terça-feira, 11 de novembro de 2014

DESCOBERTO FÓSSIL... De mamífero anterior aos dinossauros.


Descoberto fóssil de mamífero anterior aos dinossauros



Em agosto passado, trabalhadores voluntários descobriram um fóssil com mais de 200 milhões de anos no maior bloco já coletado no sítio de Candelária, no Rio Grande do Sul. Se o achado já era surpreendente pelo tamanho (pesa cerca de 300 quilos e mede cerca de 2 metros de comprimento), recentemente os pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) foram além. Identificaram o animal encontrado como uma espécie de antepassado antiquíssimo dos mamíferos, anterior inclusive aos dinossauros: um dicinodonte.
“Esses animais eram herbívoros que viviam no ambiente terrestre. É provável que os últimos dicinodontes tenham convivido com os primeiros dinossauros durante o Triássico”, explicou a pesquisadora da UFRGS, Alessandra Boos, que coordenou a operação, lembrando que, até o momento, o Rio Grande do Sul é o único lugar no Brasil em que sabemos existir rochas com fósseis do período Triássico, datados de aproximadamente 208 milhões de anos atrás.
“Alguns dos animais encontrados no estado também foram achados na Argentina e na África, em países como a Namíbia e Madagascar, por exemplo, contribuindo para o estudo da configuração dos continentes no passado e para os estudos sobre a dispersão desses organismos no planeta”, explica a pesquisadora. [Revista de História]
QUEM É ESSE ANIMAL ENCONTRADO?
— Os pesquisadores ainda não têm certeza a respeito da espécie, mas já sabem que o animal encontrado em Candelária pertence ao grupo dos dicinodontes.
— Esse animal viveu há cerca de 230 milhões de anos, ou seja, no período triássico, um pouco antes dos primeiros registros de dinossauros. Na época, eram os herbívoros mais comuns em todo o planeta (lembrando que, naquela época, todos os continentes estavam unidos numa só massa de terra, a Pangeia), podendo ser comparado à vaca nos tempos atuais.
— Há duas espécies conhecidas de dicinodontes no Rio Grande do Sul. Um deles, o Dinodontosaurus, que é o mais abundante, possuía na boca dois grandes caninos superiores. A outra, sem estas presas, se chama Stahleckeria e podia chegar a quatro metros de comprimento.
— Eles são quadrúpedes, não tinham dentes para mastigação (mas sim um bico córneo parecido com o das atuais tartarugas) e uma cauda curta. Não são dinossauros nem répteis e se aproximam mais dos mamíferos, principalmente pelas características do esqueleto e pela forma como andavam juntos, em manadas. Sabe-se que eles tinham esse comportamento devido a uma descoberta anterior, feita na mesma região de Candelária, de 10 filhotes que morreram todos juntos. 

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