quarta-feira, 7 de outubro de 2015

Qual o futuro do carro elétrico? Duvidas, virtudes e inovaçoes...

Carro elétrico (Foto: Getty Images)

Estradas que fornecem energia...



O governo britânico vai começar a testar, ainda neste ano, um novo tipo de rodovia,projetada para recarregar as baterias dos veículos elétricos enquanto eles trafegam. A ideia é permitir que os motoristas percorram longas distâncias sem ter que parar para a recarga, que pode demorar hora...
Qual o futuro do carro elétrico?



Eleito pela revista “Time” uma das 50 invenções mais importantes de 2010, o modelo coreano prevê a instalação de linhas de energia sob o asfalto, capazes de transmitir energia para os veículos por meio de ressonância magnética. Para tanto, é necessário que os carros também sejam adaptados, equipados com um sistema compatível com a nova tecnologia.
Dentre todas as opções, a que se demonstrou mais viável para aplicação imediata foi a apresentada pelo KAIST (Korea Advanced Institute of Science and Technology), que já implementou esse tipo de serviço em algumas cidades coreanas.
A Highways England (agência responsável pela operação das estradas inglesas) estima que os gastos com a construção e a operação da nova rede saiam por cerca de £17 milhões (por km, ao longo de um período de 20 anos). Um dos principais benefícios previstos,é ambiental, com a redução de 35% na emissão de óxidos de nitrogênio e de 40% na emissão de material particulado, um composto extremamente tóxico.Além de investir em tecnologia wireless para recarga de carros elétricos, a Highways England também tem instalado pontos de recarga a cada 32 km, nas estradas da Inglaterra.




Enquanto isso, Londres serve de cenário para outras medidas inovadoras no setor. A cidade faz parte, por exemplo, do projeto ZeEUs (sistema de ônibus urbano com emissão zero). E, durante os Jogos Olímpicos de 2012, abrigou o lançamento do Sanya Skybump, um recarregador elétrico movido a energia eólica. A experiência nasceu da união do Durastation (recarregador da GE) a uma turbina eólica (desenvolvida pela Urban Green Energy) e tem como diferencial o fato de as hélices da turbina girarem ao redor do próprio eixo. Por falar em Durastation, saiba que o carregador veicular já está disponível no Brasil desde 2011: a primeira unidade foi instalada na Barra da Tijuca, no Rio, em uma parceria com a Petrobras.
Buzina direcionada
Carros elétricos são muito silenciosos quando comparados aos modelos convencionais. Para qualquer pessoa que more, estude ou trabalhe perto de uma via movimentada, essa é uma vantagem, certo?

Mas essa característica também pode representar um problema para a segurança de ciclistas e pedestres, especialmente aqueles com deficiência visual ou dificuldade de locomoção, como os idosos. Quando o carro se aproxima sem fazer barulho, as pessoas podem achar que a via está vazia e acabar sofrendo um acidente ao atravessá-la.
Essa questão já gera debates em países como Estados Unidos e Japão, que estudam a necessidade de esses veículos emitirem pelo menos ruído suficiente para anunciar sua
passagem
. Ou seja, em prol da segurança, exige-se um pouco de poluição sonora.
Mas um grupo de pesquisadores na Europa tem se dedicado a encontrar uma solução que concilie segurança e silêncio. E sua principal aposta é uma buzina especial, que só seria audível por pessoas que correm risco iminente de atropelamento. Quem estiver ao redor (andando na calçada, por exemplo) não seria atingida pelo alerta sonoro.
Um protótipo do eVADER (sigla para Eletric Vehicle Alert for Detection and Emergency Response) foi apresentado em dezembro do ano passado, em Barcelona, quando o público pôde ver como um carro equipado com a tal buzina funcionaria no mundo real.
O sistema apresentado inclui uma câmera associada ao para-brisa, capaz de identificar pedestres, ciclistas etc. e calcular, por meio de sua localização e trajetória, se eles correm risco de ser atingidos pelo veículo. Em caso de perigo, o sistema de alerta é acionado. O eVader prevê seis caixas de som sobre o veículo, capazes de direcionar o alerta sonoro para uma localização específica.
A proposta conta com financiamento da União Europeia por meio de um programa cuja meta é prever e minimizar riscos que os carros elétricos podem trazer para os pedestres no futuro.
Opções de baixo custo...



Todas essas novidades preveem, é claro, a popularização dos veículos elétricos. Que só vai ocorrer se os consumidores abraçarem a ideia.



Nesse sentido, um problema é a percepção comum de que carros elétricos têm desempenho ruim. O mercado já conta com opções tão ou mais eficientes que os carros movidos a gasolina, como os fabricados pela Tesla Motors, primeira montadora do mundo a produzir apenas veículos que não utilizem combustível fóssil. Mas aí o problema é outro: o preço.
Na China, esse descompasso entre desempenho e preço levou a uma solução curiosa. Lá, andam fazendo sucesso carros elétricos declaradamente de baixa velocidade - e também de baixo custo.
Os LSEV (low-speed electric vehicle) custam, em média, cerca de US$ 8 mil. Mas há opções bem mais em conta, como o Dexing Jinniu. Lançado em abril deste ano, o veículo é vendido por US$ 1.913 e atinge no máximo 40 km/h.
Compactos e com acabamento simples, sem luxo, os LSEV atendem à demanda de parte da população, que precisa de um carro para cumprir tarefas do dia a dia, mas não requer nada muito potente. A novidade atraiu não só consumidores, mas também um grande número de fabricantes, o que tornou a concorrência ainda mais acirrada.
Estima-se que, no ano passado, mais de 300 mil LSEV tenham sido vendidos na China, de acordo com o site Car News China, com base em Pequim. Ainda segundo o site, a maioria dos consumidores recarrega as baterias dos veículos nas tomadas de casa.