sábado, 30 de novembro de 2013

O TESOURO DE PETRA...

O TESOURO DE PETRA...


De Eilat, estou apenas a duas horas de estrada de Petra, uma das Sete Novas Maravilhas do planeta, sítio declarado Patrimônio Mundial pela UNESCO e um dos 150 Lances de Viajologia. Só terei tempo de passar um dia em Petra (como fica na Jordânia, devo sair e entrar em Israel no mesmo dia). Mas vale o esforço!
A fronteira é bem mais tranquila do que eu imaginava. Moderna, pouca burocracia e sem ninguém fartamente armado dos dois lados. Não preciso ir a um consulado jordaniano para tirar um visto. Por 40 dólares, isso se resolve na fronteira mesmo. Às 8 da manhã, já piso o solo do meu 141º país. Cinco minutos depois, entro em uma van que me leva diretamente a Petra.
72-ptra-091-web41.jpgPetra está na minha lista de prioridades faz tempo, desde quando passei pela Síria em 1974. Mas na ocasião, a situação na região era tensa por causa da recente guerra do Yom Kippur (outubro 1973) entre Israel e três países árabes. Demorei três décadas e meia para voltar ao Oriente Médio. Você pode imaginar minha ansiedade para chegar logo no lugar…
Para entrar em Petra é preciso vencer a pé o Siq (foto ao lado), um cânion sinuoso com paredões de até 180 metros de altura. A passagem estreita tem 1,3 quilômetros de extensão e era a principal defesa dos antigos nabateus – um povo de origem árabe que trocou as areias do deserto por esse vale naturalmente protegido.
Como o Siq era o leito de um rio esporádico, os nabateus, para se protegerem contra enchentes relâmpagos, construíram uma represa na boca do cânion. Hoje, uma pequena barragem desvia as eventuais enxurradas.
Entro na garganta. As paredes de arenito ganham cores: manchas amarelas, laranjas e vermelhas decoram o desfiladeiro. As formas são curvilíneas, moldadas pela erosão dos elementos da natureza. Um guia mostra um baixo-relevo de dois camelos entalhado na pedra. O trabalho artístico tem mais de dois milênios de idade.
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Estou perto do final do Siq (foto ao lado). Percebo uma luz rosada por uma fresta entre as pedras. A rocha iluminada que aparece já não é mais bruta. Descubro paredes lisas, duas colunas, amostras de esculturas. A cada ângulo, desvendo novas formas. Mais alguns passos e tenho um enorme palácio à minha frente. É Al Khazneh ou oTesouro, o mais belo monumento de Petra e que serviu como mausoléu real.
Os nabateus começaram a edificar Petra há 23 séculos atrás. O vilarejo  transformou-se em uma importante encruzilhada nas rotas de caravanas entre a Arábia, o Mediterrâneo e o Oriente. Os nabateus viviam do imposto cobrado sobre o tráfego comercial e, assim, puderam se dedicar a construir uma bela cidade.
Mas com tanta matéria prima à disposição, porque construir tudo desde a primeira pedra? Preferiram reverter o processo e “desconstruir”. Dos paredões de arenito, escavaram – ou melhor, esculpiram – palácios, templos e moradias.  Arqueólogos ainda debatem sobre quando o Tesouro teria sido entalhado: as datas variam entre os anos 200 A.C. e 100 D.C.
O nome do monumento vem de uma lenda: um faraó egípcio – ou um grupo de bandidos – teria escondido seus ricos pertences em uma urna de pedra dentro de Al Khazneh. Beduínos, na esperança de algum milagre, fuzilaram a urna diversas vezes para ver se esta se abria, como em um passe de mágica. Mas a pedra, inerte e maciça, continua a guardar seus tesouros… e seu silêncio.

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Para aqueles que têm preguiça de andar a pé até o Tesouro, uma carona de dromedário pode ser uma pedida. Outros preferem o cavalo…
Se o Tesouro continha outros tesouros, jamais saberemos. Mas, na imaginação de Steven Spielberg e George Lucas, o monumento preservaria o tão procurado Santo Graal. Harrison Ford, em Indiana Jones e a Última Cruzada, passa por Petra e sai em disparada a cavalo pelo estreito desfiladeiro…

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Palácios, templos e residências foram escavados diretamente na rocha. Por essa particularidade, Petra foi sempre um sonho para mim.
Após o primeiro – e mais elegante – monumento de Petra, o vale se amplia e as construções na rocha viva se multiplicam. Descubro vários templos e um anfiteatro de 8 mil lugares, entalhado na época do império romano. Caminho mais um pouco e me deparo com um conjunto de templos, chamado Túmulos Reais. O principal é o Mausoléu da Urna.
Mas o tempo começa a ficar curto, os minutos voam. Subo as escadarias do Mausoléu da Urna, fascinado pela arte dos nabateus. Entro no templo, olho para o teto e meus olhos cintilam… Uma nova descoberta…

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O Mausoléu da Urna é uma das tumbas reais de Petra. Como as outras construções, o edíficio éesculpido na pedra. Poderia passar horas em cada templo, mas preciso retornar daqui a pouco a Israel…


Do editor... 

Eu Jo/Eli 
...
estive aí em Petra...e  fui fragado andando de camelo....




Muito me orgulho disso.
Abraços..










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