbado não tem dono. “É como se elas tivessem uma senha e, para destravá-las, fosse preciso reproduzir as condições em que foram adquiridas”, diz o neurocientista da USP Gilberto Xavier. Ou seja, para relembrar o que aconteceu durante uma bebedeira, o jeito é beber de novo

11.044 – EXCESSO DE ÁLCOOL NA MEIA-IDADE AUMENTA RISCO DE DERRAME

Beber mais de duas doses de álcool por dia na meia-idade, entre os 40 e os 60 anos, aumenta a probabilidade de sofrer um derrame mais do que fatores de risco tradicionais, como hipertensão e diabetes. A conclusão é de um estudo publicado na quinta-feira no periódico Stroke, da Associação Americana do Coração.
Pesquisadores analisaram dados de 11.644 gêmeos suecos, acompanhados por 43 anos. Eles compararam o impacto do álcool entre pessoas que bebiam pouco (menos de metade de uma dose por dia) a muito (mais de duas doses diárias).
Quase 30% dos participantes tiveram derrame. Entre gêmeos idênticos, aqueles que sofreram um AVC bebiam mais do que seus irmãos que não sofreram, sugerindo que o derrame não estava condicionado à genética e ao estilo de vida na infância e adolescência.
Os autores descobriram que os indivíduos que bebiam muito tinham 34% mais risco de sofrer um derrame do que aqueles que bebiam pouco. Para homens na meia-idade, o alto consumo de álcool também se mostrou um maior fator de risco para AVC do que hipertensão e diabetes. Por volta dos 75 anos, porém, a tendência se inverteu: o diabetes e a pressão alta passaram a ser os maiores vilões do derrame.

11.029 – SAÚDE – O AA (ALCOÓLICOS ANONIMOS)

 
 
 
 
 
 
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ALCOOLICOS-ANONIMOS
É uma irmandade que congrega portadores de alcoolismo, uma doença incurável. Sua proposta é ajudar o alcoólico a parar de beber.
Para ser admitido no AA, não existem taxas nem mensalidades. A única exigência é o desejo de abandonar a bebida. Ninguém declara endereço ou profissão, classe social ou poder econômico, ideologia política ou crença religiosa. Analisando, porém, a composição dos diferentes grupos, conclui-se que todos os extratos sociais estão neles representados.
Os membros do AA são protegidos pelo mais absoluto anonimato que, além de preservar a identidade dos alcoólicos, afasta qualquer idéia de projeção pessoal ou de terceiros que possa contaminar a estrutura da irmandade, regulamentada pelas Tradições (normas condensadas pelos pioneiros e aprovadas democraticamente que asseguram a unidade da instituição).
Apesar de não se vincular a nenhuma religião ou seita, o AA prega ser impossível vencer o alcoolismo sem a proteção de um ser superior, de um ente supremo que ajude o alcoólico a manter a sobriedade.
Dinâmica das reuniões
Ao chegar ao AA, o alcoólico é recepcionado por companheiros que abandonaram a bebida há algum tempo, embora todos digam que hoje conseguiram evitar o primeiro gole. A reunião começa com uma prece encontrada num necrotério dos EUA, cuja mensagem se encaixa perfeitamente na filosofia da irmandade.
A seguir, têm lugar os depoimentos dos veteranos que, ao expor uma história de vida muito semelhante à dos recém-chegados, provocam neles identificação profunda. “É sempre o mesmo drama, só mudam os atores”, reconhece Cláudio, um alcoólico em recuperação. “É começar a beber, viver um primeiro momento de satisfação e euforia, para depois tornar-se dependente, perder a credibilidade, a razão, a moral, a vontade de viver”. Infelizmente o alcoolismo é uma doença progressiva e de difícil controle.
Depois a palavra é dada aos novatos que farão uso dela se quiserem. Nada é obrigatório no AA. O primeiro passo para a recuperação é admitir que existe uma doença, o alcoolismo, porque enfrentar o problema e alcançar a sobriedade só é possível se houver esforço e empenho pessoal do interessado. Mesmo que haja recaídas (o alcoolismo é uma doença recidivante), as portas do AA estarão sempre abertas e os companheiros acolherão o dependente que retorna sem críticas nem censuras.
As reuniões são lideradas por um coordenador diferente a cada dia, a quem cabe abrir a sessão e organizar ordem dos depoimentos.A organizaçãoNo AA todos são iguais. Não existem chefes. Segundo um de seus membros, “o único chefe é o resultado da consciência coletiva que se manifesta através de um Deus amantíssimo”. Qualquer decisão, depois de debatida, é posta em votação e vence a vontade da maioria. Essa organização, aparentemente anárquica, funciona sem deslizes, porque todos estão imbuídos da responsabilidade que têm perante si mesmos e o grupo.
O AA não aceita doações de particulares nem de órgãos públicos ou privados. Não aceita, também, trabalho voluntário. Os encargos ficam todos por conta dos membros da irmandade composta apenas por alcoólicos. Há três cargos, entretanto, que podem ser ocupados por não-alcoólicos: presidência da junta de custódio, tesouraria geral e segunda vice-presidência.

10.791 – DESCULPA DE BÊBADO – BEBER ÁLCOOL MODERADAMENTE É SAUDÁVEL APENAS PARA POUCOS

Um novo estudo realizado na Universidade de Gotemburgo, na Suécia, traz uma notícia boa e uma nem tanto para os apreciadores de uma boa bebida alcoólica: os testes confirmam que o consumo moderado de álcool pode proteger contra doenças coronárias. Entretanto, isso só acontece com 15% das pessoas, os privilegiados que possuem um genótipo específico.
O estudo incluiu 618 suecos com doença coronariana e um grupo de 3.000 indivíduos saudáveis em um grupo de controle. Os indivíduos foram divididos em várias categorias com base na quantidade de álcool consumido. Enquanto isso, eles foram testados a fim de identificar um genótipo específico (chamado CETP TaqIB) que estudos anteriores tinham associado a um papel importante nos benefícios para a saúde através do consumo de álcool.
O consumo moderado de álcool ajuda a proteger as pessoas com o tal genótipo contra doenças coronárias. “Em outras palavras, o consumo moderado tem um efeito protetor entre apenas 15% da população em geral”, diz Dag Thelle, da Universidade de Gotemburgo.
Baseados no estudo, os pesquisadores acreditam que conselhos frequentemente dados sobre os benefícios para a saúde com o consumo moderado de álcool são muito radicais. “O consumo moderado sozinho não tem um forte efeito protetor”, diz Lauren Lissner, que também participou do estudo. “Nem este genótipo específico. Mas a combinação dos dois reduz significativamente o risco de doença cardíaca coronária”.
O código genético da Proteína de Transferência de Colesterol Esterificado (CETP) afeta o colesterol HDL, aquele que é “bom” e cardio-protetor, pois remove o excesso de lipídios a partir dos vasos sanguíneos. Uma hipótese é que o álcool atinge a CETP de uma forma que beneficia o colesterol HDL. Uma segunda hipótese é que o álcool contém antioxidantes protetores saudáveis. Os investigadores acreditam que uma ou ambas as hipóteses podem estar certas, mas os mecanismos pelos quais o colesterol HDL ou antioxidantes poderiam atuar permanecem desconhecidos.
“Nosso estudo representa um passo na direção certa, mas são necessárias muitas mais pesquisas. Partindo do princípio de que somos capazes de descrever esses mecanismos, pode ser uma simples questão de um dia realizarmos testes genéticos e determinar se alguém pertence aos 15%. A coisa mais importante é identificar novos meios de utilizar os recursos do corpo para prevenir a doença cardíaca coronária”.
Parada brusca pode fazer mal
De acordo com uma revisão de estudos sobre o assunto, alcoólatras em abstinência correm os mesmos riscos de saúde de quando ainda estão bebendo cronicamente.
Beber álcool é uma prática comum para aliviar o estresse, já que a substância altera os níveis de neurotransmissores no cérebro. No entanto, beber cronicamente tem sido ligado a altos níveis de cortisol, o hormônio do estresse, o que pode ser perigoso para a saúde.
Agora, uma revisão de pesquisas que envolveu cientistas do King’s College London, da Universidade de Kentucky e da Universidade de Londres, dentre outras instituições, chegou à conclusão de que alcoólatras que se abstém de beber também mostram grandes níveis de cortisol e estão expostos aos mesmos perigos de saúde.

10.124 – ALCOOLISMO – O QUE O ÁLCOOL FAZ COM O SEU CÉREBRO

Imagine você acordando em uma cama ou um sofá de um lugar totalmente desconhecido com aquele gosto de “cabo de guarda-chuva”, uma dor de cabeça fenomenal e nenhuma lembrança da noite anterior, parecendo uma cena de “Se Beber Não Case”. Você já passou por isso ou conhece alguém que tem uma história parecida com essa?
Pois a amnésia depois de ter bebido exageradamente é algo que acontece com frequência com muitas pessoas e pode ser muito perigoso, em diversos aspectos, você sabe. Mas você tem conhecimento de por que e como exatamente esse apagão acontece em seu cérebro?
Primeiro é preciso saber que nem todos os apagões são iguais. Existem dois tipos deles: o “em bloco” e o “fragmentado”, segundo um estudo do National Institute of Alcohol Abuse and Alcoholism. Como seus nomes sugerem, os apagões fragmentados fazem com que o beberrão não se lembre de momentos em pequenos períodos de tempo, enquanto os apagões em bloco referem-se a períodos maiores.
As pessoas que sofrem apagões fragmentados, por vezes referidos como “blecautes”, geralmente podem recordar de acontecimentos esquecidos. São como aqueles flashes de acontecimentos da noite passada que você lembra quando a ressaca já está passando.
Já quem tem os blecautes em bloco não têm tanta sorte, pois, nesse caso, a amnésia é praticamente total. Nesse último caso, a pessoa só vai ficar sabendo do que aconteceu na noite anterior de bebedeira quando os amigos contarem alguma coisa ou quando o indivíduo assistir a um vídeo seu da festa em situações provavelmente constrangedoras.
Entretanto, os cientistas afirmam que ambos os tipos de apagões são causados pela mesma coisa: um fenômeno neurofisiológico que acontece devido a um rompimento químico no hipocampo do cérebro, que é uma região essencial para a formação da memória.
Por essa razão, o álcool interfere nos receptores no hipocampo que transmitem o glutamato, um composto que transporta sinais entre os neurônios. Durante esta interferência, o álcool impede que alguns receptores trabalhem, enquanto ativa outros.
Este processo faz com que os neurônios criem esteroides que, em seguida, evitam que os neurônios se comuniquem uns com os outros corretamente, prejudicando, assim, a chamada potenciação de longa duração (long-term potentiation – LTP), um processo necessário para o aprendizado e para a memória.
Em termos mais simples, o efeito é semelhante à amnésia anterógrada, em que o cérebro perde temporariamente a capacidade de criar novas memórias. E, claro, isso pode causar sérias consequências.
As pessoas que sofrem esses blecautes totais tendem a apresentar um alto nível de intoxicação, durante o qual elas não mantêm seu melhor julgamento, aumentando o risco de um comportamento perigoso, como ter relações sexuais desprotegidas ou dirigir um carro.
Você deve estar cansado de saber que é necessário se alimentar antes de beber ou durante. O estômago vazio é uma das piores armadilhas para cair na bebedeira da amnésia. Portanto, estar com a barriguinha mais cheia ajuda. Não comer fará com que seu nível de álcool no sangue se eleve mais rapidamente, mas só isso não resolve.
Beber em menor quantidade e mais devagar também é importante. Além disso, alternar os drinks com água pura também pode ajudar bastante para evitar a desidratação que o álcool causa.
Pesquisas mostram que o principal culpado de um apagão é um pico rápido e forte no conteúdo de álcool no sangue. As mulheres podem ter mais dificuldade em evitar os apagões, pois seus aumentos no conteúdo de álcool no sangue acontecem mais rapidamente do que nos homens.
Não só elas tendem a ter menos água em seus corpos para dispersar o álcool, como também têm menos deidrogenase gástrica, uma enzima que decompõe o álcool.
Também parece haver uma tendência de as pessoas tentarem reverter o estado “pré-apagão” quando começam a perceber que a coisa está ficando feia. Nesse momento, é melhor trocar a bebida por muita água ou até algo açucarado para não apagar. Porém, o melhor caminho ainda para evitar essas situações é simplesmente não beber ou se limitar a uma taça de vinho ou poucos copos de cerveja.

9822 – MEDICINA – ÁLCOOL E SISTEMA HEPÁTICO


enzima alcool
O fígado normal
O funcionamento normal do fígado é essencial à vida. O fígado é o maior e, em alguns aspectos, o mais complexo órgão do corpo humano. Uma de suas principais funções é degradar as substâncias tóxicas absorvidas do intestino ou produzidas em outras áreas do corpo e, em seguida, excretá-las pela bile ou pelo sangue como subprodutos inofensivos.
Além disto, o fígado secreta bile no intestino delgado para ajudar na digestão e absorção de gorduras, armazena vitaminas, sintetiza proteínas e colesterol, metaboliza e armazena açúcares. O fígado controla a viscosidade sanguínea e regula os mecanismos de coagulação.
O fígado é um órgão particularmente suscetível aos danos provocados pelo álcool pois ele é o principal sítio de metabolização desta substância no organismo.
Além do fígado ser um dos maiores órgãos do corpo humano, ele apresenta a capacidade de regenerar-se, consequentemente, os sintomas relacionados à lesão hepática provocada pelo álcool podem não aparecer até que esta seja realmente extensa. No sexo masculino, esta condição pode ser alcançada pelo uso de aproximadamente 2 litros de cerveja, 1 litro de vinho ou 240 ml de bebidas destiladas ingeridas diariamente por pelo menos 20 anos. Nas mulheres, a quantidade necessária para produzir prejuízos semelhantes é de apenas ¼ à ½ deste montante.
O consumo diário de bebida alcoólica, por um longo período de tempo, é uma condição fortemente associada ao desenvolvimento de lesões hepáticas, porém, apenas metade dos usuários que a consomem com esta frequência vão desenvolver hepatite ou cirrose alcoólica. Estes achados sugerem que outras condições como: hereditariedade, fatores ambientais ou ambos devam influenciar no curso da doença hepática.
Metabolismo do álcool
A maior parte do álcool ingerido é metabolizado no fígado pela ação da enzima álcool desidrogenase (ADH). Esta enzima converte o álcool em acetaldeído, que mesmo em pequenas concentrações, é tóxico para o organismo. A enzima aldeído desidrogenase (ALDH), por sua vez, converte o acetaldeído em acetato. A maior parte do acetato produzido, atinge outras partes do organismo pela corrente sanguínea onde participa de outros ciclos metabólicos.
O sistema de enzimas microssomais oxidativas (SEMO) pertencem à família dos citocromos e compreendem um sistema alternativo de metabolização do álcool no fígado. O SEMO transforma o álcool em acetaldeído pela ação do citocromo P450 2E1 ou CYP2E1 presentes nas células hepáticas.
Tipos de lesões hepáticas provocadas pelo álcool
Em indivíduos que fazem uso abusivo do álcool as doenças hepáticas mais encontradas são:
1. Esteatose alcoólica (fígado gorduroso). A deposição de gordura ocorre em quase todos os indivíduos que fazem uso abusivo e frequente do álcool. Contudo, é uma condição clínica que também pode ocorrer em indivíduos não alcoolistas, após um único episódio de uso abusivo do álcool. A esteatose corresponde ao primeiro estágio da doença hepática alcoólica. Caso o indivíduo pare de beber neste estágio, ele recuperará sua função hepática.
A esteatose também pode ocorrer em indivíduos diabéticos, obesos, com desnutrição proteica severa e usuários de determinados medicamentos.
2. Hepatite alcoólica: esta condição implica em uma inflamação e/ou destruição (ex. necrose) do tecido hepático. Os sintomas incluem: perda de apetite, náusea, vômito, dor abdominal, febre e em alguns casos, confusão mental. Embora esta doença possa levar à morte, na maior parte das vezes ela pode ser revertida com a abstinência alcoólica. A hepatite alcoólica ocorre em aproximadamente 50% dos usuários frequentes do álcool.
3. Cirrose alcoólica: É uma forma avançada de doença hepática decorrente de um dano progressivo das células hepáticas. A cirrose costuma ser diagnosticada em 15 a 30 % dos usuários crônicos e abusivos do álcool.
Um fígado cirrótico é caracterizado por uma fibrose extensa que compromete o funcionamento do fígado podendo inclusive prejudicar o funcionamento de outros órgãos como cérebro e rins. Embora a cirrose alcoólica possa levar o indivíduo à morte em função de suas complicações (ex. falha renal e hipertensão portal), ela pode ser estabilizada pela abstinência completa do álcool.
Estas três condições clínicas costumam estar sequencialmente relacionadas, de forma progressiva, da esteatose à cirrose. Contudo, alguns indivíduos podem desenvolver cirrose sem ter tido hepatite e algumas hepatites de início súbito e curso rápido levam à morte antes de desenvolver cirrose.
De que maneira o álcool danifica o fígado?
Há muitos mecanismos pelos quais o álcool lesa o fígado, além do que, nem todos os alcoolistas desenvolvem problemas hepáticos a despeito da quantidade de álcool consumido. Abaixo seguem alguns dos fatores de risco e mecanismos implicados no desenvolvimento de lesão hepática:
Fatores genéticos
Diferenças genéticas podem explicar o porquê de alguns alcoolistas desenvolverem cirrose e outros não. O tecido cicatricial que é formado no fígado cirrótico é composto de proteína de colágeno. Sugere-se que a estimulação para a síntese do colágeno ocorra pela ativação do gene do colágeno. Desta forma, especula-se que diferenças individuais para este gene podem estar associadas com diferenças no desenvolvimento de cirrose alcoólica entre os alcoolistas.
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Introdução
A doença hepática alcoólica é uma das consequências clínicas mais graves do uso crônico do álcool. Além disto, o uso excessivo e crônico do álcool é a causa isolada mais importante de doença e morte por hepatite e cirrose nos Estados Unidos1.
O fígado normal
O funcionamento normal do fígado é essencial à vida. O fígado é o maior e, em alguns aspectos, o mais complexo órgão do corpo humano. Uma de suas principais funções é degradar as substâncias tóxicas absorvidas do intestino ou produzidas em outras áreas do corpo e, em seguida, excretá-las pela bile ou pelo sangue como subprodutos inofensivos.
Além disto, o fígado secreta bile no intestino delgado para ajudar na digestão e absorção de gorduras, armazena vitaminas, sintetiza proteínas e colesterol, metaboliza e armazena açúcares. O fígado controla a viscosidade sanguínea e regula os mecanismos de coagulação.
Doença hepática alcoólica
O fígado é um órgão particularmente susceptível aos danos provocados pelo álcool pois ele é o principal sítio de metabolização desta substância no organismo.
Além do fígado ser um dos maiores órgãos do corpo humano, ele apresenta a capacidade de regenerar-se, consequentemente, os sintomas relacionados à lesão hepática provocada pelo álcool podem não aparecer até que esta seja realmente extensa. No sexo masculino, esta condição pode ser alcançada pelo uso de aproximadamente 2 litros de cerveja, 1 litro de vinho ou 240 ml de bebidas destiladas ingeridas diariamente por pelo menos 20 anos. Nas mulheres, a quantidade necessária para produzir prejuízos semelhantes é de apenas ¼ à ½ deste montante.
O consumo diário de bebida alcoólica, por um longo período de tempo, é uma condição fortemente associada ao desenvolvimento de lesões hepáticas, porém, apenas metade dos usuários que a consomem com esta frequência vão desenvolver hepatite ou cirrose alcoólica. Estes achados sugerem que outras condições como: hereditariedade, fatores ambientais ou ambos devam influenciar no curso da doença hepática.
Metabolismo do álcool
A maior parte do álcool ingerido é metabolizado no fígado pela ação da enzima álcool desidrogenase (ADH). Esta enzima converte o álcool em acetaldeído, que mesmo em pequenas concentrações, é tóxico para o organismo. A enzima aldeído desidrogenase (ALDH), por sua vez, converte o acetaldeído em acetato. A maior parte do acetato produzido, atinge outras partes do organismo pela corrente sanguínea onde participa de outros ciclos metabólicos.
O sistema de enzimas microssomais oxidativas (SEMO) pertencem à família dos citocromos e compreendem um sistema alternativo de metabolização do álcool no fígado. O SEMO transforma o álcool em acetaldeído pela ação do citocromo P450 2E1 ou CYP2E1 presentes nas células hepáticas3.
Tipos de lesões hepáticas provocadas pelo álcool
Em indivíduos que fazem uso abusivo do álcool as doenças hepáticas mais encontradas são:
1. Esteatose alcoólica (fígado gorduroso). A deposição de gordura ocorre em quase todos os indivíduos que fazem uso abusivo e frequente do álcool. Contudo, é uma condição clínica que também pode ocorrer em indivíduos não alcoolistas, após um único episódio de uso abusivo do álcool. A esteatose corresponde ao primeiro estágio da doença hepática alcoólica. Caso o indivíduo pare de beber neste estágio, ele recuperará sua função hepática.
A esteatose também pode ocorrer em indivíduos diabéticos, obesos, com desnutrição proteica severa e usuários de determinados medicamentos.
2. Hepatite alcoólica: esta condição implica em uma inflamação e/ou destruição (ex. necrose) do tecido hepático. Os sintomas incluem: perda de apetite, náusea, vômito, dor abdominal, febre e em alguns casos, confusão mental. Embora esta doença possa levar à morte, na maior parte das vezes ela pode ser revertida com a abstinência alcoólica. A hepatite alcoólica ocorre em aproximadamente 50% dos usuários frequentes do álcool4.
3. Cirrose alcoólica: É uma forma avançada de doença hepática decorrente de um dano progressivo das células hepáticas. A cirrose costuma ser diagnosticada em 15 a 30 % dos usuários crônicos e abusivos do álcool.
Um fígado cirrótico é caracterizado por uma fibrose extensa que compromete o funcionamento do fígado podendo inclusive prejudicar o funcionamento de outros órgãos como cérebro e rins. Embora a cirrose alcoólica possa levar o indivíduo à morte em função de suas complicações (ex. falha renal e hipertensão portal), ela pode ser estabilizada pela abstinência completa do álcool3.
Estas três condições clínicas costumam estar sequencialmente relacionadas, de forma progressiva, da esteatose à cirrose. Contudo, alguns indivíduos podem desenvolver cirrose sem ter tido hepatite e algumas hepatites de início súbito e curso rápido levam à morte antes de desenvolver cirrose.
De que maneira o álcool danifica o fígado?
Há muitos mecanismos pelos quais o álcool lesa o fígado, além do que, nem todos os alcoolistas desenvolvem problemas hepáticos a despeito da quantidade de álcool consumido. Abaixo seguem alguns dos fatores de risco e mecanismos implicados no desenvolvimento de lesão hepática:
Fatores genéticos
Diferenças genéticas podem explicar o porquê de alguns alcoolistas desenvolverem cirrose e outros não. O tecido cicatricial que é formado no fígado cirrótico é composto de proteína de colágeno. Sugere-se que a estimulação para a síntese do colágeno ocorra pela ativação do gene do colágeno. Desta forma, especula-se que diferenças individuais para este gene podem estar associadas com diferenças no desenvolvimento de cirrose alcoólica entre os alcoolistas.
Variações genéticas nas enzimas que metabolizam o álcool
Os genes são responsáveis por direcionar a produção de todas as proteínas do corpo, inclusive as enzimas. Pequenas diferenças em um determinado gene (ex. polimorfismo) podem levar a pequenas diferenças na proteína correspondente mas a grandes diferenças nas atividades de uma enzima. Nenhum polimorfismo isolado para ADH esteve claramente associado a um dano hepático pelo uso do álcool, contudo, variações no ALDH estiveram envolvidas na doença hepática alcoólica.
Existem 2 tipos de alelo para o ALDH, o 2*1 e o 2*2. O alelo ALDH 2*2 está presente em aproximadamente 50 % dos descendentes de Japoneses e Chineses. Pessoas que contém este gene tendem a acumular quantidades tóxicas de acetaldeído mesmo após um uso moderado do álcool. Os sintomas deste acúmulo são: rubor facial, aumento da pressão arterial, taquicardia, dores de cabeça, náuseas e vômitos. Consequentemente estas pessoas criam uma aversão ao álcool. Pessoas em que o alelo ALDH 2*1 está pareado com o alelo ALDH 2*2 apresentam uma resposta mais amena para estes efeitos
Radicais livres e acetaldeído
Os radicais livres são fragmentos moleculares com grande poder reativo liberados durante a metabolização do álcool e que causam grande parte dos danos celulares existentes no processo de degeneração hepática.
O acetaldeído que é o primeiro produto da metabolização do álcool e parece ser importante na gênese dos radicais livres.
Gênero
Mulheres desenvolvem cirrose com doses acumuladas de álcool ao longo da vida bem menores do que os homens.
Duas teorias foram propostas para explicar estas diferenças:
A primeira envolve o ADH gástrico, ou seja, além do fígado o ADH pode ser encontrado no estômago e no intestino. Verificou-se que as mulheres apresentam uma menor atividade do ADH no estômago do que os homens, fazendo que com grande parte da metabolização do álcool, nas mulheres, ocorra no fígado. Desta maneira, uma grande porcentagem do álcool ingerido nas mulheres atingem o fígado predispondo-as à lesões hepáticas.
Outra teoria, diz respeito a uma diferença no metabolismo de ácidos graxos que poderia contribuir para um dano hepático acelerado nas mulheres. O consumo crônico do álcool inibe a maior via de metabolização dos ácidos graxos no fígado, acumulando-os e podendo provocar lesões hepáticas. A ativação de vias alternativas para a metabolização dos ácidos graxos poderia previnir a formação destas lesões, contudo, foi demonstrado em ratos que esta ativação é bem menos eficaz em fêmeas.
Dieta
Antes dos anos 70, acreditava-se que a cirrose era consequente ao déficit nutricional frequente em usuários crônicos do álcool. Com o passar do tempo, portanto, mostrou-se que o álcool, por si só, era capaz de danificar o fígado mesmo que o indivíduo estivesse nutricionalmente preservado. Atualmente, acredita-se que há uma interação entre a toxicidade do álcool e fatores nutricionais. Por exemplo, deficiências vitamínicas podem diminuir a proteção hepática frente aos radicais livres (fragmentos moleculares com grande poder reativo liberados durante a metabolização do álcool).
Infeção pelo vírus da hepatite C
A maior parte dos indivíduos com o vírus da Hepatite C apresentam sintomas leves, porém, em alguns casos, a hepatite C pode levar a uma doença progressiva do fígado, cirrose ou câncer.
A infecção pelo Vírus do Hepatite C aumenta o risco e pode influenciar na progressão de lesões hepáticas em indivíduos alcoolistas.
Café e tabaco
Alcoolistas que fumam mais de um maço de cigarro por dia apresentam um risco de cirrose 3 vezes maior do que indivíduos não tabagistas. De maneira contrária, alcoolistas que consomem mais do que 4 xícaras de café por dia apresentam uma incidência 5 vezes menor de cirrose do que os que não tomam café. A causa para esses efeitos permanece desconhecida.
Conclusões
O consumo intenso e crônico do álcool predispões à doença hepática em indivíduos susceptíveis. Contudo, o fato de apenas uma proporção destes indivíduos desenvolverem hepatite ou cirrose, indica a importância de outros fatores como a hereditariedade, gênero, dieta e outras formas de doenças do fígado influenciando o risco para a doença hepática alcoólica.
A maior parte das lesões hepáticas causadas pelo álcool são atribuídas ao metabolismo do álcool e seus produtos de metabolização.
Outras pesquisas trarão outras possibilidades de mecanismos biológicos envolvidos no dano hepático, além de alternativas de tratamento tanto de dependente ou não de álcool.

9699 – ALCOOLISMO – PESQUISA REVELA UMA DAS CAUSAS DE MORTE PREMATURA NA RÚSSIA: A VODCA


Vodca não é água, não!!!
Vodca não é água, não!!!
Uma nova pesquisa revelou que 25% de todos os homens russos morrem antes dos 55 anos – e o principal culpado por essa alta taxa de mortalidade precoce é o álcool, especialmente a vodca. O estudo foi publicado nesta sexta-feira na revista médica The Lancet.
A pesquisa foi feita com cerca de 151 000 homens, que foram acompanhados durante até dez anos. Durante esse tempo, 8 000 participantes morreram. Com base em informações como hábitos de consumo de álcool e de tabagismo, além das causas das mortes, os autores fizeram uma estimativa sobre fatores de risco de mortalidade em um período de 20 anos.
Entre homens de 35 e 54 anos, o maior risco de morte foi observado entre os que fumavam e bebiam mais de 1,5 litro de vodca por semana: eles tiveram 35% de chances de morrer ao longo de 20 anos. É mais do que o dobro do risco apresentado por aqueles que também fumavam, mas bebiam menos de meio litro de vodca por semana, que foi de 16%.
As principais causas de mortes relacionadas ao excesso de vodca incluíram envenenamento por álcool, acidentes e suicídio, além de doenças como câncer de garganta e fígado, tuberculose, pneumonia, pancreatite e doenças hepáticas.
A pesquisa foi conduzida por especialistas do Centro do Câncer de Moscou, na Rússia, da Universidade de Oxford, na Grã-Bretanha, e pela Agência Internacional de Pesquisa em Câncer, que faz parte da Organização Mundial da Saúde (OMS).
No artigo, os autores lembram que, embora o risco de morte prematura ainda seja alto na Rússia ele vem diminuindo desde 2006, quando reformas na política sobre o álcool foram introduzidas no país, fazendo com que o consumo de destilados caísse em cerca de um terço.
De acordo com David Zaridze, um dos autores do estudo, porém, a relação entre consumo de vodca e risco de morte na Rússia deve ser considerada como uma “crise de saúde” no país. Para ele, esse problema pode ser revertido caso as pessoas passem a beber com moderação.

9698 – TOXICOLOGIA E BIOQUÍMICA


figado grafico
O consumo exagerado de gordura, sódio e álcool e a superexposição ao sol e ao cigarro, entre outros hábitos ruins da modernidade, podem comprometer o funcionamento de uma das mais nobres estruturas celulares, as mitocôndrias – pequenas usinas de energia existentes no interior das células. Quando agredidas, elas deflagram a produção excessiva de radicais livres, átomos ou moléculas altamente reativos que podem desequilibrar a bioquímica celular.
O fígado depura cerca de 80% das impurezas circulantes no organismo. Uma das mais nocivasé o etanol. Para ser metabolizada, a substância exige grande esforço do órgão. Tal demanda aumenta a produção de radicais livres. Com isso,o fígado tem comprometida sua capacidade de processar lipídios, o que pode levar ao acúmulo exagerado de gordura (a esteatose).
Uma das ações mais tóxicas do sol é danificar os telômeros, trechos do cromossomo que têm a função de proteger o DNA de agentes externos, assegurando que a informação genética seja perfeitamente copiada durante a divisão celular. Enfraquecidos, deixam o material genético vulnerável, estimulando o envelhecimento celular e facilitando o desenvolvimento de doenças.
O cigarro e o açúcar agridem as células das artérias, provocando um quadro inflamatório e, consequentemente, estimulando a produção
de radicais livres. Ao entrarem em contato como colesterol circulante, eles alteram a bioquímica das moléculas de gordura, fazendo com quese depositem com mais facilidade nas paredes arteriais. Já as baixas doses de oxigênio características do ar poluído levam o órgão a aumentar as contrações musculares, desgastando-o.
cerebro (1)
A barreira hematoencefálica filtra a maioria das substâncias químicas circulantes no sangue. Com moléculas diminutas, o álcool é um dos poucos compostos que conseguem vencer esse obstáculo. Ao atingir o tecido cerebral, a bebida estimula os neurônios a aumentar a quantidade de neurotransmissores, sobretudo o GABA, responsável por reduzir o funcionamento do sistema nervoso central. A consequência: sedação e perda de reflexos do organismo.

9634 – CONSUMO DE ÁLCOOL PODE ACELERAR PERDA DE MEMÓRIA

O estudo foi feito com base em dados coletados de mais de 5.000 homens de 44 a 69 anos. Eles responderam perguntas sobre seus hábitos de consumo alcoólico em três ocasiões, durante um intervalo de dez anos. Também foram submetidos a testes cognitivos e de memória, repetidos duas vezes nos dez anos seguintes.
“Nosso estudo sugere que beber em alta quantidade está associado a uma queda mais rápida de todas as áreas da função cognitiva nos homens”, afirma Severine Sabia, pesquisadora da University College London e uma das autoras do estudo.
Não houve diferenças em perda de memória entre os homens que não bebiam e os que tomavam menos de duas doses (cerca de 20 gramas de álcool) por dia. Acima dessa quantidade, as habilidades mentais dos participantes começaram a declinar de forma mais rápida. Os homens que bebiam 36 gramas de álcool ou mais diariamente – cerca de duas latas e meia de cerveja – tiveram quedas mais acentuadas em sua memória e nas funções cerebrais, podendo chegar a um prejuízo equivalente ao envelhecimento de seis anos.
O corpo intoxicado
O consumo exagerado de gordura, sódio e álcool e a superexposição ao sol e ao cigarro, entre outros hábitos ruins da modernidade, podem comprometer o funcionamento de uma das mais nobres estruturas celulares, as mitocôndrias – pequenas usinas de energia existentes no interior das células. Quando agredidas, elas deflagram a produção excessiva de radicais livres, átomos ou moléculas altamente reativos que podem desequilibrar a bioquímica celular.
O cigarro e o açúcar agridem as células das artérias, provocando um quadro inflamatório e, consequentemente, estimulando a produção
de radicais livres. Ao entrarem em contato como colesterol circulante, eles alteram a bioquímica das moléculas de gordura, fazendo com que se depositem com mais facilidade nas paredes arteriais. Já as baixas doses de oxigênio características do ar poluído levam o órgão a aumentar as contrações musculares, desgastando-o.
coracao grafico
Fígado
O fígado depura cerca de 80% das impurezas circulantes no organismo. Uma das mais nocivas é o etanol. Para ser metabolizada, a substância exige grande esforço do órgão. Tal demanda aumenta a produção de radicais livres. Com isso,o fígado tem comprometida sua capacidade de processar lipídios, o que pode levar ao acúmulo exagerado de gordura (a esteatose).
figado
Pele
Uma das ações mais tóxicas do sol é danificar os telômeros, trechos do cromossomo que têm a função de proteger o DNA de agentes externos, assegurando que a informação genética seja perfeitamente copiada durante a divisão celular. Enfraquecidos, deixam o material genético vulnerável, estimulando o envelhecimento celular e facilitando o desenvolvimento de doenças
Cérebro
A barreira hematoencefálica filtra a maioria das substâncias químicas circulantes no sangue. Com moléculas diminutas, o álcool é um dos poucos compostos que conseguem vencer esse obstáculo. Ao atingir o tecido cerebral, a bebida estimula os neurônios a aumentar a quantidade de neurotransmissores, sobretudo o GABA, responsável por reduzir o funcionamento do sistema nervoso central. A consequência: sedação e perda de reflexos do organismo.
cerebro
Pâncreas
A alta toxicidade do álcool e do excesso de gordura agride as células do pâncreas, causando um processo inflamatório. A inflamação favorece o entupimento dos canais secundários do órgão – aqueles que transportam suco pancreático, envolvido no processo digestivo. Já o excesso de açúcar faz com que as células produtoras de insulina aumentem a fabricação do hormônio, o que pode levá-las à exaustão.
Rins
Os rins eliminam o excesso de sódio através da urina. Em excesso, a substância danifica as células renais, levando à inflamação, mecanismo que contribui para o estreitamento dos vasos.
Intestinos
Na tentativa de metabolizar grandes quantidades de gordura, álcool e açúcar, as células intestinais aumentam seu ritmo metabólico, o que incrementa a síntese de radicais livres. Uma das principais consequências desse processo é a intensificação dos movimentos peristálticos. Com isso, reduz-se a absorção de água e sal. Tem-se então um quadro de diarreia. A longo prazo, pode haver a formação de tumores.

8575 – ALCOOLISMO – PESQUISA BRASILEIRA MOSTRA ALTERAÇÕES CEREBRAIS DURANTE ABSTINÊNCIA DO ÁLCOOL

Os pesquisadores separaram os animais entre aqueles mais sensíveis e mais resistentes aos efeitos cumulativos do álcool. Após cortar a administração da droga, eles analisaram seus cérebros e descobriram que os mais sensíveis apresentavam uma quantidade maior de receptores canabinoides em áreas relacionadas à dependência.
O cérebro humano produz uma série de substâncias conhecidas como endocanabinoides, que possuem estrutura semelhante ao tetrahidrocanabinol (THC) — componente responsável pelos principais efeitos da maconha. Essas substâncias possuem várias funções corporais, entre elas a regulação de neurotransmissores como a serotonina e a dopamina, relacionados a transtornos psiquiátricos, ao sistema de recompensa do cérebro e à dependência.
No estudo, a intenção dos pesquisadores da Unifesp foi analisar a quantidade de receptores a esses endocanabinoides que poderia ser encontrada no cérebro de camundongos em meio a crises de abstinência. Para isso, eles forneceram aos animais doses diárias de álcool, e separaram aqueles que pareciam mais sensíveis aos efeitos da droga daqueles que se mostraram resistentes.
Após 21 dias, eles cortaram a administração do álcool. Ao analisar o cérebro dos animais, eles descobriram que a ausência súbita da substância produzia, apenas nos ratos mais sensíveis, um aumento na quantidade de receptores canabinoides em regiões responsáveis pela aprendizagem, memória, emoções, motivação, tomada de decisão e estresse. “Além disso, uma nova dose de álcool reverteu totalmente os efeitos da abstinência sobre estes receptores”, afirma Cassia Coelhoso, pesquisadora da Unifesp e uma das responsáveis pelo estudo.
Segundo os pesquisadores, ainda não é possível saber por que o número de receptores canabinoides aumenta nesses animais. “Não sabemos se esse aumento causa os sintomas de abstinência ou se ele acontece justamente para diminuir esses efeitos. Precisaremos de mais pesquisas para saber se ele é um desencadeador da crise ou um protetor do sistema nervoso”, afirma Renato Filev, pesquisador da Unifesp e coautor do estudo.
Para o cientista, o que a pesquisa mostra claramente é uma relação entre os receptores canabinoides e o alcoolismo. Isso pode levar, no futuro, ao desenvolvimento de melhores tratamentos para a dependência da substância. “O sistema endocanabinoide pode ser um importante alvo terapêutico para o alcoolismo, principalmente durante a fase de abstinência, caracterizada por altas taxas de recaídas. No futuro, podemos encontrar algum tipo de molécula que possa manipular esse sistema. O problema é que ainda não sabemos se procuramos por algo que o ative ou desative.

8574 – NEUROLOGIA – REMÉDIO PARA ESCLEROSE MÚLTIPLA E PARKINSON PODE TRATAR ALCOOLISMO

 
 
 
 
 
 
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Um estudo francês concluiu que o baclofeno, um relaxante muscular que originalmente é prescrito a pessoas com doenças neurológicas, como esclerose múltipla e Parkinson, pode ser eficaz no tratamento de alcoolismo a longo prazo. Segundo a pesquisa, publicada nesta sexta-feira na revista médica Frontiers in Psychiatry, os efeitos positivos da droga entre pessoas com dependência em álcool podem durar por pelo menos dois anos.
Após três meses de tratamento com doses de baclofeno, 84% dos pacientes alcoólatras passaram a ser considerados como em risco baixo (consumo controlado) ou moderado (menor consumo, mas sem ser controlado). Após dois anos, essa taxa foi de 62%.
O uso do baclofeno no tratamento do alcoolismo já vem sendo estudado por outros pesquisadores. No entanto, o medicamento havia sido testado apenas a curto e médio prazos, em um período de seis meses e um ano após o início da abordagem. O novo estudo, desenvolvido no Grupo Hospitalar Paul Guiraud, na França, acompanhou, entre 2008 e 2010, 100 pacientes alcoólatras (todos classificados como “alto risco”), que haviam se mostrado resistentes aos tratamentos convencionais. Ao longo do estudo, eles foram divididos em três grupos: alto risco, médio risco e baixo risco. Todos foram tratados com doses crescentes de baclofeno — a dosagem média foi de 147 miligramas da substância ao dia.
Após dois anos, o número de pacientes que se tornaram totalmente abstinentes ou que passaram a ter um consumo normal e controlado caiu em 50%. Além disso, após três meses a partir do início do tratamento, a soma das porcentagens dos pacientes que estavam entre baixo risco (conseguiam controlar o consumo de bebida alcoólica) ou risco moderado (conseguiram diminuir significativamente o consumo de álcool, mas sem ainda ter total controle) de alcoolismo foi de 84%. Depois de seis meses, essa taxa foi de 70%; após um ano, de 63%; e, dois anos depois, de 62%.
Recaídas
O aumento no número de pacientes em alto risco entre o terceiro e o sexto mês se deve ao fato de que alguns dos pacientes que haviam conseguido reduzir o consumo com o baclofeno tiveram recaídas. Esses pacientes foram incapazes de manter o consumo reduzido, provavelmente devido ao vínculo com o hábito de beber e à motivação insuficiente para largar o vício. Segundo os pesquisadores, grande parte dos voluntários estava tão ritualizada ao hábito de beber que não conseguia parar, mesmo quando o apetite pelo álcool foi reduzido com o uso do baclofeno.
Entre os efeitos adversos mais comuns do medicamento estão fadiga e sonolência. Renaud de Beaurepaire, que coordenou o estudo, é um dos pesquisadores de um trabalho em escala nacional que está aprofundando os conhecimentos em torno do baclofeno como terapia contra o alcoolismo. A previsão é que essa pesquisa seja publicada em 2014.
O último copo
A ideia de usar o baclofeno para tratar o alcoolismo partiu do médico francês Olivier Ameisen, ele próprio um alcoólatra. Em 2002, Ameisen, respeitado cardiologista da Universidade Cornell, em Nova York, começou a testar o baclofeno em si mesmo, depois de se submeter a vários programas de reabilitação — de encontros no grupo Alcoólicos Anônimos a internações em clínicas especializadas. Ele narrou sua experiência com o medicamento no livro Le Dernier Verre (O Fim do Meu Vício, Ed. Fontanar), best-seller na Europa e nos Estados Unidos. “Eu precisava dos efeitos do álcool para existir em sociedade”, conta ele no livro. Uma reportagem de VEJA de 2009 conta como teve a ideia de usar o baclofeno. Uma notícia de jornal despertou sua atenção: havia indícios de que o baclofeno poderia ser usado no combate à dependência de cocaína. “Por que não para o alcoolismo?”, pensou Ameisen. O médico, então, decidiu tomar o remédio. Ele testou várias dosagens, até estabelecer o ideal em 50 miligramas por dia. O baclofeno ajudou Ameisen a se satisfazer com doses menores de álcool: “Hoje posso tomar um copo de vinho e não ficar com aquela vontade irresistível de beber mais”. Em 2009, ainda não havia comprovação dos efeitos do medicamento sobre os alcoólatras, embora vários médicos já o testassem em seus pacientes. Com este novo estudo, surge a mais forte evidência de sua eficácia.

8512 – ALCOOLISMO – REMÉDIO QUE CORTA A BEBEDEIRA

 
 
 
 
 
 
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Imagine se fosse possível beber e não ter ressaca no dia seguinte. Relaxar tomando um drinque no almoço – e trabalhar o resto do dia sem embriaguez. Ou beber e voltar para casa dirigindo, mas com os reflexos perfeitos e sem nenhum álcool no sangue.
Tudo graças a duas enzimas, que se chamam álcool oxidase e catalase, e são produzidas naturalmente pelo organismo. Elas agem lentamente (em média, o corpo metaboliza apenas uma dose de bebida por hora), fazendo com que o álcool se acumule no sangue da pessoa e ela fique bêbada. Mas cientistas da Universidade da Califórnia criaram uma versão artificial dessas enzimas, que foram combinadas numa nanocápsula e fornecidas a ratos que tinham ingerido álcool. Uma hora e meia depois, a quantidade de álcool no sangue deles havia caído 31,8%. E isso porque os ratos estavam muito ébrios (todos dormiram 20 minutos após a ingestão do álcool). Se a bebedeira tivesse sido menor, a redução poderia ter sido maior, chegando à eliminação do álcool.
Como as enzimas são idênticas às produzidas pelo próprio corpo, os cientistas dizem que não há efeitos colaterais. Por isso, pretendem começar logo os testes com pessoas. “Já temos [uma versão para humanos] da primeira enzima, e estamos desenvolvendo a segunda. Teremos uma solução completa, um produto que todos poderão usar”, diz o engenheiro químico Yunfeng Lu, líder do estudo. Segundo ele, as enzimas têm baixo custo e poderão começar a ser produzidas daqui a dois anos.

7861 – ALCOOLISMO – O COPO SEM FUNDO

 
 
 
 
 
 
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A solução clássica para quem já admitiu ser dependente de álcool sempre foi a busca da abstinência, ou seja, abandonar a bebida de vez. Mas a verdade é que nem todo mundo quer ou consegue parar de beber. E muitos usuários não precisam mesmo dessa medida radical. Para felicidade deles – e da indústria do álcool –, basta aprender a lidar com a bebida da forma mais saudável possível. Esse pensamento é compartilhado por um grupo de estudiosos no Brasil, que defende essa abordagem diferente, conhecida como redução de danos.
Há quem defenda a redução de danos mesmo para alcoólatras com alto grau de dependência química. Um dos argumentos é que só três em cada dez dependentes conseguem se manter abstinentes até o fim da vida. Para quem prega a abstinência, esses casos são contabilizados como fracassos. Mas se o bebedor tem uma vida com autonomia ele é um sucesso para os que pregam a redução de danos. Mesmo que continue com o copo na mão. Na Conferência Internacional sobre Álcool e Redução de Danos, realizada em Recife no final de agosto, a pesquisadora Linda Sobell afirmou que existem muitos usuários de álcool que não atravessam a entrada das clínicas porque não querem receber o rótulo de alcoólatras. Como saída, ela propõe um programa diferencial.
Mas é claro que há polêmica em jogo. Muitos especialistas não se convencem com esse tipo de pesquisa. Eles pregam tratamentos que vão desde a internação em clínicas a atendimentos ambulatoriais que não exigem o afastamento da família com o objetivo de fazer o alcoólatra parar de beber. Mas segundo o psiquiatra José Carlos Galduróz, da Unesp, “a tendência natural hoje não é tirar o alcoolista do meio que ele freqüenta, e sim dar a ele condições para estar bem nesse próprio meio”. O problema é que alguns alcoólatras não têm dinheiro para bancar tratamentos ou atendimentos com especialistas. A saída para eles pode estar em grupos de auto-ajuda como os Alcoólicos Anônimos, que trabalham com a chamada filosofia do espelho: o dependente aprende a se conhecer e a se controlar a partir dos relatos de experiências de outro dependente.
O álcool é uma droga
Se você gosta de beber, não está sozinho: oito em cada dez pessoas no mundo bebem eventualmente. Segundo o Escritório das Nações Unidas para o Controle de Drogas e Prevenção ao Crime, a ingestão de álcool no Brasil é maior que a de leite. Aqui, o consumo per capita de cerveja é de 49 litros por ano. Parece muito, mas é menos da metade da Alemanha: 131 litros por pessoa, o maior do mundo.
Tudo isso faz do álcool a droga mais consumida do planeta. Espera aí, quer dizer que quem bebe uma cerveja depois do trabalho está se drogando? Do ponto de vista médico, sim, sem dúvida. O álcool age no sistema nervoso central, assim como a maconha, a cocaína e a heroína. O álcool vicia mais que maconha e causa mais danos que todas as outras drogas juntas, se somarmos aí os prejuízos causados por acidentes, conflitos regados a birita e doenças.
O problema relacionado ao álcool tem um nome: dependência química, e quem tem esse problema é conhecido como alcoólatra ou alcoolista (o termo politicamente correto): 12% dos brasileiros têm essa doença (sim, é uma doença reconhecida pela Organização Mundial de Saúde desde 1967). Uma coisa é certa: os dependentes químicos são os que mais sofrem por causa do álcool. Um usuário se torna dependente a partir do momento em que pára de beber por prazer e que passa a transformar cada gole numa forma de aliviar os sintomas de abstinência do álcool – tremores, náuseas, sudorese, ansiedade, pesadelos e até alucinações.
A intensidade da dependência varia de pessoa para pessoa. Mas, segundo a OMS, existem alguns pontos em comum entre elas. No começo, o usuário não bebe todos os dias. Depois, o hábito se torna diário. A bebida já não é mais ingerida só à noite, mas também no almoço. Com o tempo, muitos dependentes passam a beber de hora em hora desde o momento que acordam. O local da bebedeira já não tem mais importância, vale tomar todas no trabalho ou até no trânsito. Sem contar que chega uma hora em que a dose precisa ser aumentada para obter o mesmo efeito de antes.
Esse pessoal é que causa a maior parte dos problemas que se jogam na conta do álcool. Estima-se que a indústria do álcool movimente 3,5% do Produto Interno Bruto no Brasil. Mas o país gasta 7,3% do PIB para tratar problemas resultantes da bebida, da dependência à perda de produtividade. Segundo a Organização Mundial de Saúde, os brasileiros perdem, em média, 11,6% dos anos saudáveis da vida devido ao álcool. Em 1997, cerca de 80 mil internações motivadas pela bebida foram registradas nos hospitais brasileiros.
O corpo também sofre sob o uso abusivo. Saiba que o corpo demora três dias para se livrar do efeito de um porre, ou seja, o raciocínio demora isso tudo para voltar ao normal. Isso quer dizer que, se você bebe o tempo todo, pode não estar entendendo nada há muito tempo. O fígado leva uma hora para processar apenas uma lata de cerveja. No cômputo geral, o uso abusivo é apontado como responsável por 350 doenças físicas e psíquicas catalogadas pelos médicos. Outro dado impressionante: a taxa de suicídio entre alcoólatras é 15 vezes maior do que entre a população em geral.
Mas muitas doenças podem ser causa, e não efeito da bebedeira. Segundo o psiquiatra Dartiu Xavier, na maior parte das vezes a depressão leva ao uso do álcool, e não o contrário. Em uma pesquisa, Dartiu constatou que 77% dos pacientes pesquisados tinham a doença antes da dependência, o que reforça a hipótese de que passaram a usar o álcool como uma espécie de “automedicação” para aliviar os sintomas.
Cada bebida tem um número próprio de unidades de álcool. Uma lata de cerveja, por exemplo, possui 1,5 e uma dose de destilado, 2,5 unidades. Segundo os especialistas, as mulheres devem se contentar com 14 unidades por semana (cinco doses de uísque) e os homens com 21 (oito doses). A diferença deve-se ao fato de as mulheres terem de três a quatro vezes menos enzimas responsáveis pela metabolização do álcool no organismo que os homens. Mas não adianta tentar se enganar. A quantidade estipulada como de baixo risco vale para uma semana inteira. Tomar todas as doses em um único dia pode gerar inúmeros problemas.
Mas por que algumas pessoas têm problemas com o álcool e outras não? Não existe um único motivo. Há, por exemplo, um gene que predispõe ao alcoolismo. Estudos apontam que filhos de alcoólatras têm quatro vezes mais chances de se tornarem dependentes (chance e não certeza, é bom deixar claro). Em média, 20% dos casos de alcoolismo têm origem genética. Mas o parentesco não é o único fator determinante.
Também entram na conta a idade em que se começa a beber, as características psicológicas e o ambiente. No livro O Alcoolismo, o psiquiatra Ronaldo Laranjeira e a psicóloga Ilana Pinsky contam que muitas brigas familiares estão associadas à maior possibilidade de desenvolvimento de abuso de álcool por parte dos adolescentes. “Pode-se afirmar que o alcoolismo se desenvolve com mais freqüência em famílias cujos pais impõem limites muito tênues (ou não os impõem) aos filhos”, dizem os autores.
Outro motivo é a propaganda de bebidas na televisão. Três estudos feitos com jovens da Universidade de Auckland, na Nova Zelândia, esquentam os debates. Em dois deles, os pesquisadores concluíram que a propaganda de cerveja tem influência direta na quantidade de álcool consumida. No outro, mostraram que o gosto por um comercial específico de cerveja implica fidelidade àquela marca.
O fato é que a dificuldade de enfrentar problemas comuns a todos nós leva um bom número de pessoas a se renderem aos encantos do álcool de forma abusiva.
Como evitar problemas sem largar o copo
Coma antes de beber
Com o estômago cheio, o álcool é absorvido mais lentamente, o que evita uma rápida intoxicação
Beba devagar
Dê um intervalo de tempo entre um drinque e outro. Quem precisa de um copo na mão deve alternar o álcool com refrigerantes, sucos ou água.
Tire a tentação de casa
Para reduzir o nível de consumo, tenha menos ou não tenha bebidas em casa para evitar tentações.
Curta a vida
Utilize seu tempo livre para atividades de lazer que dispensem o uso do álcool. Beber durante uma caminhada, por exemplo, é bem pouco confortável.
Beba água
Esqueça as vitaminas B12 ou aspirina para curar ressaca. Só a água pode ajudar a diminuir os sintomas de um porre.

7489 – CIENTISTAS TESTAM REMÉDIO QUE NÃO DEIXA VOCÊ FICAR BÊBADO

 
 
 
 
 
 
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A mágica está numa substância chamada iomazenil. Pesquisadores da Escola de Medicina de Yale acreditam que ela consiga cortar os efeitos do álcool no cérebro. Ou seja, aquela produção extra de serotonina (neurotransmissor responsável pelo controle do prazer, humor e ansiedade) que o álcool estimula não vai mais acontecer. Seria o fim dos porres inventados para afogar as mágoas ou para perder a timidez. Beber não faria nenhum efeito e perderia a graça. E, se não tem graça, as pessoas bebem menos.
“Uma medicação que tem o potencial de bloquear as ações do álcool no sistema nervoso central poderia agir como um medicamento único no tratamento de intoxicação alcoólica e alcoolismo”.
Os pesquisadores já comprovaram a eficácia do iomazenil com alguns testes. Mas ainda há mais por vir. Voluntários, entre 21 e 35 anos, irão tomar o medicamento antes de começar a bebedeira e, depois de algumas doses, participarão de testes em um simulador de direção. Se tudo correr como os cientistas esperam, os motoristas não devem mostrar problemas na coordenação motora.

7488 – CAFÉ EVITA AMNÉSIA PÓS-BEBEDEIRA

 
 
 
 
 
 
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Não se sabe se a dica é boa, mas se você quiser escapar da amnésia alcoólica, só precisa tomar umas xícaras de café.
Com ratos funcionou bem. Pesquisadores da Universidade do Texas jogaram quatro bolinhas dentro de uma gaiola e as mantiveram lá por 24 horas. Retiraram todas por uma hora. Na sequência, colocaram três bolinhas já conhecidas e uma quarta, de madeira, com um odor diferente (chamada de N1). Os ratos, que pesavam entre 200 e 400 gramas, puderam explorá-las durante um minuto, por 3 vezes. Logo após a fase de reconhecimento, os cientistas injetaram doses de salina e 1g/kg de etanol em um grupo, e pentilenotetrazol (substância usada para causar amnésia retrógrada), e 3g/kg de etanol em outra turma de roedores.
No dia seguinte, os cientistas jogaram de novo quatro bolinhas: duas usadas no teste anterior, a N1, e uma nova, a N2, retirada da gaiola de outros ratos. Os animais que receberam doses menores de álcool e salina pareceram se lembrar melhor da noite anterior, já que preferiram explorar a bolinha N2 ao invés da N1. Quem tomou pentilenotetrazol e mais etanol insistiu em conhecer, de novo, o N1.
Um terceiro grupo de ratos, da turma do pentilenotetrazol e das altas doses de etanol, recebeu também um pouco de cafeína (5mg/kg). Aí, apesar da embriaguez, eles conseguiram se lembrar da N1 e partiram para a conquista da bolinha desconhecida, a N2. Ou seja, a cafeína parece cortar o efeito da perda de memória causada pelo álcool.
A amnésia alcoólica é um mecanismo de defesa da consciência. Você exagera na bebida, fala um monte de bobeiras e no dia seguinte, como num passe de mágica, não se lembra de nada. Imagine, então, acordar com todas as lembranças detalhadinhas… Será que vale mesmo a pena beber um cafézinho entre uma cerveja e outra?

7470 – POR QUE A BEBIDA ALCOÓLICA CAUSA RESSACA?

 
 
 
 
 
 
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A ressaca é um tipo de intoxicação. Quando a quantidade de álcool ingerida é grande o organismo se sente agredido e responde. Boca seca é um dos sintomas da ressaca e acontece porque o álcool provoca a contração dos vasos sanguíneos, que por sua vez causa a sensação de ressecamento e a necessidade de ingerir água, além da dor de cabeça e enjôo.
É claro que ser moderado na hora de beber é uma ótima dica. Mas, de vez em quando, todo mundo mete o pé na jaca. E é aí que entra um salvador: o sanduíche de bacon. Também segundo uma pesquisa britânica, a combinação do pão com o bacon torna esse alimento uma ótima forma de combater a ressaca.
Isso porque o pão está cheio de carboidratos, enquanto o bacon tem bastante proteína, que no corpo será quebrada em aminoácidos. Eles são importantes porque ajudam a restaurar os neurotransmissores que a bebida te fez perder. E isso melhora muito aquele mal estar pós-bebedeira.

6839 – MEDICINA – A CIRROSE

 
 
 
 
 
 
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No início do século XIX, o francês René Laënnec criou o termo cirrose para designar a doença que, caracterizada pela presença de grânulos amarelo-alaranjados no tecido hepático, causa uma degeneração de conseqüências graves.
Cirrose é uma enfermidade que afeta o fígado e, do ponto de vista anatômico, se caracteriza pela degeneração das células hepáticas e sua substituição pelo tecido fibroso que as conecta.
Tipos e causas
A cirrose altera o funcionamento normal do tecido hepático e é irreversível. O tipo mais comum de cirrose é a de Laënnec, que tem origem na desnutrição, quase sempre ligada ao alcoolismo. A progressão da doença é lenta e, no primeiro estágio há, em geral, aumento na quantidade de gordura hepática; posteriormente, o nível de gordura desce até um patamar mínimo e o fígado degenera completamente.
Existem outros tipos de cirrose, como a pós-necrótica, que resulta de infecção viral ou da ação de toxinas como o tetracloreto de carbono. Nesse caso, a necrose — ou seja, morte de partes do tecido — desenvolve-se rapidamente, no transcorrer de poucas semanas ou, no máximo, alguns meses. Na cirrose sifilítica a característica principal são lesões grandes e moles no fígado, que erodem o tecido e, ao final, deixam-no com cicatrizes e fissuras.
Na cirrose pigmentar, ou hemocromatose, dá-se um aumento dos depósitos de ferro nas células hepáticas devido a desordens no metabolismo desse elemento, ou a um acúmulo de ferro nos vasos, provocado por transfusão de sangue. O fígado adquire consistência granular ou nodular e coloração marrom-escura.
As partículas de ferro podem adquirir tal densidade que obscurecem a célula e inibem suas funções. Também fatores de cunho hereditário, como na doença de Wilson, podem provocar cirrose; nesse caso o mal se deve à excessiva concentração de cobre no fígado. O órgão adquire uma aparência esverdeada, em função da bile no tecido e, quando o mal se torna crônico, ocorrem inchação, fibrose, alteração no nível de gordura e abscessos.
Sintomas e tratamento. Os sintomas iniciais da cirrose são do tipo gastrintestinal. Em etapas avançadas, produzem-se hemorragias no baço, no esôfago e no intestino. É também relativamente freqüente o aparecimento de edema na cavidade abdominal. Na fase terminal, ocorre o coma hepático.
O tratamento busca restabelecer o equilíbrio da composição sangüínea. Para isso se aplicam, entre outras medidas, as de controle da dieta e de aumento do índice de proteínas plasmáticas.

6748 – MITOS SOBRE BEBIDAS ALCOÓLICAS

Cerveja dá barriga:
A verdade: A barriga de cerveja não existe. Ou melhor, aquela saliência abdominal pode não ter nada a ver com o consumo de cerveja. E isso quem diz é a ciência. Alguns pesquisadores se dedicaram a estudar o “fenômeno” e concluíram que a quantidade de cerveja que você bebe e o tamanho da sua barriga não têm nenhuma correlação direta.
Como a cerveja também contém calorias, é óbvio que uma pessoa que exagerar no consumo vai acabar tendo um aumento de peso. Mas, segundo os pesquisadores, esse ganho de peso não vai ser diferente do de uma pessoa que exagerar no consumo de bacon, por exemplo. Qualquer excesso de calorias leva a um aumento do peso.
Não existe cura para ressaca
Você já tentou de tudo. Da receita que sua vó indicou à mistureba mirabolante inventada pelo seu amigo. Mas nada funciona na hora de curar aquela maldita ressaca. A culpa não é só sua. Em 2005, o British Medical Journal divulgou um estudo que afirmava que cura para a ressaca não existia.
É claro que ser moderado na hora de beber é uma ótima dica. Mas, de vez em quando, todo mundo mete o pé na jaca. E é aí que entra um salvador: o sanduíche de bacon. Também segundo uma pesquisa britânica, a combinação do pão com o bacon torna esse alimento uma ótima forma de combater a ressaca.
Isso porque o pão está cheio de carboidratos, enquanto o bacon tem bastante proteína, que no corpo será quebrada em aminoácidos. Eles são importantes porque ajudam a restaurar os neurotransmissores que a bebida te fez perder. E isso melhora muito aquele mal estar pós-bebedeira.
Beber uma ‘saideira’ ajuda a dormir
Relaxar bebendo antes de dormir só melhora o sono mais tarde. Por mais duro que tenha sido o seu dia, um bom drink antes de ir pra cama vai te fazer ter bons sonhos.
Você vai acordar algumas horas mais tarde se sentindo… nada bem. Nas primeiras horas de sono, seu corpo vai estar ocupado metabolizando o álcool ingerido. E nesse momento, você pode mesmo cair em sono profundo e aproveitar. Mas só enquanto seu corpo estiver ocupado. Quando ele acabar suas ‘tarefas’, acredite, ele vai voltar as atenções pra você. E vai estar bem irritado.
Beber café vai te deixar sóbrio
O café é um estimulante. O álcool, por sua vez, é um depressivo. A ideia aqui é que, na briga pelo controle das funções do seu corpo, os estimulantes ganham fácil dos depressivos. Mas isso não tem nada a ver com ciência. O café não tem o poder de te deixar menos bêbado, ele apenas vai te deixar mais alerta. É, a realidade nem sempre é tão legal.
Tomar aspirina antes de beber previne a ressaca
Durante anos, as técnicas para previnir a ressaca foram evoluindo. A lista inclui todos os tipos de ‘truques’ que você pode imaginar. Um dos mais populares e atemporais é tomar uma ou duas aspirinas antes de consumir as bebidas. Outra teoria que passa longe da ciência.
Um estudo da American Medical Association descobriu que ingerir aspirina na verdade diminui a taxa de álcool metabolizado pelo seu corpo. Ou seja, não apenas ela aumenta os níveis de álcool no sangue, como também faz seus efeitos durarem mais. Então se você acorda melhor do que o normal porque tomou aspirina na noite anterior, provavelmente é porque você ainda está bêbado. E embora isso até pareça uma solução ideal agora, você vai mudar de ideia quando a ressaca atingir você no meio de uma manhã de trabalho.
Se você estiver interessado em previnir a ressaca, basta se hidratar bem. Tome uns copos d’água entre os bons drinks. Isso não vai impedir que a ressaca apareça, mas vai fazer com que seja mais fácil lidar com ela.
Beber te mantém aquecido
Com uma certa quantidade de álcool, todo mundo acha que fica mais inteligente. Na verdade, é exatamente o oposto e você sabe disso. Mas, o que você talvez não saiba é que com a temperatura do seu corpo acontece a mesma coisa. Você bebe e acha que está mais aquecido, mas isso não passa de uma enganação.
Você se sente mais quentinho e até fica vermelho quando bebe. Mas isso acontece porque o álcool causa a dilatação dos seus vasos sanguíneos. E isso traz o sangue para mais perto da superfície da sua pele, o que te faz sentir mais quente. Infelizmente, isso tem outra consequência. Com o sangue mais perto da superfície e, logo, mais longe do ‘centro’ do seu corpo, você está na verdade perdendo calor. Então, da próxima vez, não deixe o álcool te enganar e tente se esquentar de outra forma.
“Deixa ele dormir que é melhor”
A preguiça de ajudar os coleguinhas só ajuda esse mito a se espalhar. Basicamente, a teoria é que se alguém bebe até o ponto de desmaiar, a melhor opção é colocá-lo em uma cama e, magicamente, ele estará bem depois de um cochilo.
Colocar o colega na cama depois de ter desmaiado é uma ideia fantástica, caso você esteja tentando matá-lo afogado em seu próprio vômito. E isso porque desmaiar e cair no sono não são a mesma coisa. Alguém que desmaia como resultado de uma intoxicação alcoólica dificilmente vai acordar pela necessidade de botar tudo pra fora.
Deite-o de lado e seja um bom amigo. Fique de olho para ver se a respiração está anormal ou se ele está vomitando. Nesses casos, chame ajuda.

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