sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

OLHO DE UM FÓSSIL sugere visão a cores há pelo menos 300 milhões de anos atrás.



Foram descobertos pela primeira vez bastonetes e cones – células dos olhos – fossilizados, dizem os pesquisadores. A descoberta revela que essas células do olho existem há pelo menos 300 milhões de anos e que elas foram descobertas em um peixe ancestral, que enxergava algo como em cores, de acordo com cientistas do estudo.

A visão humana depende de pigmentos que absorvem a luz. Esses pigmentos se encontram no interior das células conhecidas como bastonetes e cones. Cones são sensíveis à cor e também ajudam a perceber detalhes finos e mudanças rápidas. Bastonetes são mais sensíveis à luz do que os cones, mas não são sensíveis à cor, e são responsáveis ​​pela visão periférica e noturna. Ambos são encontradas em uma camada de tecido na parte posterior do olho conhecido como retina.

Myllokunmingia pode ser uma das primeiras criaturas conhecidas com espinha dorsal, e ela pode ter possuído um olho como uma câmera rudimentar, o que sugere a existência de visão desde, pelo menos, 520 milhões anos atrás. No entanto, pouco se conhece sobre a evolução da visão, uma vez que o tecido mole do olho geralmente decai rapidamente após a morte.



Para saber mais sobre a evolução da visão, os cientistas analisaram um excepcionalmente bem preservado espécime fóssil de 300 milhões de anos de idade de um peixe chamado Acanthodes bridgei. O fóssil foi escavado no Kansas e é mantido no Museu Nacional da Natureza e Ciência de Tóquio. O peixe, que chegava a cerca de 10 centímetros de comprimento, é o último ancestral comum conhecido dos peixes mandibulados modernos, incluindo peixes com esqueleto ósseo, como barracudas, e esqueletos de cartilagem, como tubarões .
Os pesquisadores descobriram o primeiro registro de bastonetes e cones fossilizados neste peixe.

“Cones e bastonetes normalmente não são preservados, pois estes tecidos moles são mais frágeis”, disse o principal autor do estudo Gengo Tanaka, um paleontólogo da Universidade de Kumamoto, no Japão.

Os cientistas também encontraram grânulos no fóssil que, com base na similaridade da sua química, tamanho e forma de partículas encontradas em olhos de peixes modernos, são feitos de eumelanina, um pigmento que absorve a luz e ajuda os animais a enxergarem.

Acredita-se que A. bridgei tenha vivido em águas rasas, através da qual a maioria das cores visíveis para os seres humanos a partir de luz solar pode ter sido também visível para os peixes. Como tal, a visão de cor pode ter sido de valor inestimável para o peixe – por exemplo, ajudando-o a identificar predadores e alimento.

“Ao analisar os olhos de vertebrados fósseis como este espécime, podemos reconstruir que cores os animais extintos – exemplo, dinossauros – podiam ver”, disse Tanaka.

Os cientistas detalharam suas descobertas na revista Nature Communications.

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