A felicidade é desejada e reconhecida por muitos. Mas, como ter uma vida interessante retirando o olhar do outro? Normalmente, as pessoas ao redor são punidoras, críticas, valorizam o status quo, reverenciam o poder e, dessa maneira, agem como uma sociedade limitadora e castradora de uma vida bem vivida.
É muito bom conseguirmos retirar o peso dos nossos passos caminhantes, o olhar dos outros sob os nossos ombros e andarmos dignos dos nossos caminhos de vida.
Muitos sonham com a liberdade, mal sabem que este é um substantivo da vida de seres humanos. Não há escolhas e decisões de liberdade nos animais. Logo, liberdade não é um instinto animal. É totalmente humano, somente nós a vivenciamos.
Com o nosso direito intrínseco de "pensar, sentir, agir" - tríade maior da experiência humana, vivenciamos a sabedoria da vida com as reflexões dos nossos passos e/ou nos passos de outrem.
A oportunidade de aprendizados vividos e vívidos, de passos em prol de uma solitude interessante, vem do direito de não se arraigar nas condicionantes limitantes da sociedade. Do olhar e sonhos capitalistas, consumistas e de tribos.
Felicidade é efêmera, vai e vem (quando vem, vem bem!) e, muitas vezes, algumas são mero quesito social para posts em redes sociais.
Sustentar uma vida interessante é quebrar paradigmas: internos, sombras, dúvidas, olhares e, assim, continuar a trilhar o papel de eterno aprendiz da vida.
A quem se justifica não estar nos moldes pré-determinados de uma sociedade aglutinada em sonhos de propaganda de margarina? A ninguém. Eis aqui, um primeiro guia do aprendiz de vida interessante.
Com quem dividir o teto, pago com boletos suados, se não àqueles que tanto devotamos? Quem? Filhos e amores.
Filhos pequenos muito bem-educados para que se tornem homens de bem e autônomos em sua maioridade. Tempo determinado.
Amores que, medidos no patamar da vida, consolidem um viver de rotinas e descansos verdadeiros, sentidos e, por ambos, abraçados. Escolha conjunta e conjugada.
Temporalidade. Reforço diário.
Os que nos conhecem desnudos, nus, prontos a viver nossos sabores nos bastidores, eis aí o verdadeiro palco da vida.
Realmente, eu gosto muito de chegar em casa.
As famílias são idolatradas em estereótipos que, simplesmente, alimentam os dizeres: somos integrados como seres humanos.
A integração, muitas vezes, envolve um pagar boletos, dividir controle remoto da TV ou conviver com pessoas em m².
Quantas áreas comuns das casas e apartamentos estão vazias de gente?
Entre um ser, um viver e um compartilhar, e que, dito hoje, é parte da sociedade contemporânea.
Compartilhamos notícias, músicas, fotos, check-in, rede, tudo conectado.
Enfim, compartilhamos conteúdos e as pessoas seguem desintegradas.
E nós, meramente nós, perdemos o elo que nos torna humanos, os braços largos.
Feliz aquele que sabe: padrões são forjados em pleno século XXI em prol de um vôo raso.
Vôo raso não arranha-céus.
Eu quero ver mais alto.
Antes de ficar reclamando e se lamentando pelo que não tem, seja uma pessoa boa o suficiente e tenha gratidão por tudo aquilo que já possui.
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