segunda-feira, 4 de dezembro de 2017

Pesquisa indica que minhocas podem se reproduzir no solo de Marte.





Earthworm Jim é pioneira entre as minhocas espaciais (Foto: Divulgação / Gilberto "Soren" Zaragoza)




Muita gente acha nojento, mas aqueles pequenos vermes gosmentos que chamamos de minhocas são fundamentais para boa parte da vida na Terra. Não à toa, Charles Darwin passou 39 anos de sua vida estudando esses animais rastejantes.
Sem as minhocas, a agricultura nunca teria prosperado às margens dos rios Nilo e Eufrates, as sociedades egípcias e mesopotâmicas nunca teriam surgido, e o mundo seria bem diferente do qual vivemos.


Experimento com plantas do cientista Wieger Wamelink (Foto: Wieger Wamelink/Divulgação)

Cientistas agora tentam repetir o processo para iniciar outra civilização, mas desta vez em Marte. Um dos maiores desafios de colonizar o planeta vermelho é justamente a produção de alimentos. É a isso que se dedica o biólogo Wieger Wamelink, da Wageningen Universidade e Pesquisa(Países Baixos).

Utilizando um simulacro do solo marciano retirado pela Nasa de um vulcão havaiano, ele passou a tentar produzir rúcula em estufas semelhantes às que seriam construídas no planeta estrangeiro. No solo, foram adicionadas fezes, urina de porco e minhocas adultas.
Wamelink ao divulgar a pesquisa. “Entretanto, a melhor surpresa veio no final da experiência, quando encontramos duas jovens minhocas no simulador de solo marciano.” Ou seja, elas fizeram filhos.

O papel das minhocas é simples, porém, fundamental. Elas comem matéria orgânica e defecam o húmus, um fertilizante natural extremamente eficiente, rico em nutrientes fundamentais para o crescimento vegetal, como nitrogênio, fósforo e potássio.

Elas também cavam túneis na terra, o que permite a entrada de ar e água no solo, um dos principais empecilhos para o cultivo em solo marciano. “A aplicação das minhocas já resolve esse problema”, disse Wamelink.