Translate

terça-feira, 12 de maio de 2015

Pode chegar ao país máquina que troca garrafa por ração para cães de rua...

Pode chegar ao país máquina que troca garrafa por ração para cães de rua...

segunda-feira, 11 de maio de 2015

Mulher sobreviveu em selva 'bebendo o próprio leite'...

Corredora se perdeu em floresta a leste de Wellington, na Nova Zelândia.© Foto: Thinkstock Corredora se perdeu em floresta a leste de Wellington, na Nova Zelândia.
Uma neozelandesa que se perdeu numa floresta disse ter bebido o 
próprio leite e se coberto de lama para sobreviver.
Susan O'Brien, de 29 anos, tomou o caminho errado durante uma 
corrida na Floresta Rimutaka, a leste de Wellington. Autoridades 
lançaram uma operação de busca após ela não ter cruzado a linha de 
chegada no domingo.
O'Brien, mãe de dois filhos, foi resgatada por ar na manhã desta 
segunda-feira (horário local). Ela se reencontrou com a família e a 
primeira coisa que fez foi amamentar sua filha de 8 meses, disse o 
jornal Dominion Post.
"Eu realmente pensei que iria morrer", disse ela a repórteres. "Como 
estou amamentando minha filha, eu tenho um pouco de leite. Então eu 
pensei que isso deveria me manter."



Ela também levava dois litros de água, tubos de gel e uma barra de 
cereais, informou a rádio New Zealand.
A corredora disse ter passado frio durante a noite e que cavou um 
buraco e se cobriu com lama para se manter aquecida. "Eu jogava
 sujeira em mim mesma e toda vez que eu ouvia alguma coisa eu 
gritava 'ajuda'".
Ela disse ao jornal New Zealand Herald que o incidente não fará com 
que ela pare de correr.

Cientista de Brasília cria sensor que acha câncer antes de sintoma surgir...



A cientista brasiliense Priscila Kosaka desenvolveu uma técnica para detecção de câncer que dispensa biópsias e que consegue identificar a doença antes mesmo do aparecimento dos sintomas. O resultado vem do uso de um nanosensor com sensibilidade 10 milhões de vezes maior que a dos métodos dos exames tradicionais em amostras de sangue dos pacientes. A previsão é de que ele esteja no mercado em até dez anos e também seja utilizado no combate a hepatites e Alzheimer. Leia mais:http://glo.bo/1FhMr0e

07/04/2015 07h25 - Atualizado em 07/04/2015 07h25

Cientista de Brasília cria sensor que acha câncer antes de sintoma surgir

Priscila Kosaka desenvolve projeto há seis anos em laboratório espanhol.
Técnica é 10 milhões de vezes mais sensível do que as atuais disponíveis.

Raquel MoraisDo G1 DF

A cientista brasiliense Priscila Kosaka, que desenvolveu uma técnica menos invasiva para detecção de câncer (Foto: Priscila Kosaka/Arquivo Pessoal)



Membro do Instituto de Microelectrónica de Madrid há seis anos, a cientista brasiliense Priscila Kosaka, de 35 anos, desenvolveu uma técnica para detecção de câncer que dispensa biópsias e que consegue identificar a doença antes mesmo do aparecimento dos sintomas. O resultado vem do uso de um nanosensor com sensibilidade 10 mihões de vezes maior que a dos métodos dos exames tradicionais em amostras de sangue dos pacientes. A previsão é de que ele esteja no mercado em até dez anos e também seja utilizado no combate a hepatites e Alzheimer.
Consegui um resultado que parecia apenas um sonho há quase seis anos. O que me motivou? Conseguir proporcionar uma melhor qualidade de vida para as pessoas. Quero que o diagnóstico precoce do câncer seja uma realidade em alguns anos. Trabalho em busca de um resultado como esse desde o meu primeiro dia no Bionanomechanics Lab"
A pesquisadora explica que o sensor é como um "trampolim muito pequenininho” com anticorpos na superfície. Quando em contato com uma amostra de sangue de uma pessoa com câncer, ele “captura” a partícula diferente e acaba ficando mais pesado. Outras estruturas relacionadas à técnica também fazem com que haja uma mudança de cor das partículas, indicando que o paciente que teve o fluido coletado tem um tumor maligno. A taxa de erro, segundo Priscila, é de 2 a cada 10 mil casos.
“Atualmente não existe nenhuma técnica que permita a detecção de moléculas que estão em concentrações muito baixas e que coexistam com mais de 10 mil espécies de proteínas numa única bioamostra”, afirma. “Atualmente nenhuma técnica é capaz de encontrar a ‘agulha no palheiro’. Portanto, existe uma necessidade de tecnologias capazes de registrar moléculas individuais na presença de outras moléculas muito mais abundantes. E o nanosensor que desenvolvi é capaz de fazer isso.”
De acordo com a cientista, novos estudos podem fazer com que o nanosensor também seja usado para identificar a que tipo específico pertenceria uma amostra cancerígena (gastrointestinal ou de pâncreas, por exemplo). Dados da Organização Mundial da Saúde estimam 21,4 milhões de novos casos de câncer em todo o planeta em 2030, com 13,2 milhões de mortes. Há mais de cem tipos da doença, e os mais comuns são de próstata, mama, cólon, reto e pulmão.

“[Estou] Muito feliz, amo o que faço. Consegui um resultado que parecia apenas um sonho há quase seis anos. O que me motivou? Conseguir proporcionar uma melhor qualidade de vida para as pessoas. Quero que o diagnóstico precoce do câncer seja uma realidade em alguns anos”, diz a mulher. “Trabalho em busca de um resultado como esse desde o meu primeiro dia no Bionanomechanics Lab.”
Entre os benefícios da técnica desenvolvida por Priscila está o fato de que a identificação pode ocorrer dispensando a biópsia e por meio dos exames rotineiros de check-up. A cientista conta que ainda é necessário que o sensor passe por novas fases de teste. Além disso, ela precisará de financiamento para os estudos. Um dos objetivos da pesquisadora é que o equipamento tenha um custo acessível e assim possa ser adotado amplamente pela população.
Bacharel em química pela Universidade de Brasília e doutora na área pela Universidade de São Paulo, Priscila é a responsável pelas atividades relacionadas à funcionalização de superfícies do laboratório, além de trabalhar na otimização de estratégias de imobilização de biomoléculas em microcantilevers para biosensing. Ela atua ainda no desenvolvimento de sistemas de nanomecânicos e na combinação de nanotecnologias para o desenvolvimento de ferramentas de diagnóstico altamente sensíveis e específicos e é avaliadora e revisora de projetos europeus para a European Commission desde 2011.
A pesquisadora conta que a descoberta pode ser usada ainda no diagnóstico de hepatite e que pretende estender a técnica a mais doenças, como o Alzheimer. “Em lugar de fazer uma punção na medula espinhal para extrair líquido cefalorraquidiano para o diagnóstico de distúrbios neurológicos, temos sensibilidade suficiente para detectar uma proteína em uma concentração muito baixa no sangue. Assim, o paciente não precisa passar por um exame tão invasivo, pode fazer um simples exame de sangue.”
Benefícios
O oncologista Gustavo Fernandes afirmou apreciar a possibilidade de ver tecnologias do tipo à disposição no dia a dia. "Poder fazer diagnóstico precoce por meio de métodos menos invasivos é muito elegante. Os métodos que temos hoje são muito rudimentares, são muito arcaicos. É um exame físico melhorado em relação ao que se via antes, mas estamos atrás de nódulos, de caroços. O paciente continua fazendo uma porção de testes, de exames de imagem."
O médico disse ainda esperar ver como o equipamento poderá ajudar pacientes, já que cada tipo de câncer evolui de uma forma diferente e que mesmo entre tipos iguais há variações  – como as causas, o comportamento no organismo e a agressividade. A única certeza é de que a intervenção precoce é uma aliada no combate à doença.


"A gente fala de brincadeira que todos os tumores que a gente tratava como comuns estão ficando raros. Câncer de mama é comum, mas as características genéticas são tão específicas que você não trata mais de câncer de mama, mas de câncer de mama de categoria tal. Ou seja, se você for apertando, você vai ter uma centena aí de doenças a partir de uma só. É que nem de pulmão, você acaba dividindo em muitos grupos. Tem muitas alterações sendo detectadas, que acaba que sob um mesmo nome tem várias doenças", concluiu.



O médico e as orquídeas...dr. Humberto Epiphaneo nossos sentimentos aos que ficaram...

Faleceu dr. Humberto Epiphaneo, orquidófilo muito atuante. Nossos sentimentos a família.Dr. Humberto Epiphaneo, seu legado é imenso em cuidados médicos,  amor e zelo com seu Orquidário foi exemplar...
O médico e as orquídeas...por Alessandra Morgado - publicada em 16. 3. 2011 - atualizada 16h2Entrar no Orquidário Epiphanio é partilhar da paixão do médico Humberto, que ao longo de 23 anos vive cercado de orquídeas.











“A orquídea emociona. É um ser magnético que atrai e enfeitiça, domina. Ela até mostra para você que não está bem. Ela te induz a tomar uma direção de cultivo, fertilização e manejo.”



Nas madrugadas de sábado e domingo, um homem salta da cama às 4h30 quando o Sol ainda nem pensa em dar o ar de sua graça. Ele deixa um resto de sono em sua cama quente e beija a esposa que ainda dorme, enquanto outra paixão o espera no quintal. Ele sai quieto para seu recanto preparado para proporcionar o conforto às beldades que enchem sua vida de energia.
Elas são exigentes e, às vezes, completamente imprevisíveis ao preservarem segredos de seus adoradores. Eles, como o homem que foge para seu quintal, são proprietários subservientes à espera de um sorriso na forma de flores, que muitas vezes só vêm uma vez por ano. Enquanto isso, elas vão exigindo paciência, devoção e até sacrifícios. O homem não desiste de seu amor platônico, cuida e espera que a próxima orquídea o brinde com suas flores.

No orquidário nosso personagem vira coadjuvante entre milhares de plantas, que esperam num silêncio comedido, como as damas de outros tempos. 


Médico otorrino por formação, Humberto Antonio Epiphanio, 71, sucumbiu à paixão há 23 anos quando trouxe cinco humildes vasinhos de orquídeas para a antiga chácara de sua avó Margarida Hoffmann Corso, na Vila Paulista, onde hoje fica o Orquidário Epiphanio.


 Era apenas uma homenagem para a mulher que foi dona de uma das primeiras floriculturas da cidade e apreciadora da planta.



Mal sabia o médico que o cantinho de 6 metros quadrados seria impregnado pela magia milenar da planta, descrita pela primeira vez pelo filósofo grego Theophrastus (372-287 a.C.), discípulo de Aristóteles. Ele foi abatido pelo orquidelírio, como os vitorianos chamavam o arrebatamento causado pela planta. Humilde, o médico confessa “que existem paixões que extrapolam. Acho que ninguém deve ter a mesma loucura que a minha”.Ao redor dele 2.500 metros quadrados dedicados à criatividade da natureza aliada à inventividade humana. Numa sala com porta de vidro ficam suas atuais preferidas, como a flor de cachos azuis ou lilases (depende do olho do observador) vinda da Tailândia e uma criação de Humberto, a Reike´s Emotions.
O experiente médico se transforma em aprendiz perto de suas orquídeas, que se expressam em silêncio perdendo folhas, secando ou negando-se a florir até que sejam atendidas em seus desejos íntimos. “Como médico, eu digo: uma orquídea a mais e um remédio a menos.”


A convivência com essas damas mudou a cabeça do nosso personagem, que aprendeu a ser mais paciente e tolerante, além de conseguir assimilar a energia que as plantas dão para quem cuida delas. “A pessoa passa a ter outra visão de vida. Nesse mundo estressante onde a gente vive, o cultivo e o manejo da orquídea é uma terapia. O amadurecimento de quem vê a vida e consegue enxergar o que é importante e, às vezes, estava ali perto”, conta Humberto.
Dois dos cinco filhos do médico (Roberto, Sabrina, Erika, Fernando e Bruna) também foram infectados pelo delírio e iniciaram o trabalho no orquidário por iniciativa própria. O orquidófilo não acredita em paixões hereditárias. A esposa, Maria Eduarda, foi homenageada com uma planta com seu nome, mas apesar de levar flores para embelezar seu consultório odontológico não compartilha da fixação do marido. Humberto diz que sua companheira, como a de outros orquidófilos, algumas vezes se queixa de dividir sua atenção. [Que mulher em sã consciência não reclamaria?].



Louca paixão
Como todo apaixonado, Humberto fez algumas pequenas loucuras ao longo dos anos, como comprar uma planta sem ao menos ver o seu estado, mas, por sorte, a surpresa foi boa. Ampliar várias vezes o orquidário, aliás agora o local está em obras para abrigar um ambiente com vista panorâmica para a Floresta Estadual Navarro de Andrade, conhecida como Horto Florestal. Ele também participou de incontáveis exposições pelo país e até comprou de uma senhora uma planta que ficava num fundo de quintal, debaixo de uma bananeira.
“Eu comprei aquela planta que estava assim abandonada, mas totalmente florida. Trouxe para cá e pensei: agora vou usar toda a minha técnica para fazê-la florir, mas olha lá... até agora nada. As orquídeas são plantas temperamentais. Parecem mulheres, quando você pensa que estão apaixonadas te dão um chute”, lamenta bem-humorado.


Uma das lendas sobre as orquídeas fala exatamente de uma bela moça chamada Hoan-Lan, que vivia na cidade de Anam nas terras da Indochina, que deixou vários pretendentes apaixonados e, depois de receber presentes raros, os desprezava. Isso provocou casos de loucura e até suicídios. Um dia, como em toda lenda, veio o castigo numa paixão avassaladora, mas o rapaz que Hoan-Lan amava a rejeitou. Ela buscou a ajuda de um deus, que se recusou a ajudá-la. Então, fez um trato com uma bruxa que pediu sua alma, em troca a feiticeira impediria o rapaz de amar outra mulher. Voltando para casa Hoan-Lan encontrou o rapaz e tentou abraçá-lo, mas o moço virou uma árvore. Desesperada, ela se agarrou a ele. O sofrimento da moça comoveu outro deus, que a transformou na primeira orquídea, com a sina de viver grudada à árvore e dependente de sua seiva.
Contudo, as orquídeas não são parasitas. Tiram seu alimento do ar e da água da chuva e algumas podem viver em pedras ou no solo.


“Nesse mundo estressante onde a gente vive, o cultivo e o manejo da orquídea é uma terapia. O amadurecimento de quem vê a vida e consegue enxergar o que é importante e, às vezes, estava ali perto”
Nasce uma flor...
No berçário do Orquidário Epiphanio muitas pequenas mudas recebem  cuidados para crescer. Trata-se de um investimento de até seis anos entre a polinização e a planta florir pela primeira vez. Humberto explica que a orquídea é hermafrodita, ou seja, sua flor tem o órgão feminino e o masculino, mas para levar o pólen para outra planta depende de agentes externos, como insetos. As cores fortes e o cheiro no interior das flores são atrativos que permitem a continuação da espécie e têm funcionado muito bem ao longo de milhares de anos.

“Existe uma planta a, Ophrys speculum, cuja flor imita o reflexo de um céu azul nas asas de uma vespa fêmea, com isso os machos do inseto são atraídos pela cor e aparência e levam o pólen de uma planta para outra. Tem uma planta na Birmânia com apêndice da flor bem longo, que apenas uma mariposa com língua comprida pode polinizar”, disse Humberto.
Na polinização artificial, o humano faz o papel do agente externo polinizando a planta, que forma uma bolsa de sementes logo atrás da flor. Essa bolsa é enviada para laboratório para que as sementes sejam desenvolvidas em ambiente controlado, depois de aproximadamente nove meses essas pequenas plantas voltam para o berçário do orquidário.


Remédio contra a depressão.
Uma fotografia da orquídea VâniaMüller, feita por uma revista especializada, fez com que Humberto recebesse um e-mail da própria Vânia Müller, filha do médico que criou o híbrido e registrou a planta em sua homenagem. A mulher passava por um processo depressivo e queria comprar uma muda da planta para acompanhar seu crescimento. “Eu fiquei emocionado com a história e mandei um ramo para ela. Isso foi há quatro ou cinco anos. Ela fotografou a planta crescendo até a primeira florada. Toda vez que entrava em depressão, ela ia ver o broto e observar os avanços. Isso a ajudou muito mesmo”, relembra o médico.
Ele também enfrentou várias intempéries da vida, como doenças, operações e perdas, mas segue a vida literalmente num mar de flores. “Minha qualidade de vida é boa em função da relação com as plantas. Não é uma fonte de lucro. O retorno de tudo isso é para mim mesmo, não é para mais ninguém. A orquídea emociona. É um ser magnético que te atrai e enfeitiça, domina. Ela até mostra para você que não está bem. Ela te induz a tomar uma direção de cultivo, fertilização e manejo”, divaga Humberto com olhar apaixonado.

Como escolher
a primeira orquídea
1 - Não comprar planta cara inicialmente;
2 - Observar se a planta e o clima da região são compatíveis;
3 - Buscar orientações básicas de cultivo, mas não deixar seu feeling de lado;
4 - Não deixá-la sob o Sol pleno;
5 - Fazer adubação;
6 - Trocar o substrato (uma vez a cada dois anos ou quando precisar);
7 - Regar sem deixar a planta encharcada, principalmente as raízes (no frio de manhã e no calor durante períodos mais frescos pela manhã ou à tarde). 
Obs.: Essas orientações são gerais, por isso é necessário observar os sinais que a planta dá.

Flor da elite
Até pouco tempo, essas plantas eram consideradas elitistas por serem cultivadas por nobres e pessoas abastadas. Humberto conta que a avó foi uma das fundadoras do Círculo Rio-clarense de Orquidófilos há 54 anos, sendo que as primeiras exposições na cidade atraiam pessoas da vanguarda financeira, inclusive nobres. “Só esses tinham orquídeas e buscavam híbridos na Europa. Hoje, a orquídea se difundiu e globalizou. A ‘olho de boneca’ a gente encontra em todo local, ela é exótica e adaptou-se muito bem aqui.”
A origem...
O filósofo usou o termo Orchis, que significa testículos, para designar as orquídeas mediterrâneas por causa de suas raízes tuberosas. Essa semelhança também levou os povos da Idade Média a acreditar nas propriedades afrodisíacas da planta, cujos tubérculos eram consumidos na forma de chás, mas com o tempo a beleza voluntariosa de suas flores começou a ganhar o mundo em mais de 30 mil espécies e milhares de híbridos, que são cruzamentos feitos pelo homem. A quantidade exata deles segue sendo outro segredo. (Alessandra Morgado)


email: h-epiphanio@uol.com.br



 “Como médico, eu digo: uma orquídea a mais e um remédio a menos.”





sábado, 9 de maio de 2015

DUBAI – As Ilhas Artificiais... Maravilhas da engenharia...



DUBAI – As Ilhas Artificiais 


Quando pensamos em Dubai, as ilhas artificiais logo nos vem à cabeça. E era exatamente esta a intenção, quando o Xeque Mohammed bin Rashid Al Maktoum ordenou a construção das primeiras ilhas. Elas foram construídas para expandir a costa do país, que originalmente possuía apenas 72 km, possibilitar o aumento do número de turistas e se tornar o símbolo do país.
Além das enormes dimensões, elas também são construídas nos mais inusitados formatos, as mais conhecidas são os arquipélagos “Palm Islands”, em formato de palmeira, e “The World”, na forma do mapa-múndi.
Muitos engenheiros julgavam o projeto impossível, já que a construção estava exposta à ação dos ventos e da água do mar, sofrendo processos de erosão diariamente.  Outro obstáculo foi a utilização de materiais exclusivamente naturais, nada de cimento ou aço, apenas areia e rochas, tornando a estrutura das ilhas ainda mais frágil.
Palm Islands
O arquipélago é formado por três ilhas em formato de palmeira: “Palm Jumeirah”, “Palm Jebel Ali” e “Palm Deira”. As ilhas são ocupadas por  residências de luxo, centros comerciais, hotéis e restaurantes.
A primeira ilha construída foi a “Palm Jumeirah”, cuja construção começou em 2001. Para dar forma à ilha foram utilizados 94 milhões de metros cúbicos de areia. Se juntássemos toda areia e rocha utilizadas seria possível erguer uma parede de 2,5 metros ao redor da Terra! E, ainda sim, a Palm Jumeirah é a menor das três ilhas. Veja as suas dimensões:
Palm Jumeirah: comprimento – 5 km; largura – 5,5 km
Palm Jebel Ali: comprimento – 7 km; largura – 7,5 km
Palm Deira: comprimento – 14 km; largura – 8,5 km
A construção: As ilhas são circundadas por quebra-mares que diminuem o impacto das ondas sobre elas. Foram levados em consideração para sua construção a força das ondas na região, as marés, os ventos e até mesmo os efeitos do aquecimento global. As pesquisas concluíram que o Golfo Pérsico é o lugar perfeito para tal empreendimento já que sua pouca profundidade e largura não permitem a formação de grandes ondas mas, por precaução o quebra-mar foi construído 3 metros acima do nível do mar.
A areia que compõe o quebra-mar é revestida por um geotêxtil permeável que evita erosões. As dragas retiram a areia do fundo do mar, e a depositam em camadas até que seja atingida a altura ideal. Por cima é colocada uma camada de pedras e duas camadas de rochas grandes (de até seis toneladas cada), que protegem a estrutura. Cada pedra foi colocada individualmente por um guindaste, e suas posições foram cuidadosamente calculadas por GPS garantindo o formato complexo das ilhas. As aberturas laterais do quebra-mar servem para evitar a estagnação da água que ocupa os canais estreitos, esses espaços permitem que a água circule totalmente a cada 13 dias.
A areia que deu forma às ilhas foi minuciosamente escolhida , já que a areia que recobre os desertos de Dubai não pode ser utilizada por ser muito fina, o que faria com que a ilha literalmente se desmanchasse.

Draga bombeando areia para formar uma ilha
O fundo do mar foi dragado e a areia pulverizada numa velocidade de 10 metros por segundo. Todo processo foi determinado pelas coordenadas de GPS obtidas a partir de um satélite particular. As coordenadas tinham que ser minuciosamente calculadas e as dragas precisamente posicionadas para que o jato de areia atingisse o local correto.
Para evitar o fenômeno da liquefacção, que poderia ser ocasionado caso a região fosse atingida por um terremoto, levando à completa destruição da ilha, ela precisou ser compactada. Para isso, antes que fossem construídas as casas, o solo teve que passar pelo processo de vibro-compactação. O processo consiste na perfuração do solo por sondas (mais de 200 mil buracos), as sondas liberam água com alta pressão e ar no solo e então a broca vibra, agitando o solo ao redor.
Após a conclusão de todas as etapas da construção da ilha, ela está pronta para receber a infraestrutura necessária para receber os turistas. O que significa literalmente erguer uma cidade no mar.
Curiosidades:
A Palm Jebel Ali, se vista de cima, forma um poema em árabe;
As ilhas são tão grandes que podem ser vistas do espaço;
The World
O projeto é composto por 300 ilhas, cada uma representando um país. Elas se encaixam na forma perfeita de um mapa-múndi. Neste projeto, mais do nunca as posições das ilhas devem ser exatas, para que o formato seja perfeito. Os tamanhos variam de 2 a 8 hectares. Na construção, foram usados, cerca de320 milhões de metros cúbicos de areia e 31 milhões de toneladas de pedras.
O transporte entre as ilhas terá  4 pontos principais, localizados estrategicamente, por eles passará uma rede de canais, otimizando o deslocamento. O projeto é flexível,  e poderá ser alterado de acordo com a necessidade e exigência dos compradores, a ilhas poderão ser moldadas, por exemplo, para se interligarem.
A aquisição de uma parte do “mundo” pode custar de 6 a 36 milhões de dólares, o que, é claro, será privilégio de poucos. Mas também haverá alguns hotéis, para que quiser passar apenas uma temporada no local.
Dubai Waterfront
O sucesso das megaestruturas anteriores incentivou os promotores a ousarem ainda mais, em 2005 lançaram o imenso projeto “Dubai Waterfront”. A construção em forma de garra avançará não só em direção ao mar, mas também ao deserto.  O arco formará um quebra-mar ao redor daPalm Jebel Ali, o complexo será a maior baía artificial do mundo. Tão grande, que se subdividirá em regiões, cada uma com uma característica específica, resultando em uma cidade rica em diferentes estilos arquitetônicos.
No centro do complexo haverá uma ilha de forma quadrada, que será circundada por um lago artificial (a terra será retirada para que a água do mar infiltre, preenchendo o espaço), ela se ligará ao continente por pontes e linhas de metrô.  A intenção é criar uma espécie de Manhattan no deserto.
A ideia é que os edifícios mais altos fiquem ao sul da ilha criando uma barreira que reterá o vento quente do deserto e criará sombra. A expectativa é que a região tenha cerca de 1,5 milhão de habitantes. Todo o projeto terá ênfase em sustentabilidade e aproveitamento dos recursos naturais.
As ilhas artificiais ganharam a paisagem e se tornaram o símbolo de Dubai. Juntas, todas as estruturas irão aumentar a costa de Dubai, que antes era de apenas 72 quilômetros, para incríveis 1500 quilômetros. A cidade parece não ter limites para crescer.
Na próxima semana: Dubai – Transportes (parte 3)