sexta-feira, 31 de maio de 2019

ALERTA GERAL, É POSSÍVEL MINIMIZAR A QUANTIDADE DE AGROTÓXICOS NOS ALIMENTOS? CONFIRA!




Estudos do Greenpeace mostram que alimentos à venda na cidade contém mais substâncias tóxicas do que o limite permitido por lei

Deu no El País: uma análise realizada pelo Laboratório de Resíduos de Pesticidas do Instituto Biológico de São Paulo mostrou que diversos alimentos à venda em Brasília e São Paulo contêm resíduos de agrotóxicos do limite máximo permitido. Muitos chegam ao consumidor com a presença de mais de um tipo de pesticida. Em outros tantos, foi detectada a presença de resíduos de substâncias não permitidas para aquele alimento e até de agrotóxicos proibidos no Brasil.

A avaliação foi feita à pedido da ONG Greenpeace com mais de 100 quilos de alimentos como arroz, feijão, frutas, verduras e legumes. Os resultados compõem o dossiê “Segura esse Abacaxi”, que mostra quais agrotóxicos estão indo parar na nossa mesa.

“Não há níveis seguros para o consumo de agrotóxicos a longo prazo”, disse Marina Lacôrte, especialista do Greenpeace em agricultura e alimentação, em entrevista para o El País. “Estamos comendo veneno. Os agrotóxicos estão na nossa rotina”.

De acordo com o dossiê do Greenpeace, das 50 amostras testadas, 30 continham resíduos tóxicos. Dessas, 13 apresentavam agrotóxicos não permitidos no Brasil. Duas amostras de pimentão – uma de cada cidade – apresentaram sete tipos de substâncias diferentes, incluindo agrotóxicos proibidos para este alimento. Essa mistura de pesticidas provoca o chamado efeito coquetel — uma combinação de substâncias tóxicas que isoladamente já fazem mal à saúde, mas juntas podem ter um efeito desconhecido, diferente do resíduo isolado.

CUIDADO COM AS FRUTAS



A imagem acima é de um ranking de alimentos com maior grau de contaminação por agrotóxicos, produzido pela Anvisa. O Greenpeace endossa o estudo e acrescenta: quando o assunto são frutas, é preciso tomar cuidado redobrado.

Três das quatro amostras de mamão pesquisadas pelo Greenpeace apresentaram o efeito coquetel, com quatro tipos diferentes de resíduos. “Em uma delas havia um pesticida que não é permitido para o uso neste tipo de fruta”, relatou o El Pais. “Em outra, também foi encontrado uma substância com valores muito acima do permitido: nove vezes a mais. Ainda, duas amostras desta fruta continham um pesticida que é proibido no Brasil desde fevereiro do ano passado, o procloraz”.

Quando o assunto são frutas, é preciso tomar cuidado redobrado. Três das quatro amostras de mamão pesquisadas pelo Greenpeace apresentaram o efeito coquetel, com quatro tipos diferentes de resíduos. “Em uma delas havia um pesticida que não é permitido para o uso neste tipo de fruta”, relatou o El Pais. “Em outra, também foi encontrado uma substância com valores muito acima do permitido: nove vezes a mais. Ainda, duas amostras desta fruta continham um pesticida que é proibido no Brasil desde fevereiro do ano passado, o procloraz”.

Para completar, a banana e a laranja de Brasília vieram com níveis de agrotóxicos acima do limite máximo permitido pela Anvisa.

“A melhor maneira de evitar a contaminação por agrotóxicos é consumindo alimentos orgânicos”, recomendou a especialista em alimentação e agricultura do Greenpeace, em entrevista ao El País.

“Esse, no entanto, é um pedido que não dá para fazer a todo mundo”, reconhece. Isso porque os orgânicos costumam custar em torno de 30% a 40% a mais que os convencionais.
SOLUÇÃO

Em Brasília, a solução para o problema do preço está surgindo no mercado de startups. Existe uma empresa incubada na Universidade de Brasília que está levando produtos orgânicos, a preço justo, para a casa das pessoas. Trata-se da UBAIA Cestas de Saúde, único empreendimento da capital federal a receber o selo de “startup de impacto socioambiental” do maior programa de aceleração de empresas de base tecnológica do Brasil: o Inovativa. Por conectar o consumidor diretamente ao pequeno produtor rural, a empresa consegue comercializar orgânicos por até metade do preço dos supermercados e hortifrutis.

ALERTA! Dos 23 agrotóxicos encontrados em nossa comida, 10 estão proibidos em, pelo menos, uma destas quatro regiões: Austrália,Canadá, Estados Unidos e Europa.

VOCÊ SABIA?
O Brasil é o país que mais consome agrotóxicos no mundo.
Agrotóxicos são a segunda maior causa de contaminação das águas dos nossos mares e rios.
Tramita na Câmara um projeto de lei (PL 6299/2002) de autoria do atual ministro da Agricultura, Blairo Maggi, que altera as regras da lei do uso, pesquisa, produção e comercialização dos agrotóxicos. Chamado pelos ambientalistas de “pacote do veneno”, o projeto propõe, por exemplo, tirar o ministério do Meio Ambiente e a Anvisa do processo de aprovação das substâncias que podem ser usadas, deixando somente o ministério da Agricultura responsável por isso.
O “pacote do veneno” também propõe que os agrotóxicos passem a ser denominados “defensivos fitossanitários”. O projeto já foi aprovado pelo Senado.
Na contramão do “pacote do veneno”, aguarda aprovação da Câmara o projeto de lei que institui a Política Nacional de Redução de Agrotóxicos (Pnara). O texto propõe, basicamente, reduzir gradualmente o uso de agrotóxicos na agricultura e estimular e promover a agricultura agroecológica.”
Fonte: El País



No dia 10 de janeiro o Ministério da Agricultura autorizou o pedido de registro de 28 agrotóxicos e princípios ativos.



No dia 18 de janeiro, foram mais 131 pedidos publicados.
Quais impactos isso pode trazer para a sociedade?
Para instituições de meio ambiente, saúde e trabalho, o Brasil está caminhando para uma situação catastrófica. Campanhas assinadas por órgãos como Organização da Nações Unidas, Anvisa e Ibama apontam que o uso prolongado desses produtos químicos mata a vida do solo e provoca uma “espiral química”.



Isto é: quanto mais agrotóxico se usa, mais é necessário usar. Além disso, apontam que o uso de pesticidas não resolveu o problema da fome no país e afirmam que o atual modelo de produção torna a agricultura brasileira dependente de empresas gigantes transnacionais que dominam a produção e venda de agrotóxicos.