domingo, 21 de julho de 2013

Primeiros socorros: o que fazer se presenciar um desmaio no treino.






Primeiros socorros: o que fazer se presenciar 



um desmaio no treino...


O médico do esporte Cláudio Gill, explica os principais fatores que podem levar uma pessoa a ficar desacordada e como identificar se o caso é grave...

Você está tranquilamente treinando na rua, no parque ou na praia, e se depara com uma pessoa caída no chão. A cena, assustadora, pode indicar um simples tropeço ou um grave acidente cerebral. E aí, o que você faz?



- Primeiro mantenha a calma. Procure ajuda pois, sozinho, não vai conseguir ajudar ninguém –diz o médico do esporte Cláudio Gil, convidado do Sportv para falar ao vivo sobre primeiros socorros.

O próximo passo é identificar se o problema foi motor ou clínico, e qual a gravidade.  A confusão é mais frequente se a pessoa perder os sentidos, e a identificação fica mais difícil se você não presenciar o momento da queda.

- Se você acompanhou a queda é mais fácil saber se a pessoa caiu e desmaiou, ou desmaiou antes de cair. Se for um problema motor, evite fazer movimentos bruscos e, se for você a vítima, não deixa que lhe tirem rapidamente do chão. Vá se movendo devagar para sentir a extensão do dano, e chame um resgate se não for capaz de ficar em pé- explica.

Um segundo caso que pode causar perda de consciência é alteração abrupta da pressão arterial, mais comum em finais de corridas ou treinos exaustivos. Foi o que aconteceu com o garçom Mauro Santos, de 49 anos, assim que cruzou a linha de chegada da maratona em 2007.

- Tropecei no tapete cronômetro e, quando tentei me levantar, não conseguia mais ficar em pé. Fui levado para o atendimento onde de cobriram e deram soro. Depois de uma hora estava me sentido bem- diz.
corredores chegada Meia Maratona São Paulo  (Foto: Marcos Ribolli / Globoesporte.com)Queda de pressão na chegada (Foto:Marcos Ribolli)











O médico explica que esse é o grande perigo do chamado “sprint final” e que atletas amadores não deveriam aumentar significativamente a velocidade no quilômetro final de uma prova. Com o cansaço, a desidratação e o stress térmico, o pulso mais alto pode caisar desequilíbrio de pressão.

- Não tente bater recorde no último quilômetro, isso é para corredores profissionais. Apenas desfrute o prazer de cruzar a linha de chegada e alcançar seu objetivo, pois o Sprint aumenta muito o risco de lesão e mal súbito. Se acontecer, chame logo um atendente- explica.



As quedas mais temidas e mais graves advém de problemas cardíacos ou neurológicos, haja rápido, pois pode ser a diferença entre a vida e a morte.  Primeiro veja se a pessoa está com pulso, o próprio monitor cardíaco ajuda a identificar. Se estiver acima de 200 ou em zero, é provável que esteja em parada cardíaca, faça massagens se estiver preparado para isso.

Em caso de crise convulsiva, proteja a vítima para que ela não se machuque, e chame resgate imediatamente. Isso é sinal de crise cerebral, só no hospital ele pode ser tratado.
E fique sempre atento aos sinais do corpo, mesmo que esteja em boa forma física. O educador físico Marcios Duarte, de 53 anos, já tinha 26 maratonas no currículo quando se sentiu mal. Era um infarto silencioso.

- Um dia antes da Maratona de Berlim saí para testar o GPS e senti  uma dor forte no estômago.  Passei mal durante a semana e decidi ir até o hospital. Descobri que havia infartado e tinha uma veia completamente entupida- contou.

Uma pessoa que se exercita tem menos chances de um problema cardíaco do que um sedentário, mas não está incólume. Exercício não é vacina, sentiu-se mal, vá ao médico. E mesmo com saúde, não custa nada seguir algumas dicas para a própria segurança.

- Quando for se exercitar, avise alguém sobre o trajeto e tempo previsto, leve consigo um documento, carteira do plano de saúde, se tiver, e um pouco de dinheiro, caso precise pegar um transporte- resume o médico, que também é corredor.
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Tonturas e desmaios: sintomas que 



ocorrem devido à queda de pressão


Cardiologista cita o caso da jogada de vôlei Sassá, que na última semana passou mal por causa do calor no ginásio e teve dificuldades para respirar



Parece incrível, mas tonturas e desmaios não são sintomas tão raros no dia a dia das pessoas e se aproximam de 33% a sua incidência na população sadia. Esse problema, de origem cardiovascular, tem vários nomes: síndrome vasovagal ou síncope neurocardiogênica ou síncope reflexa. Também ocorre entre esportista e atletas em geral, principalmente do gênero feminino. Recentemente, num jogo da Superliga feminina de vôlei, no Rio de Janeiro, ocorreu isso, e foi com uma jogadora do Sesi-SP, a Sassá.
Acredita-se que foi provocado pelo excessivo calor ambiente no ginásio, lhe causando mal estar e tontura pela forte queda da pressão arterial. A primeira medida de tratamento é colocar a vítima deitada de costas, e manter elevação acentuada das pernas. O mecanismo é a dilatação acentuada das pequenas artérias do corpo, provocando a hipotensão (queda) arterial e diminuição dos batimentos cardíacos, piorando a condição clínica.
euatleta corredora cansada enxugando suor (Foto: Getty Images)Atleta sentindo tontura: um dos sintomas da queda de pressão arterial (Foto: Agências Getty Images)
A queda de pressão, em geral quando a pessoa está de pé é chamada de hipotensão postural ou reflexa, e resulta da perda da força de contração dos músculos da panturrilha, com isso parando o bombeamento do sangue das pernas para cima, a caminho do coração. Pode ocorrer numa interrupção súbita do exercício que estava sendo feito, provocando acúmulo de sangue nas pernas e menos sangue chegando ao coração, pelo seu lado direito (átrio D), e esse acontecimento é piorado com o aumento da temperatura dos músculos e das veias, exatamente aquelas que ficam mais visíveis na pele, chamadas de vasos cutâneos.
Algumas situações diferentes daquela que comentamos também podem provocar esse reflexo agudo, por exemplo, uma grande forte dor no corpo (cólica dos rins, infarto do miocárdio, rompimento de aneurisma da artéria aorta) e até mesmo uma explosiva emoção inesperada, pode provocar a síndrome vasovagal. Nesse episódio de estresse ocorre a estimulação de centros cerebrais conhecidos como núcleos hipotalâmicos.
Outras vezes, o “gatilho” que provoca esse reflexo de tonturas e desmaio súbitos, e que nos deixa preocupados, pode vir de outras situações muito especiais, como excesso de evacuações ou quando uma pessoa se levanta de madrugada para urinar.

Um alerta para os nossos prezados esportistas, principalmente os corredores:
Colocar os dedos no pescoço para contar a pulsação, pode causar forte queda da pulsação e da pressão por hipersensibilidade das carótidas (seio carotídeo), na maioria das vezes, manifesta-se de forma abrupta, “sem aviso”. Esses fatores desencadeantes, como os estímulos locais, colarinhos muito apertados ou giro brusco do pescoço podem indicar o diagnóstico.
O que fazer em caso de tontura e desmaio da  Síndrome Vasovagal ? O mais importante é a postura da pessoa acometida desse problema, nada de carrega-la pra lá ou pra cá.

1 - enquanto aguarda socorro médico, fique ao lado da vítima, a coloque deitada de costas com a cabeça no nivel do chão e total elevação das pernas,
2 - mantenha úmida sua cabeça e rosto.
3 - ofereça líquidos frios ou gelados aos goles lentamente
4 - converse para tranquilizá-la e mantê-la desperta
5 - só um médico poderá ministrar soros e outros medicamentos, se for necessário!
6 - após tudo resolvido, convém consultar um médico para os devidos esclarecimentos.
* As informações e opiniões emitidas neste texto são de inteira responsabilidade do autor.