sábado, 30 de novembro de 2013

O MAR MORTO ESTÁ MORRENDO! OU JÁ MORREU? Fique por dentro...


O MAR MORTO ESTÁ MORRENDO! OU JÁ MORREU?
CONSERVAÇÃO, ISRAEL, JORDÂNIA, PALESTINA;


Assistiremos em breve o funeral do Mar Morto? A maior depressão do planeta perde hoje um metro de água por ano e o nível continua a descer. Na década de 60 o lago estava a 390 metros abaixo do nível do mar; hoje está a 421,5 metros negativos. Os conservacionistas protestam, os economistas se preocupam e os políticos – mesmo se pouco amistosos entre si – sabem que devem se sentar à mesa de negociações.



O nível do Mar Morto baixou mais de 30 metros em quatro décadas. Sua área está reduzida a um terço do que era.

Três governos têm responsabilidade sobre as águas do lago hipersalgado: Israel, Jordânia e a Autoridade Palestina. Com um empurrão do Banco Mundial, os três bandos concordaram, em 2005, que algo deveria ser feito para reverter uma catástrofe ambiental. Encomendaram os estudos necessários, os quais estarão concluídos em 2010. Os governos acham que a melhor solução para encher novamente o Mar Morto é transferir água do Mar Vermelho.

A ideia parece boa. Afinal, o Mar Morto está bem abaixo do nível do Mar Vermelho. A água viajaria graças à força da gravidade dentro de uma tubulação (ou em um canal a céu aberto), cruzando 200 quilômetros de deserto entre Israel e Jordânia. O desnível significativo poderia até fazer funcionar uma hidrelétrica e parte da água do mar seria dessalinizada para consumo humano. O custo é salgado: o projeto pode ultrapassar 5 bilhões de dólares.




Hoje, o lago norte e o lago sul estão separados por um longo trecho de areia. Há algumas décadas, a área seca não existia.
Como sempre na nossa sociedade, estamos querendo encontrar o remédio para tirar a dor de cabeça, sem prestar atenção na CAUSA da dor. Por que o Mar Morto está desaparecendo? Simplesmente por causa da evaporação? A perplexidade é maior quando se considera que nenhum rio SAI do lago salgado. Este apenas recebe água. Desde os templos bíblicos, é a água do rio Jordão – e de outros riachos esporádicos que descem as montanhas que margeiam a depressão – que alimenta o lago. Ou, melhor, alimentava.

O que aconteceu? Numa região onde a água é um bem escasso, o fluxo do rio Jordão é utilizado ao máximo (principalmente para a agricultura) por jordanianos, israelenses e palestinos. Isso antes de chegar ao lago: cerca de 95% das águas do Jordão são desviadas. Sem um novo reabastecimento, o lago desaparece continuamente. “Em apenas 50 anos, conseguimos transformar o sagrado rio Jordão em um canal de esgoto e secar um terço da extensão do Mar Morto”, diz Gidon Bromberg, diretor da ONG conservacionista Amigos da Terra em Israel.

Conservacionistas, como os da ONG Amigos da Terra, acham que a solução deveria considerar o próprio rio Jordão. O que é necessário é um melhor manejo dos recursos hídricos. Afirmam que o projeto do Banco Mundial não contempla alternativas. Assinalam que os impactos ambientais de chupar a água do Mar Vermelho até o Mar Morto podem ser enormes e causar péssimas surpresas. Trazer uma grande quantidade de água de um mar normal (que possui uma composição bem diferente da do Mar Morto) transformaria o lago. A mistura poderia produzir reações químicas e criar desequilíbrios ainda maiores.

A alternativa preferida por alguns israelenses seria trazer a água do Mediterrâneo. A distância do porto de Haifa até o Mar da Galiléia (que escoaria a água até o Mar Morto) é de apenas 42 quilômetros, uma distância cinco vezes menor do que a opção do Mar Vermelho.




A empresa Dead Sea Works tomou conta da parte sul do lago para produzir potassa. Atrás da usina, as lagoas industriais de evaporação refletem a desolação do lugar.

Outra causa do problema é a indústria Dead Sea Works. Da água hipersalgada, a empresa retira enormes montanhas de potassa (um sal de potássio) e outros minerais usados na produção de fertilizantes. Para isso, a fábrica criou centenas de lagoas de evaporação na parte sul do Mar Morto. O impacto foi tão grande que essa porção do lago desapareceu nos anos 80. Hoje, a água chega às lagoas de evaporação por um canal que vem do lago norte.



Canal que leva água do lago norte ao lago sul, onde estão as lagoas de evaporação. A parte sul do Mar Morto só existe para fins industriais e graças à transposição da água.

Quando colocamos os dados das mudanças climáticas na equação do Mar Morto, o panorama é ainda mais amedrontador. A temperatura na região deve subir de 1 a 2 graus C até 2030/2050. Isso significa que a evaporação será ainda maior no futuro.

Existe solução? Independente da proposta técnica encontrada, pelo menos há um ponto positivo nisso tudo. Israelenses, palestinos e jordanianos terão de trabalhar juntos – e em paz – para salvar o Mar Morto. Tanto a água como o possível defunto (o lago) pertencem aos três governos.

Morto é o mais baixo reservatório de água do mundo e também o mais salgado, com sete vezes mais sal que os oceanos.
Localizado na foz do rio Jordão, ao norte, o lago faz fronteira com Israel, ao oeste e Jordânia, ao leste. O Mar Morto recebe abundante quantidade de água doce vinda do leste, mas o calor extremo e a baixíssima umidade da região acabam por evaporá-la, tornando-o sempre salgado. A grande quantidade de sal permite a fácil flutuação. Alguns acreditam que sua água tenha propriedades medicinais, o que fez surgir em sua orla uma grande quantidade de balneários voltados à saúde. Por outro lado o sal em abundância também elimina as espécies animais e vegetais. Os peixes que ali chegam vindos do rio Jordão não sobrevivem.As estacas da foto mostram a quantidade de sal que ao evaporar a umidade se colam nelas (o Sal).

Pela densidade da agua... Salina ao extremo é muito facil ficar na superfície do mar Morto!

Na Foto quando estive no Mar morto em Setembro de 2012!

JOÃO/ELI




Cassab