segunda-feira, 1 de junho de 2015

Descoberto hominídeo que viveu na mesma época que Lucy na Etiópia....

Descoberto hominídeo que viveu na mesma época que Lucy na Etiópia

Mandíbula do Australopithecus deyiremeda, encontrado em março de 2011 (Foto: Yohannes Haile-Selassie/Divulgação)
"Achado mostra que vários tipos de pré-humanos viviam juntos na época. Estudo afasta a hipótese antiga de que Lucy seria 'mãe de humanidade'. 

Do G1 

Pesquisadores descobriram na Etiópia os restos fósseis de uma nova espécie de hominídeo que datam de 3,3 a 3,5 milhões de anos, que viveram ao mesmo tempo e no mesmo lugar que Lucy, a famosa Australopithecus - elevando provas de que vários tipos de pré-humanos já viviam juntos.

"Um novo parente se juntou a 'Lucy' na árvore familiar humana", disse o Museu de História Natural de Cleveland (EUA), à frente da pesquisa com o pesquisador Yohannes Haile-Selassie.

O estudo publicado nesta quarta-feira (27) na revista "Nature" afasta um pouco a hipótese, antiga e agora muito contestada, de que Lucy seria "a mãe da humanidade" e nossa ancestral direta.

Fósseis foram encontrados em 2011
Parte de fóssil descoberto em 2011 (Foto: Yohannes Haile-Selassie/Divulgação)
Principal autor do estudo, Yohannes Haile-Selassie analisou mandíbulas superiores e inferiores e dentes isolados encontrados em 2011 a 35 quilômetros do lugar onde viveu a espécie Australopithecus afarensis, à qual pertencia Lucy.

As escavações foram realizadas no Afar, região desértica a leste da Etiópia considerada um dos berços da humanidade.

A nova espécie foi nomeada Australopithecus deyiremeda. Na língua Afar, Deyi significa "perto" e "Remeda" significa "parente".

Ela se diferencia da espécie de Lucy pela forma e tamanho dos dentes e a arquitetura robusta do seu maxilar inferior.
 
Este vizinho "é uma nova confirmação de que o Australopithecus afarensis não é a única espécie potencialmente ancestral do homem que viveu na região etíope de Afar", observa Haile-Selassie.

Quem é Lucy?

Lucy, cujo esqueleto está completo com mais de 40%, com 52 ossos, foi descoberta em 1974 por uma equipe que inclui Donald Johanson, Maurice Taieb e Yves Coppens. Com mais de 3,2 milhões de anos, medindo 1,10 metros, ela era bípede mas também alpinista.

Sua espécie, o Australopithecus afarensis, viveu entre 2,9 milhões e 3,8 milhões de anos atrás, durante um período mais longo do que o Australopithecus deyiremeda.

O francês Yves Coppens argumentou por muitos anos que Lucy foi "erroneamente apresentada como a mãe da humanidade".

Embora durante um longo tempo os paleontólogos tenham acreditado que houvesse apenas uma espécie de pré-humanos para o período de 3 a 4 milhões anos, várias descobertas, no Chade e no Quênia, levaram a questionar essa tese.

Por seu lado, Yohannes Haile-Selassie espera que alguns de seus colegas "se mostrem céticos" sobre a nova espécie Australopithecus deyiremeda.

"Mas eu acho que é hora de nós assistimos a este momento da evolução humana com uma mente aberta e que examinemos cuidadosamente os fósseis disponíveis, em vez de rejeitá-los quando eles não correspondem às nossas hipóteses", acrescentou."
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